Comunidade indígena Wassu-Cocal, de Joaquim Gomes, realiza "Ceca Tour"

Estudantes indígenas foram acompanhados pela equipe do Neabi e do projeto Solo Vivo
Por Jacqueline Freire – jornalista Fotos: Renner Boldrino
17/05/2023 14h09 - Atualizado em 18/05/2023 às 16h14

Os indígenas da comunidade Wassu-Cocal, do município de Joaquim Gomes – AL, realizaram uma visita ao Campus de Engenharias e Ciências Agrárias da Universidade Federal de Alagoas (Ceca/Ufal) na última sexta-feira (12), na ocasião, eles também visitaram, acompanhados da equipe do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) a Reitoria do Campus A.C. Simões.

A ideia para a visita veio de quando os integrantes do projeto de extensão denominado “Solo Vivo: Resgate de saberes sobre Agrobiodiversidade e Geodiversidade em povos tradicionais de Alagoas” realizaram uma visita à comunidade Wassu-Cocal, para conhecerem a região. Nesta mesma ocasião foi realizada uma palestra ministrada pelos discentes bolsistas e colaboradores do Projeto, onde foram apresentados os cursos existentes no Ceca.

“Após a apresentação dos dez cursos de graduação do Campus e como atuam estes profissionais após formados, procedeu-se a aplicação de um questionário para que se compreendesse se havia desejo, ou não, por partes dos estudantes do ensino médio em ingressarem na Universidade.

Indagados sobre conhecerem a Ufal, os estudantes informaram que não conheciam este espaço, apesar da Comunidade distar cerca de 70 km do Campus, apenas”, conta a professora Vanuze Costa de Oliveira, coordenadora adjunta do Projeto.

O projeto foi idealizado e é coordenado pela professora Regla Toujaguez, que também integra o Neabi. Ao ver o entusiasmo e o interesse dos estudantes, a equipe do projeto começou a buscar meios para viabilizar a visita ao Ceca.

A visita

No Ceca, os estudantes do ensino médio tiveram a oportunidade de ouvir representantes da Ufal (a professora Rosa Cavalcante, diretora acadêmica do Campus), do Neabi, com os professores Danilo e Cícero Calazans e Elânio Melo, graduando em Agroecologia; e do projeto Solo Vivo (Marília Grugiki), além de verem os resultados da pesquisa que eles participaram por meio dos questionários, apresentados pela graduanda Bárbara do curso de Engenharia Florestal.

Seguindo a programação, os discentes integrantes do Projeto Solo Vivo (Elânio, Bárbara, Aline e Elda) conduziram os estudantes da Comunidade Indígena a alguns dos laboratórios do Campus, onde estes puderam ouvir informações de atividades e pesquisas desenvolvidas na Instituição. Os espaços visitados foram: o Laboratório de Fitotecnia; prédio de Engenharia de Energia; o Laboratório de Entomologia Agrícola e Florestal (Leaf); o Laboratório de Ecologia, Conservação e Evolução Biocultural (Leceb); o Laboratório de Fitopatologia e o Laboratório de Aquicultura e Análise de Água (Laqua).

“Estes espaços têm sido utilizados para desenvolvimento de pesquisas na Instituição, além de atender projetos de Extensão da própria Ufal, no estado de Alagoas”, enfatiza a professora. Após as visitas, os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer o Restaurante Universitário (RU) onde puderam almoçar e desfrutar um pouco do espaço. Após o almoço, foram conduzidos ao A.C. Simões para conhecerem, também, este Campus.

“Por meio desta visita, pudemos compreender a importância de atividades como esta, em que pessoas externas à Universidade vêm visitá-la e conhecer o que acontece ‘dentro de seus muros’, cumprindo, desta forma, o papel da extensão universitária: aproximar a comunidade externa da Universidade. Destaco, aqui, o apoio da direção do Campus, do Neabi e claro, da Comunidade Wassu-Cocal. Estes apoios foram fundamentais para a realização deste dia: o Ceca Tour e a visita ao Campus AC Simões”, comenta a professora.

Para a professora Vanuze, receber estudantes do ensino médio no Ceca tem sido vista, pelos professores e pela direção do Campus como uma grande oportunidade para atrair este público às instituições de ensino superior e, por meio deste contato, despertar nos estudantes do ensino médio o interesse em cursar uma graduação.

“O que foi possível perceber naquele dia, é que os estudantes da Escola da Comunidade Indígena Wassu-Cocal, do município de Joaquim Gomes, após a visita aos laboratórios do Ceca demonstraram grande entusiasmo em ingressar na Ufal, demonstrando, inclusive, interesse por alguns cursos, como o de Agroecologia e de Engenharia Florestal. O que resulta em grande entusiasmo e satisfação na equipe realizadora do Ceca Tour, pois a semente foi lançada: despertar o interesse dos estudantes pelos cursos superiores da Ufal. E esta semente completará seu ciclo quando recepcionarmos estes estudantes nas aulas inaugurais da Universidade, que acontece todo início de semestre. Espero revê-los em breve e, desta vez, como discentes do Ceca/Ufal”, comemora.

Geovania Maria Honório da Silva, líder da Comunidade Wassu-Cocal, agradeceu a oportunidade em nome de sua comunidade. “Quero agradecer em nome da aldeia Wassu-Cocal pela recepção, pelo respeito, por tudo o que fizeram com os alunos, pela atenção, foi muito bom, só gratidão. Nossos alunos puderam adquirir mais conhecimento, em relação a Universidade e os cursos. Agradecemos a Deus pelo momento e a todos da equipe que nos acompanhou e nos recebeu, muito obrigada”.