Governo garante desativação do presídio de Arapiraca

Reitor e representantes da comunidade acadêmica participam de reunião com Téo Vilela, que recorreu ao Judiciário para a transferência dos reeducandos


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Reitor e comunidade acadêmica em reunião no gabinete do governador Téo Vilela

Reitor e comunidade acadêmica em reunião no gabinete do governador Téo Vilela

Simoneide Araújo – jornalista

Em reunião nesta sexta-feira (13), com o reitor da Universidade Federal de Alagoas, Eurico Lôbo, e representantes da comunidade acadêmica do Campus Arapiraca, o governador Teotônio Vilela Filho garantiu que o presídio Desembargador Luís de Oliveira Souza será desativado e os reeducandos transferidos. A data não está definida, mas o chefe do Executivo disse que o Judiciário também está empenhado para resolver o problema de insegurança gerado pelas frequentes fugas do sistema prisional e invasão à área da Ufal naquele município.

Vilela explicou que em 15 dias ficará pronta a ampliação do presídio Baldomero Cavalcante, em Maceió, que terá capacidade de receber 200 reeducandos. Aliado a isso, o Judiciário se comprometeu a realizar um mutirão para julgar os casos de pessoas que já cumpriram suas penas e podem ser liberadas ou passem a usar tornozeleiras.

Essas medidas vão gerar vagas no sistema prisional e, só assim, o governo poderá solicitar ao juiz da Vara de Execuções Penais da capital, Braga Neto, a transferência da população carcerária de Arapiraca. “Vamos criar as condições exigidas pelo Judiciário para fazermos a transferência dos presos. Estamos mantendo interlocução com o Poder Judiciário para procurar saídas emergencias”, garantiu Vilela.

O governador também anunciou que na próxima semana terá reunião com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, para pedir a liberação de emenda, já aprovada, para construção do novo presídio para Arapiraca. Vilela informou que a contrapartida do governo, de R$ 1 milhão, está garantida. “A retirada dos presos está certa e será o mais rápido possível, porque é extremamente desconfortável governar um Estado, onde um campus universitário está parado por falta de segurança”, completou, referindo-se a paralisação das atividades da Ufal em Arapiraca. “A mobilização dos servidores e alunos é uma luz piscando, dando alerta para todos os poderes envolvidos nessa questão da segurança pública”.

Momento histórico

O reitor Eurico Lôbo disse que a decisão de parar as atividades é única e histórica para a universidade e que a motivação foi a falta de segurança em virtude de o Campus Arapiraca estar vizinho ao presídio Desembargador Luís de Oliveira Souza. “Precisamos retirar o presídio de lá para garantir um ambiente de paz onde se possa produzir o que uma universidade se propõe que é o ensino, a pesquisa e a extensão”, destacou.

Lôbo, mais uma vez, afirmou que a Reitoria está engajada para buscar soluções junto ao Executivo, ao Judiciário e ao Legislativo para resolver o problema. “Estamos buscando saídas para garantir a segurança e proteger a vida de nossos alunos e servidores. A interiorização da Ufal é um projeto vitorioso para todos nós. Tenho certeza que a decisão do governo está tomada e, com isso, conseguiremos voltar as nossas atividades em paz e sem riscos”, declarou.

Paralisação continua

Os representantes da comunidade acadêmica de Arapiraca disseram que as atividades continuam suspensas. “Só voltaremos às atividades quando o último preso for retirado do presídio. Não podemos colocar nossas vidas em risco. O que temos no campus é um cenário triste de marcas de balas, reeducandos feridos e sequestro. Por isso, pedimos ao governador celeridade para resolver o problema”, revelou a diretora acadêmica do campus, Eliane Cavalcanti.

Professores e alunos relataram que a situação de insegurança vem desde 2006. “A fuga do presídio no último dia 2 foi a décima primeira, mas ontem [quinta-feira, 12], mais cinco pessoas fugiram. Também recebemos a informação que hoje [sexta-feira] houve tiroteio no presídio”, contaram.

Também participaram da reunião o presidente da Associação dos Docentes da Ufal, Antônio Passos, o diretor-geral do Campus Arapiraca, Márcio Aurélio, representantes dos professores, dos servidores técnicos e dos estudantes e os secretários estaduais de Articulação Política, Rogério Teófilo, do Gabinete Civil, Álvaro Machado e do Gabinete do Governador, Herbert Motta.