Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas inaugura sala no Ceca

Sala Aqualtune é símbolo das ações que buscam trazer representatividade para o ambiente universitário
Por Izadora Garcia - relações públicas
21/03/2024 14h38

O Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi) tem mais um local para realização de suas atividades na Universidade Federal de Alagoas (Ufal): a sala Aqualtune, inaugurada no último mês, no Campus de Engenharias e Ciências Agrárias (Ceca). Espaço de acolhimento será dedicado à troca de conhecimentos e saberes sobre povos afro-brasileiros e indígenas e ao atendimento dos estudantes.

A sala abrigará as atividades do projeto Solo vivo: resgate de saberes sobre a Agrobiodiversidade e a Geodiversidade em povos tradicionais de Alagoas e também funcionará como uma área de convivência dos bolsistas do Neabi e de atendimento aos estudantes, técnicos e professores do Ceca. A curadoria de mobiliário e ornamentação foi feita pela estudante Waldira Farias Barro do curso de Engenharia de Agrimensura e Cartográfica.

O diretor do Ceca, Gaus Andrade, ressaltou a importância do espaço para os estudantes, inclusive com relação à participação nos projetos de extensão tecnológica, como o da implementação do sistema de Aquaponia junto à comunidade indígena da Venezuela, o povo Warao.

Segundo a professora Vanuze Costa, a presença de um espaço destinado ao Neabi no Ceca mostra o compromisso que a direção do Campus, junto à coordenação do Núcleo, tem com a causa da representatividade dos povos tradicionais.

A professora Regla Toujaguez, que faz parte da coordenação do Neabi/Ceca, ressaltou a importância do espaço para acolhimento e troca de conhecimentos e saberes sobre povos afro-brasileiros e indígenas, bem como das discussões sobre raça e povos originários não apenas do Brasil, mas também da África, América Latina e o Caribe.

Aqualtune, princesa guerreira e avó de Zumbi

O nome da sala é uma homenagem à Aqualtune, princesa do Congo, escravizada no final do século XVI, após uma invasão de mercenários ao país. Enviada ao Brasil, Aqualtune chegou em Recife em 1597 e, posteriormente, foi enviada a uma fazenda em Porto Calvo. Lá, comandou uma fuga com destino a um reduto de africanos livres.

Entre os filhos de Aqualtune estão os guerreiros Gamba Zumba e Gana Zona, e Sabina, mãe de Zumbi, o último líder do Quilombo dos Palmares.