O Centro de Convenções de Penedo foi inundado de música, poesia, festejos e de gente que gosta de arte e cultura. Mais de 700 pessoas prestigiaram a abertura do Festival de Música da cidade, na última quarta-feira (19). O evento vai até este sábado (22) com um programação recheda de atrações artísticas e atividade acadêmicas: shows, concertos, recitais, oficinas e mesas-redondas, além de publicações de livros e fóruns. O evento é uma realização Universidade Federal de Alagoas (Ufal), por meio do Centro de Musicologia do município (Cemupe), em parceria com o Governo de Alagoas, a Prefeitura de Penedo eu Sebrae.

O reitor da Ufal, Josealdo Tonholo, o coordenador do festival, Marcos Moreira, receberam os convidados para a noite de abertura. Também participaram da cerimônia o vice-prefeito de Penedo, João Lucas Queiroz, que representou o prefeito Ronaldo Pereira e a representante da Secretaria de Estado de Cultura, Teresa Machado. A vice-reitora da Ufal, Eliane Cavalcanti, o pró-reitores de Extensão, Cezar Nonato, e de Gestão de Pessoas, Wellington Pereira, o professor Willamys Soares, da Pró-reitoria de Graduação, a professora Márcia Silva, chefe de Gabinete da Vice-reitoria, entre outros integrantes da comunidade universitária e autoridades do município.

O reitor da Ufal, Josealdo Tonholo, expressa felicidade por ver o auditório lotado de pessoas e parabenizou à equipe da Universidade e do festival. “Toda a equipe aqui presente faz Penedo a cidade mais criativa de Alagoas. Nesse momento a gente começa uma maratona da cultura, da criatividade e do conhecimento. A Ufal colabora incrivelmente com esse trabalho. A Ufal é ensino, é pesquisa, é extensão, mas é da gente alagoana, e fico muito honrado em fazer parte disso tudo. Agradeço a todos pelo empenho. O Festival de Música é Ufal, e ela é nossa", afirmou o reitor.

Teresa Machado destaca a importância da relação entre o governo estadual, a cultura e o festival. Ela parabeniza a organização do evento e enfatiza a potencialidade artística de Penedo. "É um evento que mostra a potencialidade de Penedo enquanto destino turístico e cultural. Este festival fomenta e difunde a nossa cultura por meio de atividades pedagógicas e artísticas. Para além do lazer, também temos formação e é essa formação que fica e enraiza a nossa cultura", disse a representante da Secult.

O vice-prefeito João Lucas Queiroz justificou a ausência do prefeito Ronaldo Pereira, por conta de outro compromisso, e afirma que o festival coloca o município, hoje, no cenário nacional e internacional. "Reafirmamos o nosso compromisso com o povo de Penedo e de Alagoas, com a cultura e os músicos daqui. Nós sabemos que a nossa cidade é o berço da cultura alagoana e do Brasil. Penedo é uma das cidades mais importantes do mundo. É uma felicidade ver esse auditório cheio. É uma demonstração de que Penedo respira cultura, respira música", declarou o vice-prefeito.

O coordenador do festival, professor Marcos Moreira, agradece aos professores e artistas que participam do evento e enfatiza a realização da ação solidária, que arrecadou 300 quilos de alimentos para instituições carentes de Penedo. "Primeiramente eu gostaria de agradecer às pessoas que me ajudam a fazer o festival. A gente vê que pode contar com pessoas assim que compraram a causa. Agradeço também à Prefeitura de Penedo. Esse festival tem 13 anos e é itinerante, porque já passou por Marechal, Arapiraca, e acabou ficando de vez em Penedo. O festival tem como base a educação comunitária, pois é ela que insere a música dentro de um contexto comunitário gratuito. Estou muito feliz por esse momento", contou.

Show de poesia e romantismo musical

Após a solenidade de abertura, o cantor Guilherme Arantes entrou em cena para agitar e encantar o público presente. Dono de uma das vozes mais históricas e apaixonantes do Brasil, Guilherme Arantes fez o público vibrar por mais amor, paixão e vida. Ele relembrou algumas músicas antigas que ficaram marcadas até hoje na memória, como as composições Lindo Balão Azul e Planeta Água.

Com pianos, teclados e equipamentos de som ao seu redor, o cantor também apresentou músicas atuais do novo álbum A Desordem dos Templários (2021). As melodias de tecno eram mescladas à MPB aos vocais estridentes voluptuosos, com influências do pop, new wave e dance music. O palco e a plateia se transformaram em uma pista de dança dos anos 1970 e 1980.

Luzes azuis, verdes, vermelhas, incandescentes, foram refletidas sob o teto e sobre a plateia, conforme as temáticas de cada música apresentada. O show de luzes complementou à emoção sentida no espaço. Podia-se ouvir as vozes do plateia cantando as letras de cada composição e ver seus olhares de entusiasmo.

Guilherme contou à reportagem que para ele foi uma honra participar e ser o destaque do festival. Já cansado devido à sua entrega no palco, mas feliz por mais uma realização, o cantor revelou que deu foco em músicas que fizeram parte de sua história, de seus contextos e fatos de sua vida.

"Para mim é uma grande honra participar deste festival. É um evento bacana, uma iniciativa limpa e humana. A cidade é muito especial, tem uma personalidade e tem uma característica muito própria. Coloquei no show toda a minha história, das músicas, até por que são canções que entram e saem de nossas vidas. A música ganha o mundo e pertence a um território tão particular da vida da gente. Estou muito feliz em contribuir com o festival. Quero que seja um festival rico, plurimultifacetado", disse o cantor, ao complegtar que o Festival de Música de Penedo foca especialmente na inclusão.

"É um festival muito inclusivo e a inclusão é muito importante, principalmente no contexto social e político pelo qual nos encontramos no país. É um evento necessário para a música brasileira, para a alma da brasilidade, a nossa identidade", concluiu.

Darlene Teixeira, de 36 anos, estava prestigiando o show. Ela é coordenadora de eventos da Banda Fênix, de Penedo, cidade onde nasceu e vive. Para ela, o show foi um momento de relembrar histórias da vida e refletir sobre a família, o amor e o adeus.

"Achei o evento maravilhoso, me trouxe recordações maravilhosas da minha vida. A organização do evento está ótima e foi o que mais me chamou atenção. Guilherme falou sobre o amor, a vida, a família e o adeus. Foi maravilhoso, trouxe uma fonte de energia positiva para a cidade", contou Darlene, que também pontuou a relevância do festival.

"O festival traz muitos pontos positivos, como a economia provocada pelo turismo, a valorização dos músicos locais e as formações".

Sobre o Festival de Música de Penedo

O evento acontece até amanhã (22) e conta com diversas programações realizadas na cidade de Penedo, como shows, concertos, recitais, oficinas e mesas-redondas, publicações, fóruns, dentre outras atrações culturais.

Diversas oficinas pedagógicas e especiais aconteceram na quinta-feira (20) em diferentes pontos de Penedo. Oficinas de regência, trompete, trombone, técnica coral, de canto, clarineta, tuba, dentre outras atividades. Estudantes de Música e a comunidade puderam participar e interagir com os instrumentos.