Docente do IM é homenageada por projeto de games educacionais

Jogos são voltados ao desenvolvimento do pensamento computacional e têm abordagem inclusiva

Por Izadora Garcia - relações públicas
28/04/2023 16h08 - Atualizado em 03/05/2024 às 15h41
Homenagem foi feita pelo Instituto de Tecnologia e Liderança (Arquivo Pessoal)

Homenagem foi feita pelo Instituto de Tecnologia e Liderança (Arquivo Pessoal)

A professora Cláudia Lozada, do Instituto de Matemática (IM) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), foi homenageada pelo Instituto de Tecnologia e Liderança (Inteli) por um projeto de games educacionais criado com o objetivo de desenvolver o pensamento computacional integrado ao ensino da matemática para alunos do Ensino Fundamental, nas versões web, para desktops e notebooks, e mobile, para celulares e tablets.

A homenagem ocorreu no início do mês, após a finalização do módulo e apresentação do protótipo desenvolvido pelos alunos da Inteli, com a participação da docente. “O projeto é de minha autoria e foi desenvolvido pelos alunos do Instituto de Liderança e Tecnologia com acompanhamento da orientadora, dos professores da instituição e por mim. Eles seguiram as diretrizes passadas nas reuniões e desenvolveram os games. Participei das reuniões, acompanhando todas as etapas do projeto e a evolução dos games”, explicou.

A professora considera que a homenagem é importante e motivadora, pois é fruto do reconhecimento do trabalho que vem desenvolvendo ao longo da sua carreira. “O reconhecimento é a valorização da contribuição do nosso trabalho para a sociedade brasileira na área de Educação e Tecnologia, formando profissionais e realizando pesquisas importantes para o desenvolvimento do país”, avaliou.

O modelo de ensino do Inteli se baseia em módulos de desenvolvimento de projetos, que consistem em desafios reais elaborados por empresas e instituições parcerias. No último ciclo, a Universidade Federal de Alagoas foi selecionada, a partir do projeto submetido pela professora Cláudia Lozada, pelo escritório de projetos do instituto para atuar como parceira. O desenvolvimento do projeto durou dez semanas e resultou em um protótipo que poderá ser baixado e adaptado para outras empresas, entidades governamentais ou organizações não governamentais (ONGs).

O produto desenvolvido a partir do projeto da docente têm como diferencial à valorização da cultura alagoana e uma abordagem inclusiva voltada para estudantes que estão dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e também para pessoas com o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). De acordo com a professora, a ideia do projeto surgiu das pesquisas desenvolvidas por ela na área de tecnologia voltada à educação e de uma inquietação sobre o uso de jogos que não se conectam à realidade da cultural dos alunos.

“A maioria dos games utilizados no Brasil são estrangeiros, sendo necessário um produto educacional que valorizasse a cultura brasileira e fosse adequado aos alunos brasileiros. No caso, os alunos alagoanos. A cultura alagoana é extremamente rica e a população de Alagoas é diversa, com quilombolas, indígenas e ribeirinhos, além de ter um fabuloso bioma. Dessa forma, com um game que valoriza a cultura alagoana, os alunos podem aprender o pensamento computacional agregado à matemática, de uma maneira interativa, atrativa, interdisciplinar, contextualizada e inclusiva, se identificando com os cenários, personagens e a história”, explicou.

Os jogos foram testados por professores e estudantes de uma escola alagoana. Em breve, será realizado um curso para capacitar os docentes para o uso em sala de aula. “Em outubro de 2022 foi publicado um complemento à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que trata da computação e, em janeiro de 2023, foi publicada a Lei de Educação Digital, ambas promovendo a cultura digital. Com base nesses marcos legais e considerando a falta de recursos tecnológicos nas escolas públicas, este projeto tem uma enorme relevância pois auxiliará na Educação Digital e na inserção dos alunos na Cultura Digital”, avaliou.

Carreira da docente é marcada por premiações pelas pesquisas em tecnologia e educação

Cláudia Lozada é docente do Instituto de Matemática desde o ano de 2018 e coleciona premiações nacionais e internacionais pela sua atuação em pesquisas voltadas à tecnologia e educação. Em 2020, ganhou o prêmio científico internacional Best Paper Awards promovido pela Columbia University, nos Estados Unidos da América. No ano seguinte, 2021, recebeu um prêmio nacional na área de Matemática Aplicada.

Em 2022, a professora foi homenageada pela Justiça Federal de São Paulo (JFSP) por sua relevante contribuição nos projetos dos laboratórios de inovação da JFSP e do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF 3), na área de inteligência artificial e para o avanço da Política de Inovação da Justiça Federal.

Dedica-se às pesquisas na área de Modelagem Matemática e Educação Matemática, com foco na formação de professores e tecnologias aplicadas à educação, além de pesquisas na área de inovação e inteligência artificial aplicadas ao judiciário, atuando como docente e orientadora no Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática (PPGECIM) e no Mestrado Profissional em Matemática (Profmat) da Ufal.