HU se prepara para atender a casos da nova gripe


08/05/2009 11h29 - Atualizado em 13/08/2014 às 00h43

Tâmara Albuquerque - jornalista

O Hospital Universitário Professor Alberto Antunes da Ufal se prepara para atender os casos da Influenza A (H1N1), anteriormente chamada de gripe suína, que está colocando a população mundial sob o risco iminente de uma pandemia. Uma comissão multiprofissional foi criada para definir as estratégias de atendimento para as pessoas que forem encaminhadas ao hospital com os sintomas da nova gripe. Quatro leitos estão reservados para receber esses pacientes, que ficarão em isolamento na clínica pediátrica e na clínica médica do HU. O hospital estará de prontidão 24 horas para recebimento dos casos, embora o Hospital Hélvio Auto, no bairro do Trapiche, também seja unidade referência para o tratamento da doença.

Segundo explica a presidente da comissão, enfermeira Edna Melo, que coordena as ações de vigilância epidemiológica no hospital, foi criado um fluxo específico de atendimento para pessoas encaminhadas ao hospital com os sintomas da nova gripe que permitirá que elas recebam atendimento imediato, sem burocracia com o preenchimento de documentos, além de evitar o contato com demais pacientes e funcionários do hospital. As categorias profissionais que podem entrar em contato com os casos suspeitos de terem contraído o vírus da Influenza A, inclusive porteiros e recepcionistas, serão capacitadas para receber essas pessoas e encaminhá-las à assistência, seguindo normas de biossegurança.

O Hospital Universitário deve fazer a coleta das secreções da nasofaringe nos pacientes que apresentem os sintomas da doença para encaminhar ao Laboratório Central (Lacen), designado pelo gestor estadual da saúde para realizar os exames que vai dar o diagnóstico e identificar a cepa do vírus (H1N1).

O infectologista do HU, Arthur Maia, acredita que o país realmente corre um risco iminente de epidemia, mas lembra, no entanto, que muitos estados, inclusive Alagoas, possui um sistema eficaz e eficiente de vigilância epidemiológica que permitirá fazer o isolamento de casos em tempo hábil para quebrar a cadeia de transmissão do vírus. Ele enfatiza que a disseminação do vírus da nova gripe pode acontecer tanto pelas vias aéreas quanto pelo contato com secreções de pessoas contaminadas. Espirrar, tossir e ter contato com objetos de uso pessoal de pessoas portadora da doença pode levar ao contágio. Ao sinal de qualquer suspeita, lembra o infectologista, o recomendável é procurar ajuda médica no posto de saúde mais próximo da residência e nunca fazer a automedicação, que pode agravar ainda mais o quadro.

Os sintomas mais evidentes da gripe A (H1N1) ou gripe suína são febre alta (mais de 9°C), tosse, dor de cabeça forte e constante, dores pelo corpo nos músculos e  articulações e  congestão nasal. De acordo com Arthur Maia, o vírus da nova gripe tem estrutura semelhante ao vírus da gripe de 1918, conhecida como gripe espanhola, que  chegou a contaminar mais de 200 milhões de pessoas no mundo inteiro e matar mais de 40 milhões delas. Ontem, o ministro da Saúde José Gomes Temporão anunciou quatro casos positivos da nova gripe no país, mas garantiu que o vírus ainda não circula entre os brasileiros.