Comunidade acadêmica aproveita orgânicos na Feira Camponesa

A feira deverá ter edições quinzenais no campus A. C. Simões


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Jacqueline Freire – jornalista colaboradora

Na quarta-feira, 14 de novembro, aconteceu no Campus da Ufal mais uma edição da Feira Camponesa do Movimento de Mulheres Camponesas. Pela segunda vez este ano, as mulheres deixaram seus assentamentos e trouxeram bananas, laranjas, fava, couve, doces e muitos outros produtos orgânicos especialmente para a comunidade acadêmica. “A gente não traz qualquer produto, trazemos o que há de melhor, são produtos sem veneno”, diz Maria Cavalcante, do MMC.

Para ela, o que chama a atenção no projeto da Feira é a relação do campo com a Universidade. “Essa relação das mulheres camponesas com a sociedade e a Ufal é muito importante. Não é só a questão da venda, mas a troca de experiências. Aqui nós conseguimos unir a teoria, pois estamos num campo de estudo, à prática”, diz a agricultora, que comenta também a importância da continuidade da feira e agradece o espaço dado pela Universidade.

O projeto “A solidariedade como fundamento do desenvolvimento local sustentável”, teve início na década de 90 e prega a agricultura familiar agroecológica, promovendo feiras como estas em diversos locais da cidade. Segundo Cristina Gameleira, professora da FAU e uma das idealizadoras do projeto, a ideia é que a partir de 2013 as feiras aconteçam quinzenalmente. “Estamos planejando a próxima feira para janeiro e contamos com o apoio da Ufal para realizá-la aqui a cada 15 dias”, explica.

Para a professora Maria José Fonseca, a grande qualidade da feira é a divisão dos lucros entre os camponeses. “Estamos criando uma economia nova, de comunhão. Não é nem socialista, nem capitalista, somos cristãos e tentamos viver a vida dos primeiros cristãos, onde tudo era partilhado e não faltava nada a ninguém”.

Geração de renda

Cristina explica ainda que a feira vai de encontro ao capitalismo, com um projeto onde o centro do comércio é o homem, não o capital. “Esta proposta ajuda o camponês a trazer seus produtos direto para o consumidor, sem intermediários; além de promover geração de renda entre os jovens”, conta a professora.

E o projeto não gera renda somente com a venda de produtos agroecológicos. “Criamos uma fábrica de doces em Branquinha, e já temos bastante gente trabalhando nisso”, diz. Além dos doces, alguns artesãos também produzem cestas com a palha da bananeira. Diversas lojas de Maceió já usam as cestas na divulgação de seus produtos nas redes sociais.