Reitor anuncia novos cursos e destaca qualidade da formação

Em entrevista exclusiva, Eurico Lôbo dá as boas-vindas aos alunos no segundo semestre e fala das perspectivas para os próximos anos

18/09/2013 14h25 - Atualizado em 14/08/2014 às 10h30
Reitor Eurico Lôbo destaca qualidade da formação na Ufal

Reitor Eurico Lôbo destaca qualidade da formação na Ufal

Manuella Soares – Jornalista 

O mês de setembro marca o início do segundo semestre letivo na maioria das unidades acadêmicas dos três campi da Universidade Federal de Alagoas – A.C. Simões, em Maceió, Arapiraca e do Sertão, em Delmiro Gouveia. Em entrevista exclusiva para o Portal da Ufal, o reitor Eurico Lôbo avaliou alguns acontecimentos que ganharam destaque este ano. Confira! 

Ascom – Como o senhor avalia a Ufal de 2013, já passado um semestre?

Reitor – Tivemos o primeiro semestre de muita atividade, de muitas realizações, de retomada de um conjunto de obras que estavam inacabadas, que passaram por um processo de reestruturação na Sinfra [Superintendência de Infraestrutura] e outras em andamento, mas, sobretudo, foi um período de uma reestruturação muito grande por parte das nossas pró-reitorias para dar um fortalecimento maior do ponto de vista acadêmico e, ao mesmo tempo, fazendo com que essas ações tenham um fim específico na Ufal como um todo. Damos as boas-vindas para os alunos no sentido de trazer uma Ufal cada vez mais bem estruturada, mais bem preparada para o acolhimento, mas, sobretudo, uma Ufal que pensa grande, nos seus cursos, na sua graduação, na extensão, na pós-graduação, como elemento estruturante para formação de qualidade. 

Ascom - Quais as perspectivas de novos cursos e onde serão implantados? 

Reitor - Além do curso de Medicina que será implantado em Arapiraca, neste momento, estamos em processo de negociação avançada junto com o MEC visando não só a expansão de novos cursos, mas também na perspectiva de reestruturar alguns cursos onde haja necessidade de uma maior intervenção. O processo envolve três novos cursos para a unidade de Ciências Agrárias (Ceca), e três para a Unidade de Penedo, onde um dos elementos fundamentais para a nossa perspectiva de crescimento está também associada à chegada do Estaleiro Eisa, no Município de Coruripe (Litoral Sul de Alagoas, distante 80 quilômetros da capital), que sem sombra de dúvidas vai mudar o cenário geoeconômico da região e, portanto, a universidade precisa se estruturar para receber e para criar oportunidade de emprego e geração de renda para aquela comunidade. 

Ascom - Quais são as expectativas para os novos prédios do Restaurante e da Residência Universitária?

Reitor - Esse trabalho nós estamos concluindo. Sobre o restaurante, algumas questões estão relacionadas à necessidade de revisão de compras de alguns equipamentos específicos para o restaurante. Mas o processo já está 70% a 80% concluído. Nós estamos estruturando também a Residência Universitária com sistema de acolhimento, de jardinagem e de iluminação no entorno para proporcionar aquele espaço com qualidade e segurança.

Ascom - O que será o Centro Integrado de Convivência e o que esse espaço vai significar para a comunidade acadêmica da Ufal?

Reitor - É um espaço de integração, onde ali estarão incluídos alguns serviços básicos para a comunidade universitária. Haverá um centro de treinamento que será gerenciado pela Pró-reitoria de Gestão de Pessoas, para o programa de capacitação e treinamento de técnicos e professores da universidade. Tem salas amplas, auditório para cerca de 200 lugares e várias outras salas que serão destinadas para lanchonetes e serviços de atendimento ao coletivo. A nossa editora também tem um espaço belíssimo que estará à disposição, portanto, será um ambiente onde a comunidade universitária possa tomar um bom café e vivenciar um momento de integração. 

Ascom - Os campi do interior têm espaço de destaque nesta gestão. Quais são as novidades para a Unidade de Viçosa? 

Reitor - Aquela é uma unidade que teve um início de atividades muito difícil, com a necessidade de algumas intervenções mais diretas da administração, mas nós estamos, hoje, com praticamente tudo concluído e vamos inaugurar, em breve, os laboratórios, que são uma grande demanda da comunidade. O prédio do hospital veterinário já está em processo adiantado da obra. Ao mesmo tempo, nós estamos em licitação para execução da reforma do restaurante universitário para a comunidade de Viçosa. Isso fará com que aquela unidade tenha as condições necessárias para seu funcionamento, de forma adequada, porque, ali, um dos elementos fundamentais é um corpo técnico de altíssima capacitação. Então nós temos o dever de proporcionar a cada uma daquelas pessoas um atendimento com maior qualidade. 

Ascom - A educação no Brasil teve uma grande vitória com a aprovação dos royalties do petróleo destinados a esta área. Qual sua avaliação sobre isso?

Reitor - É fundamental pensarmos que o petróleo tem um prazo finito, mas educação é uma ação permanente de Estado e de Governo, portanto, é mais do que necessário que os recursos capitaneados por meio dos royalties de petróleo, pré-sal, entre outros, possam ser orientados para a definição de elementos estruturantes para a sociedade. É um dever que o estado brasileiro tem com o conjunto da sociedade e, portanto, esses recursos devem, necessariamente, ser destinados à educação, à saúde e ao bem do coletivo. 

Ascom - Qual a posição da Ufal, enquanto instituição de ensino formadora de médicos para o país, em relação ao programa do governo federal ‘Mais Médicos’?

Reitor -  Podemos colocar a situação sob duas óticas. Uma, do ponto de vista do atendimento, e, outra, da formação. É evidente que nós precisamos ter médicos formados, que tenham um perfil de formação que possibilita uma intervenção mais direta naquilo que é atenção básica. Dentro desse contexto, a universidade já fez um processo de reformulação e, hoje, nosso curso de Medicina tem reconhecimento nacional, com conceito altíssimo e, portanto, tem o atendimento de todos os parâmetros requisitados. Ao mesmo tempo, estamos expandindo, criando um curso de Medicina no interior, em Arapiraca, inicialmente com 60 vagas, o que vai proporcionar ao conjunto daquelas cidades circunvizinhas um ambiente de formação e da presença de mais profissionais da área de saúde como um todo, que, sem sombra de dúvidas, terá um atendimento mais qualificado para aquela comunidade.

Agora, é fato, que o estado brasileiro tem que fazer, tem que exercitar a sua ação no sentido de disponibilizar profissionais de saúde que contemplem as pessoas em regiões desassistidas. É importante também que, além do profissional médico, haja toda uma estruturação de uma base de agentes de saúde e dos postos de atendimento. Veja a necessidade de que as ações corram nesses dois âmbitos: do ponto de vista do atendimento e da formação. 

Ascom - Como está o processo de implantação da Empresa Brasileira de Serviços hospitalares (Ebserh)? 

Reitor - Já está dentro do Ministério do Planejamento, em processo de negociação, porque a universidade tomou uma decisão que foi encaminhada com o apoio da maioria dos membros do Conselho Universitário. Estamos aguardando as tratativas finais do ponto de vista do patrimônio, do quantitativo de pessoal e da complexidade do hospital. Mas eu tenho uma convicção que a Ebserh, hoje, se configura como a solução para todas essas questões e, mais do que isso, eu tenho visto que os investimentos que estão sendo feitos por meio do programa Rehuf [Programa de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais] têm proporcionado aos hospitais universitários um elevado grau de qualificação dos seus serviços, porque, além de pessoal, também está implementando recursos para reestruturação de obras físicas e de equipamentos.