Curso de Medicina cada vez mais voltado para as comunidades


02/06/2009 09h31 - Atualizado em 13/08/2014 às 00h49
Rosana Vilela, diretora da Famed

Rosana Vilela, diretora da Famed

Lívia Santana – estagiária de Jornalismo

O curso de Medicina, um dos mais concorridos da Ufal, destaca-se pela assistência prestada no Hospital Universitário. O HU é o maior cenário de prática, onde grande parte dos professores atende à comunidade e os alunos os acompanham para obter conhecimento e aprendizagem.

A Faculdade de Medicina (Famed) completou 59 anos de existência, no último dia 3 de maio. Hoje, a faculdade conta com 125 docentes efetivos, e a cada ano ingressam na Universidade 80 novos alunos, felizes por conquistarem uma vaga. Os alunos começam o estágio logo no primeiro período. “Eles vão logo para prática; esta é a característica marcante do curso”, afirma Rosana Vilela, diretora da Famed há três anos.

 “Ao completar seus 59 anos, a Famed faz uma homenagem especial a todos os seus atores imprescindíveis – docentes, discentes, técnico-administrativos e preceptores do serviço –, que juntos buscam formar profissionais e produzir conhecimento relevante para os novos desafios colocados pela sociedade”, ressaltou a diretora. Em comemoração ao aniversário, haverá o lançamento de um livro intitulado “Histórias da Medicina”, escrito por vários docentes e convidados. O livro será lançado ainda este ano pela Editora da Ufal (Edufal).

Embora o grande campo de prática e aprendizagem dos alunos da Famed seja o HU, há também a atuação dos alunos em outros hospitais, como o Hospital de Doenças Tropicais, o Hospital Geral do Estado (HGE), o Portugal Ramalho, o Hospital Sanatório e, principalmente, no Programa de Saúde da Família (PSF). Neste programa, os alunos conhecem a realidade das famílias pelas quais são responsáveis, com ênfase nas características sociais, econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas; identificam os problemas de saúde e situações de risco mais comuns as quais aquela população está exposta; aprendem a valorizar a relação com o usuário e com a família, para a criação de vínculo de confiança, de afeto e de respeito.

Ao se formarem, após seis anos de estudo, a grande maioria dos discentes faz uma seleção para residência médica, que é na verdade uma pós-graduação. Sem a pós, o formando encontra espaço no PSF, grande “acolhedor” dos alunos da saúde. “Não falta mercado, mas as condições variam”, afirma Rosana.

Este ano, um dos objetivos do curso é fortalecer a implantação do currículo elaborado em 2006,  que é desenvolvido do primeiro ao quarto ano, em três grandes eixos, constituindo o ciclo básico-profissionalizante, sendo o primeiro teórico-prático-integrado; o segundo  trata da aproximação entre prática médica e comunidade; e o terceiro com foco no desenvolvimento pessoal.

Os eixos Teóricos-Prático-Integrado (TPI) e de Aproximação da Prática Médica e Comunidade (APMC) são articulados entre si e permeados pelo eixo de Desenvolvimento Pessoal, ao longo dos seis anos do curso. Pretende-se que a organização curricular proporcione uma sólida formação teórica e aquisição de habilidades e atitudes necessárias à prática profissional competente, ética, humanizada e socialmente comprometida.

O enfoque pedagógico enfatiza o estudo e discussões em pequenos grupos, a busca a fontes teóricas e o desenvolvimento de atitudes e habilidades, junto aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). As atividades programadas levam o aluno ao laboratório de informática, à biblioteca e ao espaço de habilidades. O desenvolvimento curricular traz um processo ensino-aprendizagem que visa privilegiar metodologias ativas onde o aluno é o elemento fundamental. Este desenvolvimento acha-se baseado em casos motivadores e grandes temas, fundamentais na integração dos conteúdos de diferentes áreas do conhecimento e na inserção do aluno na comunidade (programa de saúde da família) desde o início do curso, com graus crescentes de complexidade.

Além do fortalecimento do currículo, a Famed  pretende inaugurar a nova sede, que está sendo construída no Campus A. C. Simões e que trará melhorias de estrutura. Pretende, ainda, incentivar mais a pesquisa e a extensão. “Medicina é um dos cursos com maior número de projetos,  que duram em média um ano e, muitas vezes, por eficiência, são renovados”, esclarece a diretora da Famed.

Segundo o projeto pedagógico, a missão do curso é ser pólo de transformação social e excelência acadêmica, através da formação do profissional médico para a assistência e pesquisa, voltado para a atenção à saúde individual e coletiva, dentro de princípios éticos, humanísticos e da integridade das ações.