O Dia Mundial e o Dia Nacional de Conscientização sobre o Autismo foi criado pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 2007, e oficializado no Brasil em 2018, pela Lei nº 13.652. A data, comemorada em 2 de abril, é importante para promover a compreensão do autismo e combater a discriminação e o estigma associados às pessoas autistas.

Na Ufal, o Núcleo de Acessibilidade (NAC) promove reuniões periódicas com estudantes autistas. A proposta é uma troca de experiências autônoma e participativa. “Independente do setor que esteja organizando a reunião, o protagonismo é do corpo discente. Levamos algumas sugestões de temáticas, mas é o grupo que decide que caminho seguir”, explica Daniely Spósito, assistente social do NAC.

Daniely Spósito explica ainda que ter um edital de bolsistas, com cota, ajudou o núcleo a identificar estudantes com deficiência (PcD) e com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Segundo dados do Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI), são 18 pessoas registradas no SieWeb que possuem o diagnóstico de TEA. Nós acolhemos dez destas. Há grupos que participam até 12”, detalha ela.

A adesão ao grupo é voluntária e depende da disponibilidade do estudante. “Há pessoas que ainda não se sentem preparadas para o acolhimento e para assumir na Ufal que está dentro do Espectro Autista. Isso se dá, especialmente, por receio de rechaço da comunidade acadêmica. Não podemos insistir porque compreendemos que cada pessoa terá seu tempo, seu momento. É uma questão de respeito à singularidade!”, ressalta Daniely.

Mas, para quem participa, a assistente social observa que o processo de fortalecimento tem sido bem interessante. “O grupo já se comunica sem nossa intervenção. Também estão realizando encontros independente do NAC. Esses são exemplos de vínculos coletivos. De forma individual a sala de apoio tem favorecido o lugar de acolhimento e cuidado em momentos que estão na Ufal. Estamos felizes em sentir que há avanços!", afirma.

A próxima reunião já está convocada para o dia 28 de março, às 15h, na sala do NAC, no Centro de Interesse Comunitário (CIC). O estudante Artur Manuel, do 7º período de Letras-Inglês destaca a importância do grupo TEA. “Participar das reuniões do grupo tem me feito sentir pertencente a algo. Eu sempre sentia que não era bem vindo nos grupos e meios sociais, com outras pessoas autistas eu sinto que posso ser eu mesmo”, relata o estudante.

Já Cauê Santos, estudante do 8° período em Ciência da Computação, conta que recebeu o diagnóstico depois de adulto e imaginou que deveriam ter outras pessoas diagnosticadas como ele na Universidade, então inicialmente seu objetivo nas reuniões era conhecer e se aproximar dessas pessoas. "As reuniões do grupo de apoio acontecem a cada quinze dias na sala do NAC no CIC, com horários variados buscando que todos tenham oportunidade de participar ao menos uma vez no mês. Os assuntos são bem diversos e o grupo é aberto para todas pessoas autistas ou aquelas que suspeitam ser. Como o horário é variado, se alguém tiver interesse recomendamos procurar o NAC", avisa.