Escola em todo lugar: app da Ufal cria rotina de estudo e atualiza informações sobre a covid-19

Projeto aprovado em edital de extensão será utilizado em escola de Rio Largo
Por Manuella Soares - jornalista
17/09/2020 15h57 - Atualizado em 18/09/2020 às 13h24

Na pandemia da covid-19 as casas das pessoas viraram escolas, mas como na realidade física, nem todos os recursos são equiparados e eficazes. Outro grande problema é o filtro de informações importantes que precisam chegar até a população para enfrentar de forma correta a doença causada pelo coronavírus.

Pensando em facilitar o acesso das crianças aos materiais de estudo ao mesmo tempo em que integra orientações das secretarias de saúde, o Grupo de Pesquisa Comunidades Virtuais da Ufal desenvolveu um aplicativo de celular que funciona off-line, sem precisar conexão com a internet todas as vezes que for usar.

Basta que os alunos atualizem uma vez por semana o app Escola em todo lugar, para ter acesso ao conteúdo disponibilizado pelos professores. De fácil navegação, o aplicativo contém um ícone de atalho para o material de estudo, que é divido por disciplina, onde a criança vai encontrar as atividades dos próximos dias.

A fase de teste está acontecendo com uma turma da Escola Municipal de Educação Básica Industrial Luigi Bauducco, em Rio Largo. Com a liberação na Play Store, esta semana, alunos de 10 a 12 anos matriculados no 5º ano fundamental da escola poderão usar a ferramenta.  Serão 65 crianças distribuídas em duas turmas.

“Esperamos que, neste momento em que as crianças não podem ir à escola, que elas usem o aplicativo criando uma rotina semanal e que possam se sentir, de alguma forma, ligadas à escola”, destacou o professor Fernando Pimentel, do Centro Educação da Ufal (Cedu), que coordena o projeto.

A iniciativa foi possível graças ao Programa Extensão Universitária no Combate ao Coronavírus, da Pró-reitoria de Extensão que está financiando os projetos aprovados em edital. A coordenação de Tecnologia da Informação é do professor Cleber Menezes, e a coordenação pedagógica da professora Maria da Paz Elias, Secretaria de Educação do Estado de Alagoas, que conta ainda com o apoio dos discentes Janaina Maria da Silva (Cedu) e Lucas Tadeu Vieira Moura de Santana (Instituto de Computação – IC), além de três bolsistas.

“Com os dados do teste piloto, esperamos as intenções da Secretaria Municipal de Educação para que a versão definitiva seja preparada para uso de toda a rede. Essa fase já seria pós-projeto”, adiantou Pimentel.

Enfrentamento à doença com segurança

Além de possibilitar o vínculo com a escola, o aplicativo criado na Ufal fornece de forma simples, direta e com fácil acesso, as principais informações sobre higiene, cuidados de saúde e a covid-19.

“O foco do projeto foi colocar nas mãos das crianças, adolescentes e seus familiares, conteúdo informativo e formativo. Se cada aluno do município recebe informações de qualidade no combate a covid-19, já se torna um disseminador de boas práticas”, enfatiza o coordenador Fernando Pimentel.

No menu principal do app o usuário encontra ícones que levam para conteúdos como o que é a doença, sintomas, transmissão, como se proteger e o que fazer se ficar doente. A ferramenta dá algumas dicas de saúde e mostra quais serviços de atendimento disponíveis para atender os pacientes com suspeita de coronavírus. Um espaço também é dedicado para publicar notícias atualizadas sobre a pandemia e informações importantes para que alunos e pais estejam conscientes e seguros.

O professor Fernando Pimentel e a equipe de desenvolvimento do Escola em todo lugar se mostram satisfeitos e confiantes com a tecnologia que aproxima a comunidade das pesquisas realizadas pela Ufal, cientes do “trabalho de formiguinha”:

“Evidentemente que não conseguiremos atender a todas as crianças, pois algumas não têm acesso a este tipo de tecnologia, mas acreditamos que não podemos ficar de braços cruzados. Estamos fazendo uma parte daquilo que pode ser feito. Outros órgãos e outras empresas devem buscar soluções para aquilo que ainda é desafio: a inclusão e o letramento digital”.