Parabéns a todas as mulheres da comunidade acadêmica

Este ano, o Dia Internacional da Mulher, 8 de março, cai em pleno carnaval. A Ufal vai estar em recesso, mas nem por isso vamos deixar de comemorar e de homenagear a grande força feminina que movimenta os campi da Universidade Federal de Alagoas. Para começar, as mulheres são mesmo a maioria, tanto entre os estudantes quanto entre os servidores.

04/03/2011 11h19 - Atualizado em 13/08/2014 às 11h07
Reitora Ana Dayse Dorea: exemplo de competência e determinação

Reitora Ana Dayse Dorea: exemplo de competência e determinação

Lenilda Luna - jornalista

Segundo dados do Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI), são 17.167 alunos matriculados nos cursos de graduação presenciais da universidade. Destes, 9.268 (53,9%) são do sexo feminino e 7.899 (46,1%) do sexo masculino. Entre os servidores, incluindo docentes e técnicos, as mulheres também estão em maior quantidade. São cerca de 2900 profissionais ao todo, sendo que 1519 são mulheres.

E elas ocupam postos importantes. O cargo mais alto da universidade é ocupado por uma mulher, a reitora Ana Dayse Dorea, no segundo mandato consecutivo. Além de outras funções destacadas, como a Chefia do Gabinete, Pró-reitoria de Gestão de Pessoas e do Trabalho, Superintendência de Infraestrutura, diretorias nas oró-reitorias e nas unidades acadêmicas, coordenação da Assessoria de Comunicação, entre outras, que são ocupadas por mulheres competentes e dinâmicas.

“As mulheres não são apenas a maioria da comunidade acadêmica. Elas também se destacam. Nos vestibulares, os primeiros lugares em várias áreas de conhecimento, são de candidatas femininas. Nos concursos para docentes e técnicos também temos uma boa classificação de mulheres. Muitas das pesquisas realizadas na Ufal são lideradas por mulheres. Tudo isso demonstra a capacitação e a força feminina”, ressalta a reitora.

É bem verdade que essas mulheres convivem num ambiente privilegiado, de formulação de conhecimentos e de debates abertos sobre as questões sociais. Nem por isso deixam de enfrentar barreiras, preconceitos e jornadas duplas de trabalho, já que as estudantes, pesquisadoras, técnicas e auxiliares de limpeza têm em comum a responsabilidade das tarefas domésticas, acumuladas com uma pesada rotina profissional.

Mas elas representam o avanço que se busca na sociedade como um todo, onde os índices de violência contra a mulher ainda assustam. Segundo pesquisa da Fundação Perseu Abramo, a cada dois minutos, cinco mulheres são espancadas no Brasil. Mas estamos avançando, porque há uma década eram oito mulheres a cada dois minutos sofrendo agressões.

Portanto, no Dia Internacional da Mulher ainda temos muito para refletir e muita luta para encarar, mas não vamos deixar de comemorar cada conquista, cada mulher que passa no vestibular, que se forma, que trabalha, que pesquisa, que cresce e colabora  com o crescimento de toda a sociedade.

A coordenadora do Núcleo Temático Mulher e Cidadania da Ufal, Elvira Barreto, também avalia as conquistas e a importância de comemorar o Dia Internacional da Mulher. “Esse dia continua importante por muitos motivos, sem dúvida. Aqui me reporto àquelas mulheres que – em nome de tantas outras – vêm, sem trégua, enfrentando e reescrevendo ‘discursos instituídos e oficiais’, formulados a partir do referencial do homem branco, europeu e burguês, de cultura patriarcal, tomado como universal”, ressalta Elvira.

Dirigindo-se a todas as mulheres do mundo da ciência, do cotidiano, da vida, Elvira cita Florence Thomas para ressaltar o quando de “culpa” as mulheres carregam por sua ousadia. “Como não suspeitar de um discurso que condena Eva quando morde o fruto da árvore do saber e quando ela escolhe viver e conhecer a morte, o bem e o mal? E, apesar da condenação que significou este gesto, que bela a Eva inquieta, a Eva pecadora, a Eva transgressora... Afastamo-nos da interpretação que evidencia uma Eva pecadora, geradora do mal, mas, provavelmente, com os primeiros sintomas de uma mulher habitada pelo desejo. Assim, deixamo-nos interpretar de outra maneira, ou seja, como mulher iniciadora e desejante do saber”, celebra Elvira Barreto. 

Com essa reflexão otimista, apesar de tudo o que ainda precisa ser transformado, mas acreditando na força de todas para construir este caminho de superação, crescimento e liberdade, desejamos os parabéns às mulheres da Ufal!