Primeiro programa Ufal e Sociedade de 2024 fala sobre a subsidência em Maceió

Na entrevista, a professora Regla Toujaquez fala também sobre as ações do Neabi no Ceca

Por Lenilda Luna - jornalista
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A professora Regla Toujaguez La Rosa Massahud, do curso de graduação em Engenharia de Agrimensura, do Campus de Engenharia e Ciências Agrárias (Ceca), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), é formada em Geologia pelo Centro Universitário de Pinar del Rio, em Cuba, com mestrado em Geociências pela Universidade Estadual de Campinas (SP), doutorado e pós-doutorado em Ciência do Solo pela Universidade Federal de Lavras (MG).

Ela será a primeira entrevistada, em 2024, do programa Ufal e Sociedade, da Rádio Ufal, que vai ao ar a partir do dia primeiro, às 11h, e estará disponível no podcast a partir do dia 2 de janeiro. Regla fala sobre o rompimento da mina 18, que aconteceu no dia 10 de dezembro, e sobre o necessário acompanhamento do caso. “Com certeza, a equipe coordenada pelo professor Emerson Soares vai continuar fazendo as coletas. Esse monitoramento é essencial porque esclarece sobre os níveis de Qualidade da água da laguna,  em cujo subsolo se encontram várias minas de sal, em monitoramento, preenchimento e fechamento final. O fechamento das cavidades é o procedimento adotado para evitar que eventos como o ocorrido no dia 10 de dezembro (sinkhole) aconteçam. O monitoramento é a chave para garantir que os processos em ação ocorram de forma controlada ou não, mas que sejam rapidamente percebidos, auxiliando a tomada de decisão por parte dos gestores”, destaca a geóloga.

Apesar do clima de otimismo e bons desejos, que faz parte do início de um novo ano, a verdade é que os desafios são muitos para os maceioenses, que enfrentam os efeitos do grave crime socioambiental provocado pela mineração de sal-gema no subsolo da cidade, sob a responsabilidade da empresa Braskem. “Mas os problemas são bem mais extensos, porque, por exemplo, chumbo e cadmio, encontrados na laguna, não tem a ver com a exploração de sal-gema. Então é preciso investigar outras possíveis fontes poluentes”, alerta a geóloga.

A professora, fala ainda sobre outras situações de risco que precisam ser monitoradas em Maceió, como as encostas habitadas na capital alagoana. Ela ressalta a necessidade de atualização do plano diretor, que estabelece as regras para a ocupação do solo na capital alagoana. “Precisamos pensar a cidade como um todo. São muitos problemas para monitorar”, relembra Regla.

Regla também coordena o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi), no Campus de Engenharia e Ciências Agrárias. Durante a entrevista, ela fala também sobre as ações previstas para 2024. “Temos um projeto chamado Solo Vivo, onde estudamos as plantas medicinais que fazem parte da tradição dos povos indígenas e dos africanos que foram escravizados e trazidos ao Brasil. Esse acervo está disponível para pesquisas interdisciplinares”, informa a professora.