Cerimônia encerra formação de alfabetizadores do Programa Brasil Alfabetizado

Formação inicial e continuada de alfabetizadores é promovida pelo Centro de Educação da Ufal em parceria com a Secretaria de Estado da Educação


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Pró-reitor de Extensão, Eduardo Lyra, preside a mesa de abertura

Pró-reitor de Extensão, Eduardo Lyra, preside a mesa de abertura

Tayane Barreto – estudante de Jornalismo

Professores, alunos de mestrado e doutorado da Universidade Federal de Alagoas formaram coordenadores de turma e alfabetizadores que levaram conhecimentos de Língua Portuguesa e Matemática para jovens, adultos e idosos de todo o Estado, inclusive no presídio Baldomero Cavalcanti, em Maceió. A atividade fez parte do sexto ciclo do Programa Brasil Alfabetizado (PBA) e a cerimônia de encerramento foi realizada no dia 2 de julho.

A formação inicial e continuada de alfabetizadores, promovida pelo Centro de Educação (Cedu) da Ufal, junto com a Secretaria Estadual de Educação (SEE-AL), teve início em agosto de 2012 e foi finalizada em abril deste ano. A formação inicial teve duração de 40 horas e aconteceu durante três semanas contínuas. A segunda parte do programa consistiu na alfabetização, que fez parte do processo de formação continuada com duração de oito meses.

Na solenidade de encerramento, a mesa de abertura foi composta pelo pró-reitor de Extensão, Eduardo Lyra, pela superintendente de gestão do Sistema Estadual de Educação, Maria do Carmo Silveira, o vice-diretor de Educação, Cesar Nonato, o vice-presidente da Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes), José Medeiros, e o coordenador geral da formação, Elton Fireman.

Elton agradeceu à universidade pelo apoio recebido e destacou o sucesso do programa. “Este é um processo trabalhoso e árduo, mas chegamos ao fim com brilhantismo”, afirmou. Já José Medeiros orientou aos alfabetizadores quanto à importância da educação. “É por meio da educação que vamos chegar à cidadania que estamos vendo nos movimentos sociais. Desejo que essa confraternização seja o primeiro passo para a construção de um país melhor, pois o futuro pertence a vocês”.

Após a abertura, a professora Marinaide Freitas, do Cedu, falou sobre a formação do educador de jovens e adultos e os desafios dessa prática docente em uma palestra com o tema “A formação de alfabetizadores e o PBA”. Ela mostrou indicadores do analfabetismo no Brasil e em Alagoas, ressaltou que é preciso aumentar o número de alfabetizadores para reduzir esses índices e fez ainda outras reflexões acerca do tema.

Representantes da Secretaria de Educação, professores, coordenadores de turma, da formação e outros membros do projeto tiveram a oportunidade de falar sobre a experiência vivida por eles e mostraram a satisfação em terem feito parte do programa. A estudante de pedagogia do Campus do Sertão, Clécia Juliana, atuou como alfabetizadora e declarou: “Sinto-me muito pequena diante da taxa de analfabetismo do nosso Estado, mas me sinto muito grande quando olho para meus alunos e vejo no que estou contribuindo”.

“O PBA permitiu que a educação entrasse pelas grades do sistema prisional e fluísse na vida daquelas pessoas”, afrimou Jadielson Barbosa, que ensinou Matemática para reeducandos do presídio Baldomero. Em apenas uma frase, dona Maria Francelina Viana emocionou os que ali estavam. Ela teve aulas em Poço das Trincheiras e disse: “Eu não conhecia os números e agora já posso entender os preços no mercado”.

O evento foi finalizado com a entrega de certificados para os alfabetizadores presentes e em seguida foi servido um almoço de encerramento.

Brasil Alfabetizado

O Ministério da Educação (MEC) realiza, desde 2003, o Programa Brasil Alfabetizado (PBA), voltado para a alfabetização de jovens, adultos e idosos. O programa é desenvolvido em todo o território nacional, com o atendimento prioritário a municípios que apresentam taxa de analfabetismo igual ou superior a 25%. Desse total, 90% localiza-se na região Nordeste.

Em Alagoas, já foram formados 1.100 alfabetizadores, em 43 turmas, e dez mil pessoas já foram alfabetizadas. Ainda não há previsão para o próximo ciclo, mas a Ufal fechou uma parceria com o município de Viçosa, distante 87 quilômetros da capital, para dar início às atividades do programa ainda este ano.

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