Estudantes participam de palestra sobre os movimentos sociais

Encontro encerra o ciclo de debates promovido pela professora Andréa Moreira


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Alunos participam de palestra no auditório do Museu Théo Brandão

Alunos participam de palestra no auditório do Museu Théo Brandão

Deriky Pereira - estudante de Jornalismo e Keila Oliveira – estudante de Relações Públicas

Uma palestra sobre os meios de comunicação e os movimentos sociais ministrada pelo jornalista Rafael Soriano, assessor de comunicação do Movimento Sem Terra (MST) de Alagoas, encerra o ciclo de debates promovido pela professora Andréa Moreira. O encontro foi realizado na última quinta-feira, 18, no auditório do Museu Théo Brandão e contou com a participação dos estudantes do 7º período do curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Alagoas.

Rafael iniciou a palestra perguntando aos estudantes como o movimento é visto por eles a partir do que é veiculado pelos meios de comunicação. “A mídia passa para a sociedade a ideia de que o MST é o vilão da história e faz com que a gente o enxergue de forma criminosa, cabendo à assessoria reverter essa imagem”, afirmou Moacir Tigre, aluno de Relações Públicas.

O jornalista, por sua vez, afirmou que uma das atribuições importantes do seu trabalho consiste na luta contínua para reverter o quadro de preconceitos referentes ao movimento e a essa visão negativa transmitida pela mídia. “A gente tenta fazer com que o MST tenha voz nos meios de comunicação para que a sociedade observe que são apenas pessoas lutando por seus direitos e pelo fim das desigualdades sociais”, complementou Rafael.

Sobre o encontro com os alunos, Soriano destacou a importância do debate. “Geralmente, a academia dá mais ênfase à produção mercadológica, mas acredito que esse espaço para a discussão de movimentos sociais com os estudantes acaba estreitando as relações, já que a universidade tem também essa função social”, afirmou Rafael.

Vivendo de perto

O estudante Gustavo Marinho estagia na assessoria de comunicação do MST há um ano. Segundo ele, a experiência vem sendo muito boa. “Não só para a minha formação profissional, mas para a vida, já que aprendo importantes lições diariamente. É impossível não ficar encantado com o movimento”, revelou.

Ainda na palestra, o aluno destacou a importância de um estágio como esse para a sua formação profissional. “Tanto do ponto de vista técnico como do ponto de vista pessoal, isso me proporciona uma nova dimensão, além de uma visão sobre como nós, futuros comunicadores, poderemos ajudar a sociedade, fazendo valer o nosso tempo na universidade”, resumiu.

Aproveitando a deixa de Gustavo, Rafael falou sobre a qualificação dos profissionais envolvidos na comunicação do MST, ao dizer que o trabalho comunicacional com os movimentos sociais exige uma apurada visão crítica do mundo, além de uma sólida formação política. “E existe espaço para quem quiser apostar nessa qualificação”, complementou.

A palavra dos presentes

Na opinião de Pollyana Chicuta, estudante de Relações Públicas, a palestra fez ela conhecer outra visão do assessoramento de comunicação. “O trabalho com movimentos sociais requer um cuidado diferenciado, no que diz respeito as estratégias utilizadas e a estrutura comunicacional, ou seja, é um novo olhar sobre a comunicação”, explicou.

A professora Andréa Moreira, por sua vez, fez um balanço positivo quanto à participação dos estudantes na última palestra promovida dentro da disciplina Assessoria de Comunicação. “Com a palestra do MST, eles puderam constatar que o engajamento político e social é um fator indispensável no perfil do profissional de comunicação. Espero que isso cause estímulo a todos, para que possam se aprofundar também nesse aspecto da formação do comunicador”, concluiu a docente.