“Do oceano ao sertão” foi tema de evento em Maceió

Encontro Nordestino de Zoologia voltou a Maceió com debates atuais e históricos sobre o espaço natural da região

05/03/2013 13h15 - Atualizado em 14/08/2014 às 10h32
O professor Antônio Carlos foi o destaque da manhã de segunda-feira

O professor Antônio Carlos foi o destaque da manhã de segunda-feira

Manuella Soares - jornalista

A Sociedade Nordestina de Zoologia conseguiu reunir centenas de estudantes, professores e pesquisadores para falar sobre o mesmo tema. “Do Oceano ao Sertão” compreende uma infinidade de debates que foram levantados entre os dias 1º e 5 de março, na 18ª edição do Encontro de Zoologia do Nordeste, em Maceió. A parceria com a Ufal para promover o evento foi uma oportunidade de ampliar as discussões sobre a diversidade do espaço natural nordestino e estimular o debate e a produção científica na área.

“Estamos muito satisfeitos com o resultado que superou todas as nossas expectativas em termos de número de inscritos. O Encontro era para ter acontecido no ano passado, porque é bienal, mas como foi um ano acadêmico complicado, só conseguimos organizar para esta data. Apesar disso, nada atrapalhou o excelente andamento do evento que foi de grande relevância porque não só os colegas do ICBS como os de outras unidades foram palestrantes e enriqueceram os debates”, destacou o professor Jorge Luiz Lopes da Silva, presidente da comissão executiva.

Dentro da programação, as mesas-redondas e as palestras lotaram os auditórios do Hotel Atlantic Suítes; os minicursos e as oficinas deram um tom mais prático e informal para os interessados em aprender um pouco mais sobre, por exemplo, a fauna de estuários, a diversidade zoológica, a ecologia de mamíferos terrestres, ou recursos didáticos para o ensino da zoologia, como, filmes e jogos. Também houve uma oficina bem interessante que mostrou uma coleção de aranhas do Instituto Butantã.

Para despertar o imaginário, o professor Antônio Carlos Cerqueira Fernandes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Museu Nacional, foi o destaque da manhã da última segunda-feira (4), com a palestra “Os monstros do Nordeste: Um pouco da história da Paleontologia brasileira”. O professor prendeu a atenção e arrancou boas risadas do auditório, contando as aventuras, dele mesmo, enquanto pesquisador. “Nosso papel é resgatar a informação histórica do nosso passado científico”, ressaltou, mostrando também a contribuição de Alagoas nesse processo.

Nesta terça-feira (5), último dia do Encontro, a comissão organizou excursões para um dia de estudo prático na área de Proteção Ambiental (APA) da Várzea da Marituba e na Estação Ecológica de Murici.

De volta a Maceió

Na 18ª edição do Encontro Nordestino de Zoologia, Maceió sedia o evento pela quarta vez. A última delas, foi há 10 anos, em 2003. Durante esse hiato, o professor Jorge Luiz conta que as transformações na própria sociedade contribuíram para um novo cenário no Encontro de 2013. “O estudo e a preservação dos animais já desperta muita curiosidade. Temos também um volume maior de pesquisadores na área, então tudo isso tende a aumentar o interesse, principalmente, dos alunos, em participar dos debates promovidos nesse evento”, observou o presidente da SNZ, Jorge Luiz Lopes.

Trabalhos criteriosos

O ENZ teve mais 480 trabalhos aprovados para apresentação oral ou em banner. Alunos de todo o nordeste e de outros estados como, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais, enviaram materiais que foram criteriosamente avaliados por uma comissão científica. De acordo com a professora Tereza Calado, do Instituto de Ciências Biológicas (ICBS) da Ufal, a participação de Alagoas também foi muito relevante. “Tivemos, inclusive, trabalhos de alunos de Arapiraca e Penedo, que representaram o interior do Estado com uma grandiosa contribuição”, destacou.