Odontologia amplia atendimento a comunidade

O curso de Odontologia da Universidade Federal de Alagoas, que completou 52 anos de existência, é referência no atendimento à comunidade do entorno do Campus Maceió. Aliando teoria e prática, dispõe de uma clínica integrada adulto e infantil que permite aos alunos, a partir do quarto período, o contato direto com a realidade da profissão, complementando a carga horária exigida e ajudando as pessoas carentes que não têm como pagar um tratamento dentário.

04/05/2009 15h50 - Atualizado em 13/08/2014 às 00h41
Atendimento na clínica integrada

Atendimento na clínica integrada

Lívia Santana – estagiária de Jornalismo

O coordenador do Curso de Odontologia, professor José Zenou Costa, informa que com o ambulatório e sala de esterilização adequados - resultados da reforma ocorrida no final de 2008 - a população tem sido beneficiada e as condições de trabalho estão bem melhores. O atendimento na clínica é realizado diariamente mediante a marcação na recepção do ambulatório, que está localizado no prédio do Curso, no Campus A. C. Simões. Semanalmente são atendidos cerca de 150 pacientes, entre triagem, urgência e marcação.

“O atendimento é muito bom, só que agora o acesso está mais difícil, muito concorrido, e geralmente demora muito para conseguir. Tem gente que chega antes das 7h da manhã. Eu gosto daqui e já fiz de tudo: limpeza, extração e obturação,” conta José Cícero da Paixão, que há uns três anos faz consultas no local. Letícia da Silva Santos, 9 anos, veio marcar consulta acompanhada da mãe para fazer limpeza e extração e está ansiosa, “Acho aqui muito bom e legal”, disse ela.

Ana Cláudia de Queiroz faz tratamento há muitos anos e já leva a filha de sete para o mesmo caminho. Ela, assim como José Cícero e outros milhares de pacientes, já fez de tudo, e agora aguarda uma cirurgia que nem teve o trabalho de marcar – a acadêmica que faz o tratamento dela ligou e avisou. “Um dia eu não podia ir para a consulta e liguei para o celular da doutora para avisar”, adianta ela, prova do envolvimento e cuidado entre pacientes e acadêmicos. “Eu gosto porque coloca tudo novo. Vou colocar dentadura, vou sair bem bonita”, comemora Ana.

O ambulatório funciona de segunda a sexta-feira, sendo a triagem em adultos realizada todas as quartas-feiras, no período da manhã, e os pacientes, de acordo com suas necessidades, são encaminhados aos diversos tipos de tratamento odontológico, totalmente gratuitos. São realizados atendimentos de urgência às terças e quintas à tarde, a partir das 13h, e as quartas pela manhã, a partir das 7h, onde são distribuídas doze fichas por ordem de chegada. Tem prioridade: deficientes, gestantes, idosos a partir de sessenta anos e pessoas vindas do interior.

O coordenador anuncia uma novidade para este ano:“os pacientes terão um prontuário clínico, ou seja, uma pasta única, um histórico, uma documentação jurídica e legal. Antes eles tinham pastas em todas as clínicas onde eram atendidos, cinco, de acordo com a complexidade dos procedimentos”, explica Zenou Costa. Para o segundo semestre a clinica pretende ter atendimento de urgência de segunda a sexta.

Antes de atuar no ambulatório os alunos têm aulas teóricas, práticas no laboratório, e só então, quando aptos, vão para a clínica, onde trabalham em duplas, supervisionados por um diretor, coordenadores, e vários professores. No terceiro ou quarto período, os estudantes atuam na triagem. A partir do sexto período do curso, a medida que vão amadurecendo e ampliando os conhecimentos teórico-práticos, os estudantes já executam cirurgias.

A Faculdade de Odontologia, que apresenta este ano sua página na internet, abre sessenta vagas por ano no vestibular e o curso é integral – matutino e vespertino. No decorrer de quatro anos de estudo, os alunos percebem a realidade atual do país e a responsabilidade que eles têm com a saúde. O último ano, de acordo com o projeto pedagógico, é dedicado ao estágio realizado na própria clínica ou em instituições conveniadas à universidade, como o Hospital Geral do Estado e o Ifet.

O coordenador Zenou Costa relata que ao se formarem os estudantes encontram espaço maior nas redes públicas. “O Programa de Saúde da Família (PSF) é o grande “acolhedor” desses recém chegados ao mercado de trabalho, mas, infelizmente ainda existe pouca valorização do dentista nesses projetos”, disse ele.