Grupos de estudo de Nefrologia ajudam a prevenir o cálculo renal


06/04/2009 08h31 - Atualizado em 13/08/2014 às 00h38

Roberta Batista – estagiária de Jornalismo

O Grupo de Estudos sobre Nefrologia Integrado de Alagoas (Genial) existe desde 1992 e é coordenado por Maria Eliete Pinheiro, que atualmente é membro eleito do Departamento de HAS da Sociedade Brasileira de Nefrologia, professora da Universidade Federal de Alagoas, coordenadora do Centro Integrado de Nefrologia do Hospital Universitário e orientadora no Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Nutrição. O grupo tem em andamento pesquisas sobre nefrolitiase, conhecida como cálculo renal, e hipertensão arterial. As reuniões do grupo ocorrem toda quinta-feira, às 12h, no auditório da Nefrologia no Hospital Universitário.

Dos pacientes atendidos no HU, 85 a 95% têm alterações que levam a formação do cálculo renal. “Hoje, temos mais de 2.000 pacientes avaliados metabolicamente. O propósito inicial do grupo é intervir na causa fazendo a prevenção de recorrência da doença”, explica Eliete.

A prevenção consiste em uma dieta para a reorientação alimentar, visando a uma mudança de estilo de vida que consiste em adequar os níveis de cálcio no organismo, com maior ingestão de frutas cítricas e diminuição da ingestão de proteínas e sódio, pois o excesso aumenta a excreção desses dois minerais na urina.

O grupo criou recentemente uma Liga de Nefrologia e Hipertensão de Alagoas, a Linehal, que é um projeto de extensão com a participação de 20 alunos, dos 3º e 4º períodos de Medicina da Ufal. A liga também é coordenada pela professora Maria Eliete. Os componentes irão trabalhar na prevenção e na divulgação da hipertensão arterial sistemática, insuficiência renal crônica, além da nefrolitíase.

A professora explicou que, 30 a 40% dos pacientes que têm insuficiência renal crônica tem como causa a hipertensão, outros 30 a 40% têm como causa da insuficiência a diabetes e o restante dos pacientes têm como causa a nefrolitíase.

A médica explicou ainda que, principalmente no Nordeste, a causa do alto número de pacientes com cálculo renal acontece pelas ingestão em excesso de sódio e proteínas e, além disso, por causa da perda de muito líquido, devido ao calor. Esse líquido não é  reposto na quantidade que o organismo precisa.

Maria Elite ilustrou esses maus hábitos falando da alta ingestão de carne pelos pacientes. “Há algumas pessoas que comem carne três vezes ao dia, péssimo hábito, já que quantidade recomendada de carne é em uma refeição por dia”, alerta a médica. “Isso porque há um mito sobre a ingestão de proteínas, as pessoas acham que quanto mais ingerirem carne, mais fortes ficam”, conclui a pesquisadora.