Entidades debatem falta de atendimento a bebês

Sescretaria de Estado da Saúde se compromoteu a apresentar soluções ao problema da falta de assistência a bebês com cardiopatia congênita

13/03/2009 08h16 - Atualizado em 13/08/2014 às 00h33
Representantes de várias entidades participaram da reunião (Foto: Porllanne Santos)

Representantes de várias entidades participaram da reunião (Foto: Porllanne Santos)

Por Porllanne Santos - Gazetaweb

Representantes de órgãos do setor de Saúde debateram, em reunião realizada na tarde desta quarta-feira (11), na Escola Técnica de Saúde, no Centro de Maceió, o problema da falta de estrutura do Estado para atender crianças portadoras de cardiopatia congênita. Em Alagoas, apenas no ano passado, oito das 14 crianças que nasceram portadoras da patologia morreram.

Representantes do Conselho Estadual de Saúde, CUT, Sesau e Fórum Permanente contra Fundações Estatais de Direito Privado e em Defesa do Serviço Público e dos Direito Sociais estiveram presentes na reunião com o intuito de chamar atenção do governo para que medidas imediatas sejam tomadas no intuito de evitar que outras crianças venham a falecer pelo mesmo motivo.

Não faltam verbas

A implantação do serviço de cirurgia cardíaco-pediátrica de referência para o estado de Alagoas está prevista no Plano Estadual de Saúde (PES) para o período de 2008-2011, do qual extrai as prioridades a serem trabalhadas no plano estratégico de governo, denominado ‘Avança Saúde’. Segundo a representante do Fórum, Valéria Correia, o plano já garante recursos financeiros para o funcionamento deste serviço. A meta financeira para o ano de 2008 foi de R$ 1,2 milhão, indicando que o serviço já deveria ter sido implantado, evitando a morte das crianças. Para este ano, está previsto um investimento de R$ 3,6 milhões.

“As verbas já foram lançadas, mas o serviço ainda não foi criado. Além disso, existe uma ação civil pública com liminar, concedida pelo Juizado da Infância e da Juventude, que obriga o Estado a resolver o problema sob pena de pagar multa de R$ 10 mil para cada criança sem atendimento”, esclareceu Valéria.

Revolta

Uma criança de apenas dois meses de vida morreu vítima da cardiopatia congênita no Hospital Universitário, no início de fevereiro passado. De acordo com a mãe do bebê,  Josefa Adriana Pimentel, ainda foi possível conseguir transferência para o Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, mas a burocracia fez com que seu filho viesse a falecer.

 “Apesar do empenho da assistente social e da pediatra do hospital, não consegui salvar meu filho. Devido ao tempo em que passou no hospital, ele contraiu pneumonia e faleceu três dias após”, lamentou a mãe.

Resultado

Após a reunião, foi agendada, para o dia 25 do corrente mês, uma nova reunião entre comissões representativas do Conselho Estadual de Saúde e do Fórum Permanente Contra Fundações Estatais de Direito Privado e em Defesa do Serviço Público e dos Direito Sociais com o secretário de saúde, Herbert Motta. Representante da Sesau, que compareceu ao encontro desta quarta, garantiu que a Secretaria se comprometerá em apresentar soluções ao problema.