A universidade para Alagoas: uma proposta aberta
03/01/2011 11h51 - Atualizado em 13/08/2014 às 11h08
Uma das principais ações da sua gestão é a interiorização do ensino, via Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). Com essa proposta, a Ufal, antes restrita praticamente a Maceió, vai ampliando seu campo de atuação para todo o Estado. Antes desse processo, contudo, houve algumas experiências nessa direção, como o Centro Rural Universitário de Treinamento e Ação Comunitária (CRUTAC), em Arapiraca, o curso de Agronomia, em Viçosa, o Núcleo de Extensão e Desenvolvimento Regional (NEDER) e o Programa de Assessoramento Educacional aos Municípios de Alagoas (PROMUAL), que davam assessoria técnica e científica a municípios de todo o Estado. Mas nenhuma delas teve a abrangência de investimentos em obras físicas e equipamentos como hoje.
Esse segundo ciclo de expansão está sendo realizado de modo amplo e sistemático, tendo o apoio, principalmente, do Reuni. A implantação do Programa sofreu resistência de segmentos politicamente organizados de discentes e docentes, mas, uma vez aprovado pelo Conselho Universitário, tenta vencer alguns obstáculos de infraestrutura e manutenção, hoje representando a principal via de acesso ao ensino superior para a população estudantil que mora em áreas distantes da capital. Os polos de Penedo, Palmeira dos Índios, Viçosa e os campi de Arapiraca e do Sertão, este localizado em Delmiro Gouveia, formam uma rede articulada à reitoria do campus A. C. Simões, em Maceió e abrem para os alagoanos do interior oportunidades que vão para além da formação pública e gratuita para carreiras do magistério. Hoje, circulam no complexo de polos e campi da Ufal, aproximadamente, 1300 professores, com mestrado, doutorado e especialização, 1600 técnico-administrativos e 21.000 estudantes, incluindo graduação, pós-graduação e Ensino a Distância (EAD).
Houve um salto acentuado nas contratações por concurso, na capacitação dos servidores e na ampliação do número de vagas para o ingresso na graduação, que conta agora com o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) como instrumento de seleção. Os dados da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação apontam um aumento na criação de cursos de pós-graduação e de editais em convênio com outras instituições, e do aperfeiçoamento técnico. Atualmente, quase 600 doutores e pouco mais de 400 mestres integram o quadro permanente da instituição. Uma parte desse contingente é formada por docentes vindos de outros estados do Brasil e do exterior, o que acentua a diversidade cultural e a troca de conhecimentos. No plano da graduação, novos cursos foram criados, a exemplo de Engenharia de Petróleo, Engenharia de Computação, Design e Química Tecnológica e Industrial.
No campo da pesquisa, existem centenas de grupos de pesquisa na pós-graduação e de projetos na área de graduação e extensão mantidos em convênio com instituições como a Capes, o CNPq, a Fapeal, e que atuam em diferentes temáticas. Um fato novo é a implantação do primeiro curso de mestrado profissional em Ensino de Ciências e Matemática. Segundo o Boletim Estatístico de 2009, a universidade disponibilizou quase 2.400 bolsas para a realização desses projetos. Parte dessa produção é transformada em livros editados pela Edufal que, além da política de publicação, organiza a Bienal Internacional do Livro de Alagoas, já na quinta edição em 2011.
Diante disso, os desafios da Assessoria de Comunicação da Ufal (Ascom) multiplicaram-se. O aumento na área de atuação da universidade exigiu a contratação de novos técnicos-administrativos e bolsistas de comunicação, bem como a compra de equipamentos, mas ainda é uma tarefa difícil cobrir todas as demandas. Só existem dois veículos de divulgação em atividade, a Folha Universitária, uma publicação impressa de periodicidade bimestral, e o Portal de Notícias. As matérias, em sua maioria, referentes a eventos científicos são produzidas pela equipe da Ascom, que conta com parceiros como o Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI) e os agentes de comunicação no interior.
Em âmbito de planejamento, todas as estratégias para o desenvolvimento da universidade seguem agora, de modo sistemático, duas orientações: o Projeto Pedagógico Institucional (PPI) e o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI). Esses documentos plurianuais contêm planos e metas que devem ser cumpridos pela instituição, avaliados permanentemente pelo MEC.