Ações de extensão promovem troca de saberes entre a Ufal e a sociedade

Somente no ano de 2022, Ufal realizou mais de 325 atividades de extensão; iniciativas aconteceram em Maceió e no interior do estado

Por Eduardo Almeida - jornalista
14/07/2023 18h13 - Atualizado em 03/05/2024 às 15h41
Equipe Proex. (Foto: Renner Boldrino)

Equipe Proex. (Foto: Renner Boldrino)

Levar conhecimento para além dos muros da universidade e promover a troca de saberes entre a academia e a sociedade. Esse é o principal objetivo das ações de extensão, que ganharam destaque na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) nos últimos anos. Somente em 2022, foram mais de 325 iniciativas nessa área, beneficiando a população da capital e do interior do estado.

A extensão vem crescendo na Universidade, mesmo com redução de orçamento e com a pandemia, que acabou prejudicando essas ações. Entre as 325 iniciativas desenvolvidas em 2022, estão cursos, eventos, produtos, projetos e programas, que são desenvolvidos em todas as unidades acadêmicas, campi fora de sede e suas unidades de ensino, além de acontecerem no Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA).

A extensão na Ufal conta com inúmeros casos de sucesso, como o Programa de Apoio aos Estudantes de Escolas Públicas do Estado, conhecido como Paespe, que completou 30 anos de existência em 2022. Essa iniciativa busca capacitar jovens de escolas públicas de Alagoas e prepará-los para que eles possam enfrentar processos seletivos, como vestibulares e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Também com caráter social, o Programa de Extensão Conexões de Saberes é um curso pré-vestibular destinado exclusivamente para jovens em situação de vulnerabilidade social. O programa já auxiliou centenas de pessoas a ingressar nos cursos de graduação da Ufal. Na Chamada Regular do Sisu 2023, foram convocados nove alunos e alunas da turma do Conexões de Saberes. Muitos dos beneficiados voltam para o projeto, desta vez para auxiliar na condição de instrutor que vai contribuir com a inclusão de outros jovens no ensino superior.

As ações de extensão não se limitam aos moradores da capital. No Campus do Sertão, por exemplo, o Coral Universitário tem propiciado experiências artísticas não só para a comunidade acadêmica, mas também para a população da região, atuando como um importante ator cultural. A atividade é vinculada ao Núcleo de Expressão Artística.

No Campus Arapiraca, o destaque, em 2022, foi para a Semana de Envolvimento, organizada pela Coordenação de Extensão do campus com o propósito de fortalecer a relação sociedade-universidade. A ação contou com uma programação variada e buscou mostrar para a população do Agreste muitas das atividades que são desenvolvidas dentro da Ufal naquela região.

A extensão na Ufal também promove grandes eventos, que mobilizam não só a comunidade acadêmica, mas também marcam o calendário científico-cultural do estado: Bienal Internacional do Livro, Festival Internacional de Música de Penedo, Circuito Penedo de Cinema e a Expedição Científica do Rio São Francisco.

O principal desafio para colocar essas iniciativas em prática, de acordo com Cezar Nonato, pró-reitor de Extensão da Ufal, ainda é o aspecto financeiro. “Tendo em vista que é da natureza da extensão o encontro dialógico entre universidade e a sociedade, ela demanda investimento nas condições para propiciar as despesas que estão envolvidas com o deslocamento de estudantes, docentes e técnicos para o desenvolvimento das atividades junto aos diferentes setores”, explicou.

Novas perspectivas

Para 2023, uma das metas estipuladas pela Pró-reitoria de Extensão é concluir o processo de curricularização da extensão, ou seja, integrar as ações efetivamente aos cursos. “Encerramos o primeiro semestre letivo de 2022 com o seguinte cenário: no universo dos 104 cursos de graduação que a Ufal possui, 73 cursos já iniciaram a execução da Curricularização da Extensão por meio da implementação das Atividades Curriculares de Extensão”, observou Nonato.

O gestor complementa: “Por outro lado, vinte e seis cursos ainda se encontram em processo de construção das suas matrizes curriculares e nove já finalizaram a formulação das suas propostas, encontrando-se, assim, no estágio de tramitação das novas matrizes para que possam ser apreciadas no Conselho Superior Universitário da Ufal, o nosso Consuni”.

Na área cultural, a Pró-reitoria de Extensão (Proex) prevê a conclusão da política cultural da Universidade e o mapeamento das atividades culturais desenvolvidas na instituição. “Essas duas iniciativas são fundamentais para qualificar ainda mais o caráter educativo e cultural da Ufal, não só no sentido da formação da comunidade, mas também nos percebemos enquanto agentes culturais do estado de Alagoas”, reafirmou Nonato.

“Todas essas prospecções para o ano de 2023 estão intimamente ligadas à necessidade de ampliar o aspecto da função social da nossa universidade, sobretudo quando observamos que estamos num estado que ainda amarga índices como o de ter 17% da sua população em situação de analfabetismo e 36,7% das suas famílias em situação de fome, só pra dar um exemplo. Nesse contexto, as atividades de extensão universitária podem servir de terreno fértil para a construção de caminhos para a superação dessas condições, gerando possibilidades para o poder público em suas diferentes esferas e para as diversas organizações da sociedade civil”, concluiu o pró-reitor Cezar Nonato.

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