Baixo São Francisco comemora 510 anos do rio da Integração Nacional


07/10/2011 09h56 - Atualizado em 13/08/2014 às 11h08
Fábio Lima, chefe da RRNE/MinC, anunciou edital Microprojetos Rio São Francisco. Foto:Maíra Brandão – Ascom RRNE/MinC

Fábio Lima, chefe da RRNE/MinC, anunciou edital Microprojetos Rio São Francisco. Foto:Maíra Brandão – Ascom RRNE/MinC

Fonte: Assessoria RRNE/MinC

O Baixo São Francisco esteve em festa no último dia 4 de outubro durante as comemorações, em Penedo (AL), dos 510 anos de descobrimento do rio São Francisco. Para comemorar a data e promover uma reflexão na população sobre o processo de revitalização do rio da Integração Nacional executado pelo Governo Federal ao longo da bacia hidrográfica, diversas instituições, como o Ministério do Meio Ambiente, o Ministério da Integração Nacional, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), prefeituras, entre outras, realizaram o evento “São Francisco Vive”, que teve comemorações em diversas cidades do vale, desde a região da nascente até a área no qual o “Velho Chico” encontra-se com o mar entre Alagoas e Sergipe.

O dia de comemoração foi aberto com a apresentação do Toré da tribo Kariri Xocó de Porto Real do Colégio, Baixo São Francisco. A apresentação foi acompanhada por um público bem variado que misturava estudantes, ambientalistas e pescadores. No mesmo palco, montado na orla fluvial de Penedo (AL), em frente à secular Igreja de Nossa Senhora da Corrente, o público também pôde cantar o São Francisco com a apresentação do músico Vavá Cunha, que interpretou composições dele em parceria com o músico Geraldo Azevedo, na apresentação musical e teatral “A Velha e o Cantador”, que teve na personagem a “Velha” uma ribeirinha com figurino que ilustrava a cultura do vale do São Francisco.

O canto coral de Alagoas também esteve presente com a apresentação do coral Vozes de Penedo, que iniciou a apresentação cantando a oração de São Francisco de Assis, considerado santo protetor da natureza.

O Ministério da Cultura (MinC) aproveitou as comemorações pelos 510 anos do São Francisco para anunciar o lançamento do edital do Programa Mais Cultura – Microprojetos Rio São Francisco, que apoiará a realização de atividades culturais de baixo custo nos 504 municípios que compõem a bacia hidrográfica do “Velho Chico”. Em Alagoas, são 49 municípios que integram o vale do São Francisco alagoano, entre eles municípios do sertão como Maravilha e Santana do Ipanema, e do agreste, a exemplo de Arapiraca e Lagoa da Canoa, além daqueles localizado na calha do rio, como Penedo e Traipu. A previsão do ministério é que o edital esteja disponível para consulta no website do órgão até o final do mês de outubro.

As comemorações também contaram com corrida de canoa, que percorreu o trecho entre o povoado Ponta Mofina e o porto das balsas em Penedo. Como o tema das festividades foi a revitalização do rio São Francisco, a Codevasf realizou peixamentos que inseriram 600 peixes de espécies nativas no “Velho Chico”, sendo 300 mil em Piaçabuçu e outros 300 mil em Penedo. Durante o peixamento em Penedo, o público presente ao evento realizou um abraço coletivo ao rio, simbolizando a união em torno da revitalização do rio São Francisco.

Para encerrar as festividades no período da manhã, foi realizado um plantio de árvores nativas de mata ciliar no trecho do rio próximo à prainha fluvial de Penedo, que contou com a participação do público, uma delas a estudantes universitária Syrleide Menezes. “Eu moro aqui próximo e sei que será mais fácil cuidar e acompanhar o desenvolvimento da árvore. Então decidi plantá-la e contribuir com a recuperação da mata ciliar do São Francisco”, comemorou. Ela revelou que não possui muitos conhecimentos sobre o manejo da árvore, mas que irá procurar orientação de técnicos da área para dar os cuidados necessários ao desenvolvimento da planta.

No período da tarde, as atividades ocorreram no auditório do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Penedo (Sindspem) com a realização de palestras que orientaram estudantes da rede municipal de educação sobre a preservação do “Velho Chico”.

Diversas autoridades participaram do evento “São Francisco Vive” em Penedo, a exemplo do assessor da Presidência da Codevasf, Athadeu Ferreira, que representou o presidente em exercício da companhia, Clementino Coelho, e o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, o secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental, Eduardo Assad, e o diretor de Revitalização de Bacias Hidrográficas, ambos do Ministério do Meio Ambiente, o secretário de Articulação Institucional do Ministério da Cultura, João Roberto Peixe, o coordenador de Microprojetos da FUNARTE, José Maurício de Oliveira Moreira, o presidente do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL), Adriano Augusto Jorge, o prefeito de Penedo, Israel Saldanha, vereadores, secretários municipais, entre outros.

Revitalização do São Francisco

“Todos presentes nestas comemorações são parceiros do rio São Francisco. Nós sabemos que precisamos das água do 'Velho Chico', mas somente quando sentimos os efeitos da agressão é que começamos a nos preocupar. Para isso, o Governo Federal, por meio da Codevasf e de outros órgãos como o Ministério do Meio Ambiente, está investindo na revitalização do rio”, declarou o superintendente da Codevasf em Alagoas, Antônio Nélson de Azevedo durante o evento. Ele ainda citou falas de pescadores para mostrar o entendimento da população sobre as ações de revitalização. “Sempre que realizamos peixamentos, os pescadores nos contam que peixes, como a xira, que antes não eram encontrados facilmente no rio, passaram a ser mais vistos após essas ações”, declarou.

Somente em Alagoas, o Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco sob execução da Codevasf está investindo quase R$ 180 milhões em ações de implantação de sistemas de esgotamento sanitário que pretendem acabar com o despejo de esgoto direto no rio e em seus afluentes, na contenção de processos erosivos nas margens do São Francisco, no apoio à gestão de resíduos sólidos, com ações como a implantação do aterro sanitário da bacia leiteira de Alagoas, e no programa Água para Todos, que a Codevasf executa com a implantação de sistemas de abastecimento de água em municípios do vale do São Francisco.

Outra ação importante da Codevasf na área de revitalização do rio São Francisco é a implantação do Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Itiúba (Ceraqua São Francisco), um centro científico, tecnológico e de produção de alevinos que possui entre suas atribuições produzir tecnologia para revitalização da ictiofauna, ou seja, a variedade de espécies nativas do “Velho Chico”.  Lá as espécies nativas passam por reprodução artificial para serem multiplicadas e inseridas no rio São Francisco, fortalecendo a vida. Os peixes inseridos pela Codevasf nos peixamentos são produzidos no Ceraqua São Francisco.

“Todas essas ações demonstram o compromisso da Codevasf com a revitalização do rio São Francisco. Mas é necessário que cada um faça sua parte. Não jogue lixo no rio. Dê uma destinação correta, que pode inclusive gerar renda. Zele pelo sistema de esgotamento sanitário de sua cidade. Para isso, não jogue óleo de cozinha no ralo. Faça melhor. Transforme-o em sabão e tenha renda com isso. Atitudes como essas são simples de realizar, mas cabe a cada um colocá-las em prática no dia a dia”, defendeu o superintendente regional da Codevasf em Alagoas.

As comemorações dos 510 anos do rio São Francisco foram uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e em Alagoas contaram com o apoio e participação do Ministério da Integração Nacional, por meio da Codevasf, Ministério da Cultura, por meio da Funarte e do Iphan, Ministério da Saúde, por meio da Funasa, Ministério das Cidades, Ibama, Funai, Agência Nacional de Águas (ANA), prefeituras de Penedo, Igreja Nova, Piaçabuçu, Arapiraca e Porto Real do Colégio, Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) e do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL) e ONGs ambientalistas.