Lenilda Luna - jornalista 

O mês de outubro será de muitas comemorações para a estudante de arquitetura da Universidade Federal de Alagoas, Williane Ferreira de Melo. No dia 17 de outubro ela participa da formatura da turma e dias depois, 28 de outubro, vai para Brasília, onde recebe o prêmio de oito mil reais pelo primeiro lugar no concurso de Monografia, com o tema Projeto de Arquitetura Penal, realizado pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), ligado ao Ministério da Justiça. Williane apresentou 4 painéis do projeto de um Centro de Detenção Provisória Masculino, elaborado sob a orientação da professora Suzann Flavia Cordeiro de Lima,  mestre em Arquitetura e Urbanismo pela Ufal e doutora em Psicologia pela UFPe. 

Para elaborar o projeto, Williane visitou o presídio Baldomero Cavalcante. "Fizemos um estudo da rotina dos detentos, das condições de vida e saúde mental deles. É um projeto complexo, porque engloba muitas questões de segurança. O fluxograma, por exemplo, tem que levar em conta a segurança dos agentes penitenciários e visitantes", explicou a estudante. Depois de encarar o desafio, a futura arquiteta recebeu a notícia da premiação com muito entusiasmo. "Eu concorri não só com estudantes, mas com profissionais de todo o país. Receber um prêmio como esse, logo ao me formar, é começar a carreira com o pé direito", comemora Williane.  

Williane explicou que procurou inovar apresentando um projeto que garante possibilidades de inclusão social, como uma quadra poliesportiva e oficinas de ensino profissional. Além disso, o esboço procurou valorizar a ventilação e a iluminação natural para possibilitar mais conforto aos presos, com menor custo. "Incluímos breses nas celas, porque é um elemento arquitetônico que confere mais leveza à construção, com segurança, e mais ventilação para quem está no ambiente interno", destacou a estudante. 

O Projeto respeitou as Diretrizes Básicas para Arquitetura Penal, que estão definidas na resolução nº 09, de 18 de novembro de 2011, do Ministério da Justiça. A  proposta tem que levar em conta o conforto, a segurança, a acessibilidade e a adequação ao clima. É preciso também garantir boas condições de administração e manutenção do prédio. Além disso, as áreas verdes precisam ser consideradas no projeto. 

O  terreno  para  implantação  da Centro de Detenção Provisória é de 50 mil metros quadrados, com 15 mil de área construída. A estudante considerou uma ocupação máxima de quinhentos detentos, obedecendo a taxa de ocupação que deve ser de cem metros de terreno por pessoa presa, sendo 30 metros de área construída por ocupante. Como a proposta foi aceita pelo Conselho, que tem o papel de executar a política de ação penal no Brasil, o projeto da estudante deve ser encaminhado como modelo para ser implementado na região nordeste. 

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