Ridesa lança em Brasília 13 novas variedades de cana-de-açúcar


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Reitora da Ufal e vice-presidente da Andifes, Ana Dayse Dorea, no encontro da Ridesa | nothing
Reitora da Ufal e vice-presidente da Andifes, Ana Dayse Dorea, no encontro da Ridesa

A Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro (Ridesa) lançou, na tarde da última quinta-feira, 25 de março, em Brasília, o Catálogo Nacional de Variedades RB de Cana-de-açúcar e apresentou 13 novas variedades RB produzidas nas dez universidades federais que formam a rede.

Das 13 espécies que foram liberadas, cinco são de propriedade da Universidade Federal de Alagoas – RB931003, RB931011, RB951541, RB98710 e RB99395. As duas primeiras, mais rústicas, são tolerantes a estresses hídricos, e as três últimas, são precoces e ricas em açúcar, além de possuir elevada produtividade. As variedades foram produzidas  através do Programa de Melhoramento Genético da Cana de Açúcar (PMGCA).

A Ridesa nasceu do antigo Programa Nacional de Melhoramento Genético da Cana-de-açúcar (Planalsucar), programa do governo federal que, em 1990, foi assumido por um grupo de universidades federais. Em 20 anos de história, foram desenvolvidas 59 variedades de cana-de-açúcar, que, somadas às 19 produzidas pelo Planalsucar, hoje correspondem a 58% da área de cana plantada no país. Atualmente a rede conta com 246 profissionais de uma equipe multidisciplinar, 89 professores e pesquisadores, 62 técnicos agrícolas, 75 técnicos operacionais e 20 administrativos.

O objetivo da Ridesa é, num prazo de 3 a 5 anos, atingir 70% da área plantada no país. Neste contexto, o diretor executivo da Ridesa, Marcos Sanches Vieira, ressaltou que a grande variedade de ambientes existentes no país é um desafio para a rede, pois as espécies têm que ser eficientes em diferentes condições. Segundo Marcos Sanches, as 13 novas variedades lançadas pela Ridesa se adaptam de Norte a Sul do país. Para Marcos, que é professor da Universidade Federal de São Carlos, o diferencial está no fato da rede congregar dez programas de pós-graduação em melhoramento genético, o que permite uma intensa troca de informações entre eles.

Parcerias

O sucesso da Ridesa se deve em parte à parceria público-privada, já que são 300 empresas conveniadas. O representante do setor sucroenergético, Renato Cunha, destacou a importância dessas parcerias que, segundo ele, tem feito com que o Brasil se diferencie na área de energia, ocupando posição de vanguarda.

A vice-presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Ana Dayse Dorea, ressaltou que os reitores sabem da responsabilidade para com a pesquisa e a formação de novos quadros nas universidades, que precisam de renovação e qualificação. Ana Dayse afirmou que a Andifes é parceira da Ridesa e que a parceria público-privado também deve ter continuidade.

O presidente da Ridesa, Valmar Corrêa, falou sobre a importância do cultivo de cana-de-açúcar para o país. Ele lembrou que o cultivo remonta praticamente ao descobrimento do Brasil, mas que nunca teve a importância nacional que tem hoje: “É uma questão de soberania nacional”, defendeu Valmar.