Psicopatologia é pauta em debate do Curso de Psicologia

Evento tem a participação de profissionais de outras instituições do Brasil e do exterior


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Estudantes lotaram o auditório no primeiro dia da Semana de Estudos em Psicopatologia

Estudantes lotaram o auditório no primeiro dia da Semana de Estudos em Psicopatologia

Myllena Diniz – estudante de Jornalismo

As questões psíquicas relacionadas ao sofrimento mental despertam com frequência a atenção de psiquiatras e psicólogos clínicos. Para ampliar a discussão sobre o assunto, estudantes e profissionais do curso de Psicologia da Universidade Federal de Alagoas estiveram reunidos na Semana de Estudos em Psicopatologia, realizada nos dias 11 e 12 de setembro, no auditório do antigo Csau, em Maceió. O evento contou com a participação dos professores Mareike Wolf-Fédida, da Universidade Paris 7, e Marco Teixeira, da Universidade Estadual de Maringá (UEM).

No primeiro dia do encontro, os participantes acompanharam uma retrospectiva sobre a história da Psicopatologia e sobre o papel das diferentes abordagens da Psicologia na construção de estudos relacionados à área. Mareike Wolf-Fédida fez explanação sobre o surgimento das pesquisas destinadas ao sofrimento mental e apresentou o método como diferentes áreas do conhecimento compreendem a Psicopatologia. Para isso, a pesquisadora destacou a visão de linhas como Fenomenologia, Psiquiatria, Psicanálise, Comportamentalismo e Psicologia Cognitiva.

Mareike também destacou a importância da subjetividade para o entendimento dos transtornos mentais. “Desde o século 17, já existiam esforços para diferenciar as doenças que necessitam de muitos anos para serem reconhecidas. Já é antiga a noção de que devemos reconhecer que parte da subjetividade é sempre necessária para que sejam compreendidas as questões psicopatológicas”, ressaltou.

Antes de Wolf-Fédida iniciar sua apresentação, a abertura da Semana de Estudos em Psicopatologia foi realizada pelos professores da Ufal Rodrigo Barros Gewehr, Henrique Bezerra e Heliane Leitão, sendo os dois últimos coordenadores da graduação e da pós-graduação em Psicologia, respectivamente.

O evento prosseguiu com mesa-redonda da qual fez parte o professor Marco Teixeira, da UEM. O convidado falou sobre as diferenças existentes em tratamentos da depressão. “A Psicanálise destaca que a Psicopatologia tem importante função no aparelho psíquico e que a depressão tem um sentido de expressão emocional para esse aparelho. Dessa forma, a Psicanálise apresenta algo diferente do paradigma da Psiquiatria, pois acredita que a depressão não deve ser eliminada, mas tratada. A Psiquiatria defende que a depressão seja erradicada por medicamentos. A Psicologia, por sua vez, quer que ela seja tratada por seres humanos, por ser uma expressão emocional”, salientou.

Além de Marco Teixeira, participaram da mesa-redonda os professores Charles Lang e Heliane Leitão, da Ufal, e Mareike Wolf-Fédida. Essa integração entre pesquisadores locais e de outras instituições de ensino consolida as ações desenvolvidas nos campi da universidade alagoana. Para o coordenador da graduação em Psicologia da Ufal, Henrique Jorge Bezerra, a participação de profissionais de outras universidades em eventos realizados em Alagoas demonstram o amadurecimento do curso.

“A articulação e a proximidade com pesquisadores de outras instituições nos permite uma cultura universitária de interação e a construção de autonomia intelectual por meio de diálogos. Seja por semelhança ou por contraste de ideias, nós temos a oportunidade de criar nossa postura teórica como profissionais. Dessa forma, eventos que cultuam a democracia em relação ao conhecimento do outro faz com que o conhecimento seja socializado”, destacou.

Para os alunos de Psicologia, a experiência foi enriquecedora. De acordo com Carlos Inácio dos Santos, estudante do 1º período, o momento foi de reflexão. “Considero a Semana de Estudos em Psicopatologia de extrema importância, pois trouxe uma compreensão maior acerca do universo da Psicologia e, em especial, da área de Psicopatologia. O evento nos fez refletir sobre esse assunto na contemporaneidade, sobre os diferentes estudos e as formas de tratamento”, avaliou.