Neab participa de debate sobre Abolição da Escravatura


12/05/2009 17h05 - Atualizado em 13/08/2014 às 00h43

Diana Monteiro – jornalista

A professora Clara Suassuna, coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (Neab), da Universidade Federal de Alagoas participa nesta quarta-feira, 13, do debate que tem como temática central a Abolição da Escravatura. O evento tem início às 10h, no Centro Formador de Saúde Valéria Hora, localizado na Rua  Pedro Monteiro, no Centro, e vai reunir representantes de órgãos governamentais e não governamentais, além de entidades representativas de movimentos negros do Estado.

Clara Suassuna, que representa a Ufal no debate, diz que a Abolição da Escravatura comemorada no dia 13 maio vem sendo discutida dentro do processo reflexivo de um ato histórico que marcou o Brasil por mais de 300 anos, iniciado em 1530  e se prolongando até 1888, com a assinatura da Lei Áurea pela princesa Isabel.

A temática vem sendo debatida porque, segundo Clara, a Abolição da Escravatura ocorreu sem haver um programa para absorção da mão-de-obra dos negros libertos. “Os estudiosos vêm questionando a comemoração da data festiva 13 de maio,  fazendo dela uma data reflexiva de análise de uma situação histórica e social que até hoje tem reflexos na sociedade brasileira”, diz Clara.

A população preta e parda detém 49% da população brasileira e o Brasil se sobressai como o segundo país  mais negro do mundo, ficando apenas atrás da Nigéria. “Mesmo assim - diz Clara - esta parcela significativa da população continua excludente no processo de qualificação tanto de trabalho quanto produtivo”.

"No Brasil nunca existiu democracia racial e a própria formação da sociedade brasileira foi violenta e discriminatória, a exemplo da escravidão que atravessou mais de três séculos", declara Clara Suassuna. 

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