Edufal homenageia centenário de Manuel Diégues Júnior

Editora relança obras em comemoração ao centenário do escritor alagoano


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A Edufal lança a reimpressão da 3ª edição do livro

A Edufal lança a reimpressão da 3ª edição do livro

Myllena Diniz – estudante de Jornalismo

No ano do centenário do alagoano Manuel Diégues Júnior, a Editora da Universidade Federal de Alagoas (Edufal) relança duas obras do escritor. As reimpressões da terceira edição do livro População e açúcar no Nordeste do Brasil e da segunda edição de O Bangüê nas Alagoas: traços da influência do sistema econômico do engenho de açúcar na vida e na cultura regional passam a integrar a Coleção Nordestina da Edufal, uma coletânea de títulos sobre o Nordeste do Brasil e sobre a cultura da região.

A obra População e açúcar no Nordeste do Brasil aborda fenômenos característicos da vida cultural nordestina. A publicação destaca conflitos referentes à reforma agrária e à distribuição populacional. Para isso, Manuel Diégues Júnior sugere mecanismos que indicam a reforma agrária como a solução para o problema alimentar que afeta o Brasil.

Já em O Bangüê nas Alagoas: traços da influência do sistema econômico do engenho de açúcar na vida e na cultura regional o intelectual realiza investigação histórica sobre a cana-de-açúcar no Nordeste brasileiro. Nesse contexto, a obra também faz referência ao período de surgimento e de consolidação do açúcar como uma das mais influentes fontes da atividade econômica do Estado de Alagoas.

O lançamento dessas duas obras de Diégues Júnior era o que faltava para a Coleção Nordestina completar a sua trilogia do açúcar. Em 2006, a Edufal publicou a obra O engenho de açúcar no Nordeste: documentário da vida rural, que descreve mudanças ocasionadas pelo desenvolvimento das usinas e dos engenhos na região.

A figura de Manuel Diégues Júnior

Nascido em Maceió, em setembro de 1912, Manuel Diégues Júnior sempre esteve voltado para as ciências humanas e sociais. Em 1935, formou-se bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de Recife. Interessado desde cedo pela Sociologia, o alagoano lecionou as disciplinas de Antropologia Cultural e do Brasil, bem como dirigiu o Departamento de Sociologia e Política da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (Puc-Rio).

O intelectual também consolidou a carreira em universidades estrangeiras e ingressou na American Anthropological Association, a maior organização mundial de pessoas interessadas em Antropologia, e no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), órgão responsável pela preservação da cultura nacional. Além disso, Diégues Júnior presidiu a Associação Latinoamericana de Sociologia. Reconhecido internacionalmente, o alagoano faleceu em 1991, aos 79 anos, no Rio de Janeiro.

Em 2012, o escritor é homenageado pela Edufal no ano de seu centenário, por meio da publicação de novas edições de suas obras, que trazem o resgate da história da população nordestina.