Primeiro ecólogo humano da América Latina atua no Arboretum de Alagoas

Alagoano e pesquisador da Ufal, Ulysses Cortez é mestre em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental


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Ulysses Gomes Cortez Lopes trabalha no projeto Arboretum de Alagoas, desde 2006

Ulysses Gomes Cortez Lopes trabalha no projeto Arboretum de Alagoas, desde 2006

Tayane Barreto - estudante de jornalismo

Ulysses Gomes Cortez Lopes trabalha no projeto Arboretum de Alagoas, desde 2006. Em 2010, iniciou seus estudos de mestrado em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental, na universidade do Estado da Bahia (Uneb). Em fevereiro de 2012, concluiu o curso e tornou-se o primeiro ecólogo humano da América Latina.

Segundo o pesquisador, a ecologia humana tem como objeto de estudo a relação entre os seres humanos e a natureza e tem como propósito principal atuar como instrumento facilitador da sociobiodiversidade, além de criar um conceito sociocultural do meio ambiente. Ainda segundo ele, a partir da existência de profissionais nessa área há um incentivo na discussão sobre a sustentabilidade ambiental.

“Não existe hoje um ambiente no planeta em que o homem não esteve ou não esteja presente, então, é necessário proporcionar o debate sobre a relação entre ele e a natureza. A ecologia humana faz justamente isso, fortalece a discussão humana do meio ambiente e da ação de um determinado empreendimento sobre os ecossistemas”, afirmou.

Trazer o conhecimento da ecologia humana para o projeto Arboretum de Alagoas permitiu ao ecólogo realizar trabalhos importantes em todo o Estado, juntamente com os estudantes da universidade, com as usinas e com instituições sucroalcooleiras da região. Dentre os trabalhos desenvolvidos por Ulysses estão os projetos de recuperação de áreas degradadas das matas ciliares e da caatinga, análise e educação ambiental, além das atividades de cultivo e replantio de árvores dentro do Arboretum. “Meu interesse no Arboretum é fazer com que, não só os estudantes, mas toda a população se envolva mais com as questões ambientais”, disse.

O Arboretum de Alagoas é uma área de conservação ambiental da Ufal criado, em 2003, pela professora e bióloga Cecília Belo. Foi fundado com o propósito de transformar o que antes era um lixão em um bosque com árvores nativas dos biomas brasileiros que estivessem em extinção. Atualmente ele possui uma área de cinco hectares e mais de 100 espécies nativas cultivadas. Tornou-se um laboratório a céu aberto para os cursos de biologia, geografia, engenharia ambiental, agronomia, química, pedagogia e todos os outros que queiram interagir com as questões ambientais.

O projeto pertence ao Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS), está vinculado ao Núcleo de Educação Ambiental da Ufal e tem parceria com a Codevasf, CNPq, CRAD, PNF e Ministério do Meio Ambiente. A atual coordenadora do projeto, Flávia Moura, é professora da universidade, bióloga e doutora em Ecologia e Recursos Naturais.

O Arboretum de Alagoas está situado no Campus A. C. Simões, em Maceió, em frente à Superintendência de Infraestrutura (Sinfra) e pode ser utilizado como centro de aulas práticas, pesquisas ambientais, e atividades de educação ambiental. Está aberto à visitação do público em geral de segunda à sexta da 8h às 16h. Mais informações pelo celular (82) 8890-3440 e pelo email: ulysses.crtz@gmail.com.