Engenharia de Pesca e Turismo desenvolvem o Baixo São Francisco

Engenharia de Pesca visa melhor qualidade de vida da comunidade

12/05/2009 08h03 - Atualizado em 13/08/2014 às 00h43
Laboratório de Engenhria de Pesca

Laboratório de Engenhria de Pesca

O curso de Engenharia de Pesca da Universidade Federal de Alagoas oferta anualmente 40 vagas, tem duração mínima de cinco anos e máxima de nove anos e prepara o bacharel dessa área visando à formação generalista, humanista, ética, crítica e reflexiva. Formará a primeira turma em 2011.

Conforme Projeto Pedagógico do curso, o engenheiro de pesca deve compreender as necessidades do indivíduo, grupos sociais e comunidades quanto aos últimos avanços tecnológicos, manejo dos recursos aquáticos e o desenvolvimento sustentável.

O curso de Engenharia de Pesca do Polo Penedo, tem como finalidade, dotar o profissional dos conhecimentos para desenvolver ações e resultados que visem melhorar a qualidade de vida das comunidades pesqueiras, conhecimento da biodiversidade dos ecossistemas aquáticos, manejo e gestão de ecossistemas aquáticos, sustentabilidade ambiental,  construção e gerenciamento de obras,  produção animal,  biotecnologia, captura, cultivo e transporte de organismos aquáticos,  inspeção de pescado e patologia de organismos aquáticos.

Tendo como principais atividades de subsistência a agricultura, pecuária e pesca, a cidade de Penedo possui cerca de 70.000 habitantes, dos quais 73% vivem na zona urbana.

A atividade pesqueira no município é artesanal e familiar, onde toda a produção é vendida no mercado consumidor da própria cidade, sem praticamente nenhum tipo de processo de beneficiamento e agregação de valor ao produto. As condições de armazenamento e comercialização são precárias. Algumas espécies de interesse comercial vêm se tornando escassas no Rio São Francisco, devido à pesca predatória e a aqüicultura tem sido incentivada e difundida,proporcionando uma atividade rentável para pequenos produtores.

A atuação do Engenheiro de Pesca é indispensável ao incremento da atividade na região para capacitar, fomentar e agregar valor ao produto, possibilitando a geração de emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da comunidade.

Os alunos do Pólo Penedo destacaram a ótima qualificação dos professores e a importância da interiorização da Ufal

Lucas Claudino Costa, estudante de 19 anos, que está cursando Engenharia de Pesca, explicou que, além das exatas, estão inseridos na grade do curso estudos sobre biologia, principalmente de organismos aquáticos, e sobre as ciências humanas e sociais, para que os alunos tenham um maior conhecimento sobre a comunidade local: como se organizam e como são as relações no mercado. Todos esses estudos integram-se para uma maior e melhor interação entre o homem e o ambiente em busca de uma proposta de desenvolvimento sustentável.

Pesquisas ajudam a conhecer a região

O curso aplica esses conhecimentos em três partes: a primeira que é a pesca, objeto de estudo da maioria dos estudantes do Polo, como Luiz Henrique, estudante do 6º período, que junto com outros estudantes analisa a seletividade da rede, ou seja, a escolha do tamanho certo da malha da rede evita que o peixe seja retirado do rio antes de ter completado o ciclo de desenvolvimento.

A segunda é aqüicultura, que é a criação de organismos aquáticos. Lucas ilustrou essa parte da grade curricular falando do contato dos alunos com as fazendas de camarão, visitando as criações de peixes, de crustáceos, de moluscos, e outras. O estudante afirmou que, no começo, a aceitação por parte dos pescadores não foi tão fácil, mas que hoje eles reconhecem a importância desse trabalho. O estudante ressaltou a importância da pesquisa científica para preservar o Rio São Francisco.

A terceira parte é a industrialização, que é o beneficiamento e a transformação do pescado, parte extremamente importante já que a totalidade da pesca é desembarcada em Penedo.

Outra pesquisa desenvolvida no curso de Engenharia de Pesca da Ufal é sobre o conteúdo estomacal dos peixes. Os alunos estão analisando se os peixes continuam com o mesmo hábito alimentar, se não, porque isto está ocorrendo e do que eles estão se alimentando.

Atuação do Engenheiro de Pesca

Com atuação em órgãos públicos e privados, Ongs e indústrias, o papel do engenheiro de pesca é fundamental e imprescindível no incremento e qualificação tecnológica destas atividades visando uma melhoria na qualidade de vida e erradicação da fome e da miséria no país. O engenheiro de pesca deve buscar melhorias tecnológicas que influenciem na qualidade de vida da comunidade pesqueira.

Turismo incrementa os roteiros da região

A aluna do 4º período do curso de Turismo, Josinete Estácio Teixeira, de 28 anos, que reside em Penedo, ressaltou a importância da divulgação. "muita gente pensa que nós estudamos para ser guias de turismo, mas nossa função é fazer o planejamento dos roteiros da cidade, para criar atrativos," explica a estudante.

Josinete esclarece também que muitas pessoas da comunidade pensam que o curso é pago, por isso ela sugere a divulgação no Estado e principalmente na comunidade local do curso de Tursimo oferecido gratuuitamente na universidade pública federal. "Temos uma opção de qualidade, com mercado de trabalho em expansão, e que muitas vezes não é conhecida dos estudantes da região", diz Josinete.

Nós estamos programando visitas a escolas do município e nos articulando com uma emissora de rádio para começarmos a informar a comunidade o que é o curso de Turismo. Faremos abordagem principalmente sobre o PSS para que haja uma maior demanda de candidatos anualmente. Esperamos  que essas ações venham a despertar as pessoas, porque acreditamos que o contato pessoal e o rádio são formas eficientes de atingirmos o nosso objetivo”, informa a aluna.

Ela disse que pretende trabalhar no planejamento do Ecoturismo associando atividades esportivas ao meio ambiente. Josinete também explicou  sobre as diversas áreas e segmentos do curso, como o turismo para idosos, para casais com filhos, para casais sem filhos, etc.

Todos os dias Ana Deje Santos Cruz, de 23 anos, atravessa de lancha o Rio São Francisco em direção à Penedo. Morando em Santana do São Francisco, Estado de Sergipe, ela é aluna do 2º. Período do curso de Turismo e também bolsista da Ufal, exercendo atividade na biblioteca do Polo.

O esforço tem valido a pena, porque, como fruto de seu aprendizado, participou da elaboração de dois documentários que foram apresentados no Seminário Integrador. “Um trata sobre o artesanato da cidade de Penedo e o outro sobre o Bairro Vermelho, bairro industrial de Santana de São Francisco que está abandonado”, diz Ana Deje. 

Penedo é  uma das mais importantes cidades históricas de Alagoas e já  sediou eventos nacionais importantes. Na década de 70, Penedo sediou por mais de uma vez o concorrido Festival de Cinema, que ficou famoso em todo o Brasil. 

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