Saúde do servidor sofre efeitos da pandemia e das incertezas administrativas

Quase 41% dos pedidos de afastamento no Siass são motivados por covid-19 e outras síndromes respiratórias
Por Lenilda Luna - jornalista
12/03/2021 14h09 - Atualizado em 15/03/2021 às 10h28

Depois de um ano convivendo com a pandemia da covid-19, o estresse e o luto afetam um grande número de pessoas. Entre os servidores públicos da Universidade Federal de Alagoas não poderia ser diferente. Segundo Luciana Gomes da Costa, gerente do Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor (Siass), cerca de 41% dos pedidos de afastamento durante o ano de 2020 foram motivados por covid-19 e outras síndromes respiratórias. O Siass é vinculado à Coordenadoria de Qualidade de Vida no Trabalho (CQVT) da Pró-reitoria de Gestão de Pessoas e do Trabalho (Progep).

A vacinação contra a covid-19, que teve como prioridades os servidores da linha de frente da Saúde no atendimento às vítimas da pandemia, trouxe um certo alívio, mas até mesmo as incertezas quanto à continuidade da vacinação para as demais faixas etárias, são fatores de estresse. “O Siass criou um atendimento psicológico remoto, mas manteve alguns casos na forma presencial, com todos os cuidados sanitários. Estamos nos adaptando para encontrar a melhor forma de atender às demandas dos servidores”, garantiu Luciana Costa.

Além dos casos de covid-19, o luto e a perda de pessoas têm provocado um adoecimento psíquico. “Infelizmente, servidores foram infectados pelo coronavírus. Outros entraram em sofrimento psíquico, como ansiedade, transtorno de sono, estresse pós-traumático, entre outros. Alguns perderam colegas de trabalho, amigos e parentes. Outro fator, é essa mudança de modelo de trabalho. Na Universidade, nós sempre fomos muito presenciais. De repente, fomos todos para o trabalho remoto, para proteger nossas vidas. Alguns se adaptaram rapidamente, outros não”, relatou Luciana.

Estruturar o ambiente de trabalho em casa não é uma tarefa tão simples. “Principalmente para as mulheres, este formato traz uma grande sobrecarga. Em casa elas cumprem as atividades profissionais, domésticas, cuidam dos filhos e das pessoas idosas”, destacou Luciana. E tudo isso com a preocupação extra de evitar contágio. Nesta situação da pandemia, até fazer compras no supermercado tornou-se um fator de risco. Essa situação será tema da próxima edição do projeto Diálogos.com. Luciana também falou sobre o assunto na edição desta semana do programa Ufal e Sociedade na Rádio Ufal.

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