Aula pública marca o Dia Mundial da Saúde para a comunidade universitária

As professoras Lenira Almeida (Enfermagem)  e Valéria Correia (Serviço Social) falaram sobre o SUS como direito
Por Lenilda Luna - jornalista
08/04/2022 10h33 - Atualizado em 08/04/2022 às 18h00

A saúde como direito humano, que deve ser acessível a todas as pessoas, foi o tema central do Dia Mundial da Saúde, celebrado em 7 de abril, data instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1948. Desde então, ações humanitárias, políticas públicas e pesquisas sobre a situação de saúde das populações mais pobres e marginalizadas são inspiradas nos princípios da defesa da saúde como um valor universal. 

No Dia Mundial da Saúde, as professoras Lenira Andrade, da Escola de Enfermagem (Eenf), e Valéria Correia, da Faculdade de Serviço Social (FSSO), ambas da da Universidade Federal (Ufal), levaram estudantes para participarem de uma aula pública, na Praça Dois Leões, no Jaraguá, durante o ato que manifestou a contrariedade dos representantes de entidades da Saúde com a proposta da Prefeitura de Maceió de contratar Organizações da Sociedade Civil (OSC) para gerir as Unidades Básicas de Saúde. 

Durante a atividade, a comunidade universitária acompanhou exposições sobre a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), definida na Constituição Federal de 1988 como uma conquista do povo brasileiro, com recursos garantidos, controle social e acesso universal. “É de vital importância participar de atividades que contribuam para que essas pessoas que têm a oportunidade de estudar na Ufal entendam a amplitude do SUS, que vai muito além de tratar doenças, porque busca promover a saúde”, destacou Lenira. 

De acordo com entidades representadas no ato, as Organizações da Sociedade Civil são, na prática, uma forma de colocar os recursos públicos da Saúde para serem administrados por empresas terceirizadas. “Essa forma de gestão abre a porta para a iniciativa privada e para a interferência política na Saúde. O SUS deve ser totalmente público, com profissionais qualificados contratados por concurso. Desta forma vamos garantir essa promoção da saúde sem uma visão mercadológica que busca auferir lucros”, ressaltou a professora. 

Como pesquisadora de referência nacional sobre o Controle Social do SUS, a professora Maria Valéria Correa também reforçou a necessidade de estudantes do Serviço Social conhecerem melhor o papel que desempenham na Saúde Pública. “Temos um projeto de extensão de fluxo contínuo, um grupo de pesquisa e também o Fórum em Defesa do SUS, articulando a pesquisa e a extensão com o ativismo político em defesa do SUS público, estatal, universal e com participação social”, finalizou Valéria.