Pesquisadores investigam as causas da mortandade de peixes na laguna Mundaú

O fenômeno foi denunciado por pescadores em redes sociais neste domingo

Por Lenilda Luna - jornalista
14/03/2022 15h40 - Atualizado em 03/05/2024 às 15h37
Professor Emerson Soares ja nas análises em laboratório

Professor Emerson Soares ja nas análises em laboratório

Pescadores e marisqueiras que moram no Flexal de Baixo, no bairro de Bebedouro, em Maceió, usaram as redes sociais, neste domingo (13), para denunciar uma grande quantidade de peixes mortos às margens da laguna Mundaú. Os moradores também verificaram uma mancha de óleo no local, que eles consideram ter sido a causa da mortandade. A situação foi comunicada ao professor Emerson Soares, coordenador do Laboratório de Aquicultura (Laqua) e pesquisador da qualidade da água e da Ecotoxicologia Aquática. 

O professor Emerson convidou outros pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) para auxiliar nesta investigação. São os integrantes do Laboratório de Sistemas de Separação e Otimização de Processos (Lassop), coordenado pelos professores João Inácio Soletti e Sandra Helena Carvalho; e o Laboratório de Instrumentação e Desenvolvimento em Química Analítica (LInQA), coordenado pelo professor Josué Carinhanha. Esses pesquisadores já atuaram juntos na força-tarefa que investigou o derramamento de óleo no litoral nordestino, em 2019.  

Ainda no domingo, Emerson Soares foi à orla lagunar para coletar amostras da água e foi surpreendido com a proibição de seguranças da empresa Braskem. “Eles impediram o acesso à laguna, mesmo quando me identifiquei como pesquisador. Não pude rastrear em pontos mais próximos à localização da base da empresa. Precisei solicitar a presença da Polícia Militar para me deslocar pela área. Fico profundamente contrariado com essa situação, porque a laguna Mundaú não é uma propriedade privada”, reclamou o professor. 

Com as amostras que conseguiu levar para o laboratório, o professor já iniciou algumas análises na manhã desta segunda-feira (14), dos parâmetros físico-químicos e de alguns metais. “Ainda vamos aprofundar as investigações nos três laboratórios, e vamos analisar também os peixes. A princípio, não parece ser um problema de matéria orgânica acumulada na laguna. a hipótese é que seja realmente algum produto lançado nas águas. Mas só poderemos confirmar com mais alguns testes e em breve estaremos divulgando os laudos”, avisou o pesquisador.