Ufal transfere tecnologia para o México na área de cana-de-açúcar


15/09/2009 18h03 - Atualizado em 13/08/2014 às 06h59
Professor Geraldo Veríssimo, coordenador do PMGCA e diretor adjunto da Ridesa

Professor Geraldo Veríssimo, coordenador do PMGCA e diretor adjunto da Ridesa

Rose Ferreira - jornalista

Entre os dias 19 e 27 de setembro, o professor Geraldo Veríssimo, do Centro de Ciências Agrárias (Ceca) e coordenador do Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar (PMGCA), juntamente com dois professores da Universidade Federal de São Carlos, estará no Estado de Vera Cruz, no México, proferindo palestra e visitando as Usinas do Grupo Piasa, que tem duas das maiores usinas de açúcar do México.

Na oportunidade, haverá a assinatura entre FAI/UFSCar com o Grupo Piasa, que visa à transferência de tecnologias para uso dessas empresas (uso de variedades RB) e a apresentação das palestras “A cana-de-açúcar no cenário mundial”, pelo professor Hermann Hofmann, da UFSCar; e “Melhoramento genético e o caminho para a produtividade”, pelo professor Geraldo Veríssimo.

“O interesse do México é usar as variedades RB desenvolvidas pela Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro (Ridesa). Como o contato inicial foi com São Paulo (maior centro brasileiro em cana), através da UFSCar, esse convênio será com aquela universidade, no entanto a Ufal, como ponto de partida das variedades RB, terá participação nos royalties dessa transferência de tecnologia”, explica Geraldo.

No México, existem 55 usinas de açúcar em funcionamento, mas o nível tecnológico está bem inferior ao Brasil. De acordo com o coordenador do PMGCA/Ufal, temos rendimentos 30 a 40% superiores. “Recebemos uma visita em 2007 de mexicanos (técnicos, diretores e fornecedores de cana desse grupo) e eles demonstraram grande interesse nas variedades RB desenvolvidas pela Ufal, haja vista a semelhança de ambiente (Alagoas e Vera Cruz no México)”, salienta.

Ainda segundo Geraldo Veríssimo, o governo do México está iniciando um trabalho visando à produção de etanol, tanto para a substituição da gasolina em seus carros, como também para exportar para os Estados Unidos, pois o país latino-americano tem tarifas diferenciadas e atraentes.

A Ufal tem uma posição privilegiada na Ridesa por conta do Banco de Germoplasma, criado em 1966 pelo Sindaçúcar/AL e herdado em 1990 pela Universidade. Nesse Banco, localizado na Serra do Ouro, no município de Murici, estão armazenados os recursos genéticos do PMGCA, com 2.600 tipos de cana (dentre espécies e híbridos). “Por isso a Ufal tem grandes possibilidades de exportar essas tecnologias. Além do México, estamos analisando propostas da Austrália, Peru e Angola”, finaliza Geraldo.