Pesquisa de Engenharia Química é premiada em Congresso Brasileiro


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Juliana Cordeiro apresentando o pôster

Juliana Cordeiro apresentando o pôster

Lenilda Luna – jornalista

O projeto “Estudo do Processo de Produção para o Biodiesel de Girassol” de autoria das alunas Juliana Cordeiro Nunes e Amanda Santana Peiter, com orientação dos professores Sandra Helena Vieira de Carvalho e João Inácio Soletti, foi apresentado pela aluna do 8º período de Engenharia Química, Juliana Cordeiro Nunes, no VIII Congresso Brasileiro de Engenharia Química em Iniciação Científica/2009, realizado em julho, na cidade de Uberlândia/MG.

 

Concorrendo com cerca de 250 trabalhos de pesquisa, de universidades de todo país, o trabalho das alunas da Ufal foi classificado em 1º lugar na sessão de Energia-Pôsteres. A classificação foi comemorada por alunos e professores: “É importante participar de congressos nacionais porque é uma oportunidade de ter contato com pesquisas realizadas em outros estados. Pudemos perceber que o nível de ensino e pesquisa desenvolvido em nosso curso é muito bom, quando comparado ao que é realizado em outras instituições, tanto que fomos classificados em primeiro lugar”, destaca Juliana.

 

O destaque nacional para a pesquisa sobre Biodiesel de girassol veio em boa hora, inclusive porque a nota do Enade para o curso foi 2, o que, numa classificação de 0 a 5, é considerado regular. “Apesar da nota baixa, percebemos que o curso tem qualidade, desenvolve boas pesquisas e pode crescer mais”, defende o professor Soletti.

 

A coordenadora do curso, Lindaurea Dantas Costa, também comemora a premiação. “Eventos e premiações dessa natureza traduzem o esforço e competência dos professores e alunos da Ufal, elevando o nome da universidade e da região Nordeste”, declarou a professora.  

 

Biodiesel

(com informações da Agência Brasil)

 

O professor João Inácio Soletti ressalta a importância das pesquisas sobre Biodiesel desenvolvidas pela Ufal. “Já temos uma pesquisadora reconhecida nessa área, que é a professora Simone Meneguetti, do Instituto de Química, que pesquisa as reações e novos catalisadores, e nós, do Laboratório de Sistema de Separação e Otimização de Processos (Lassop) desenvolvemos desde 2002 a parte de processos de produção, um trabalho de parceria importante para o desenvolvimento do biodiesel no Estado”, ressalta o professor.

 

O trabalho apresentado por Juliana Nunes em Minas Gerais tratou do biodiesel de girassol, mas outras matérias primas são pesquisadas no Estado.  “Temos pesquisas com biodiesel produzido a partir de amendoim, canola, ouricuri, castanhola e vários outras fontes encontradas em Alagoas”, destaca Juliana.

 

Segundo o professor Soletti, a tendência é que o biodiesel substitua gradativamente o diesel, que é um dos derivados do petróleo. “O biodiesel apresenta vantagens porque não é um combustível fóssil e é menos poluente, além de não gerar enxofre para o ambiente e liberar menos dióxido de carbono”, explica o professor.

 

A utilização do biodiesel é crescente. Já existem propostas para aumentar a porcentagem de biodiesel no diesel vendido em postos de combustíveis, que deve passar para 5%. Em julho do ano passado, o Comitê Nacional de Política Energética aumentou de 2% para 3% a quantidade de biodiesel adicionada ao diesel vendido nos postos brasileiros. A resolução foi publicada no Diário Oficial em março de 2008. Na ocasião, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, destacou a importância desse acréscimo gradativo. “Na medida em que antecipamos a mistura, estamos contribuindo para a saúde do meio ambiente. Estamos deixando de importar petróleo e com isso deixaremos de pagar um preço elevado, substituindo essa importação pelo biodiesel", declarou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

 

A modificação gerou uma demanda adicional de 420 milhões de litros, aumentando o consumo de biodiesel para 1,26 bilhão de litros. Alguns especialistas alertaram que a produção de oleaginosas não seria suficiente no país, por isso, pesquisas para a produção de biodiesel, a partir de várias fontes de matérias primas estão sendo estimuladas no país, e a Ufal tem se destacado nacionalmente nesse setor.

 

Engenharia Química participa do Seminário Alagoano de Energia

(com informações da Agência Alagoas)

 

A Secretaria do Desenvolvimento Econômico realiza, nesta quinta e sexta-feira, dias 10 e 11, o 2º Seminário Estadual de Energia, no Centro de Convenções, para debater as ações desenvolvidas pelo poder público e setor privado para o desenvolvimento da matriz energética alagoana. O vice-reitor Eurido Lôbo fará a abertura do evento e o professor Flávio Barboza irá representar a reitora Ana Dayse como presidente da mesarredonda "Balanço e Matriz Energética de Alagoas".

 

O curso de Engenharia Química da Ufal vai apresentar três trabalhos durante este evento: Gaseificação de Biomassa, Biocombustíveis em Alagoas e Dessalinização de água Salobra com Energia Solar. “É importante participarmos de um seminário que vai reunir poder público e empresas, para apresentarmos as pesquisas que podem colaborar com o desenvolvimento de Alagoas”, destaca o professor João Inácio Soletti.

 

O 2º Seminário Estadual de Energia abordará, entre outros temas, a produção de biodiesel, a potencialidade da energia eólica em Alagoas, a geração de eletricidade a partir da biomassa, os benefícios do aquecedor solar, a exploração do gás natural e a eficiência energética nas indústrias do Estado. Os painéis serão apresentados por técnicos e especialistas ligados a órgãos públicos, empresas e à área acadêmica.

 

Alagoas produz 74% de energia limpa

 

O Balanço Energético de Alagoas mostra o estado numa posição significativa em relação à matriz energética, com 74,3% da produção do tipo renovável. São 34,7% oriunda da energia hidráulica e 39,5% proveniente da cana-de-açúcar (biomassa). No consumo, 75,6% da energia é renovável e 24,4% não-renovável.

 

Segundo o secretário de Minas e Energia, Geoberto Espírito Santo, Alagoas ainda pode implantar, além da hidráulica existente, mais energia de biomassa (cana), solar e eólica. “O Estado está trabalhando para sensibilizar e atrair investidores para a eficientização das usinas de açúcar, gerando assim maiores excedentes de energia elétrica para o mercado”, afirma. 

 

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