Cursos de Humanidades celebram 60 anos de história

Ex-diretores do ICHCA foram homenageados durante comemorações e Ufal entrega título de Doutor Honoris Causa a Pedro Onofre

04/12/2012 14h15 - Atualizado em 14/08/2014 às 10h36
Ufal homenageou professores e ex-diretores em solenidade

Ufal homenageou professores e ex-diretores em solenidade

Bruno Cavalcante – estudante de jornalismo

Fim de tarde com plateia atenta à exibição do documentário “60 anos dos cursos de Humanidades”. Passado e presente misturados na homenagem aos ex-diretores e professores do Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes (ICHCA). Na abertura da solenidade, o reitor da Universidade Federal de Alagoas, Eurico Lôbo, agradeceu a todos que construíram esse capítulo da história da Ufal. Além da projeção, o público assistiu a apresentação da Orquestra de Câmara e do Corufal.

Recordações deram a tônica das comemorações no último dia 29 de novembro. Segundo o Pró-reitor Estudantil, Pedro Nelson Bonfim, a memória faz com que ele se sinta participante desse momento do ICHCA. O professor relembrou a trajetória dos cursos e disse ser testemunha da evolução das humanidades na universidade.

Entre os ex-diretores do ICHCA homenageados estiveram presentes Radjalma Cavalcante, Gilda Vilela Brandão, Maria Aparecida Batista de Oliveira, José Ferreira Azevedo, Enildo Marinho Guedes, Pedro Nelson Bonfim.  A filha de Théo Brandão, Valnia Brandão, e a irmã da professora Georgete Castro de Almeida, Eliete Castro, receberam as homenagens.

No dia 30, aconteceu a mesa-redonda “60 anos de humanidades”, com a participação de Enildo Marinho, atual diretor do ICHCA; Eliane Barbosa, diretora da Faculdade de Letras (Fale); Evaldo Mendes, diretor do Instituto de Ciências Sociais (ICS); Márcio Aurélio, diretor do Campus Arapiraca; Ricardo Silva, diretor do Campus do Sertão; e a vice-reitora da Ufal, Rachel Rocha.

Atuante nos 60 anos de Humanidades

Estudante e docente de Economia, Radjalma Cavalcante acompanhou a evolução não apenas dos cursos de Humanas, mas também da Ufal. Em 1967, quando era presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) recebeu uma missão do reitor à época: convencer os acadêmicos a migrarem para novas instalações da universidade, no Tabuleiro. Um ano depois, a Faculdade de Economia que funcionava na Praça dos Martírios estaria onde hoje é o campus A.C Simões.

Durante as comemorações, Radjalma destacou dois momentos importantes do ICHCA. A unidade foi a primeira a realizar eleição direta para direção de centro e a atuação da professora de Letras, Maria Denilda Moura, na criação do primeiro mestrado na área de Humanas.

Substituto de Théo Brandão na direção do antigo Centro de Ciência Humansa Letras e Artes (CHLA), Radjalma Cavalcante guarda boas lembranças do amigo professor e folclorista. Dentre elas, uma homenagem: a inauguração do Museu Théo Brandão foi em 20 de agosto de 1975, dia do aniversário de Radjalma. “Numa instituição tem relacionamentos profissionais, mas também afetivos e sérios. A convivência faz com que a gente crie boas amizades”, declarou.

Honoris Causa

Na programação das comemorações dos 60 anos das Humanidades, a Ufal entregou o título de Doutor Honoris Causa dramaturgo Pedro Onofre, por sua contribuição, há mais de meio século, para a cultura do Estado nas mais diversas áreas e expressões artísticas. Na década de 40, em Arapiraca, começou sua ligação com o teatro, atuando em mais de 20 peças e sendo responsável pela direção de 29 espetáculos. Como escritor, lançou 30 peças teatrais, com nove delas publicadas na coleção “Teatro de Pedro Onofre”.

O dramaturgo ainda foi o primeiro diretor do Museu da Imagem e do Som (Misa), contribuiu com a criação da Academia de Artes e Letras do Nordeste Brasileiro, em Recife, e é membro fundador da Academia Maceioense de Letras e da Academia Alagoana de Cultura. Atualmente, é presidente de honra do Instituto de Estudos Culturais, Políticos e Sociais do Homem Contemporâneo.

A história

Os cursos de humanidades surgiram a partir da Faculdade de Filosofia, criada em 1952, pelo padre Teófanes Augusto de Barros, com sede no prédio da Escola Industrial de Maceió, localizado na praça Sinimbú. Além de Filosofia, a faculdade oferecia as disciplinas de Geografia, História e Letras, que foram transformadas em faculdades com a criação da Universidade Federal de Alagoas, em 1961, que funcionava na Escola de Aprendizes Marinheiros, no Pontal da Barra, e ainda incluía o curso de Ciências Sociais.

Durante o regime militar, os cursos foram transferidos para o Campus A.C. Simões, no prédio do antigo Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CHLA). Em 1978, cria-se o curso de Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo e, um ano depois, surge Relações Públicas.

As artes estavam presentes na universidade desde os anos 50, com os grupos teatrais formados por estudantes, como o Teatro Universitário de Alagoas (TUA), o grupo Os Corujas e o Teatro do Instituto de Letras. Em 1973, o Corufal foi oficializado e nos anos 80 surgiu o Departamento de Artes, com os cursos de Musicalização e Interpretação Teatral. Mais tarde foram desmembrados em Música (1988), Teatro (1997) e Dança (2006), que hoje funcionam no Espaço Cultural, na Praça Sinimbú, Centro de Maceió. Em 1993, foram criadas as graduações em Psicologia e Ciências Sociais, originada do antigo curso de Estudos Sociais. Em 1998, a partir da demanda crescente pela organização, guarda e conservação dos acervos da Ufal, surge o curso de Biblioteconomia.

Com a última reestruturação acadêmica, em 2005, o antigo CHLA deu vez ao Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes (ICHCA). Sua configuração atual compreende os cursos de Artes, Filosofia, Comunicação Social, História, Biblioteconomia e Psicologia. Neste mesmo período, os cursos de Letras e Ciências Sociais transformaram-se, respectivamente, em faculdade e instituto autônomos.