Direito, Filosofia e Poesia: a história de Moezio de Vasconcellos na Ufal

Em 41 anos de docência, Moezio de Vasconcellos contribuiu para a formação de milhares de jovens

Por Izadora Garcia - relações públicas
26/03/2021 16h57 - Atualizado em 03/05/2024 às 15h37

Em maio deste ano, Moezio de Vasconcellos Costa Santos, um dos decanos da Faculdade de Direito de Alagoas (FDA), completará 47 anos de serviço na Universidade Federal de Alagoas. A carreira como funcionário público teve início em 1974 com o cargo de amanuense, fazendo cópias, registros e entregando correspondências. Após seis anos na função, hoje extinta, tornou-se docente substituto e, posteriormente, efetivo, acompanhando o desenvolvimento da maior instituição de ensino superior do estado de Alagoas.

A história do eloquente professor com a Ufal não se resume ao trabalho: Moezio é bacharel em Direito e em Filosofia com Licenciatura Plena, com ambas as graduações concluídas na Universidade. Sobre a contribuição da instituição para a sua área, ele é categórico. “A Ufal tem um papel de muito destaque no direito, desde 1933, quando foi criado o curso em Alagoas. Isso imprimiu grandes impactos, ao evitar que os mais aquinhoados [mais favorecidos] fossem estudar em Recife, Salvador e Rio de Janeiro”, relembra.

Para o professor, que já participou da formação de milhares de jovens, a educação é o maior bem que alguém pode conquistar e, por isso, ele se orgulha do que faz. “Tenho pautado a minha experiência levando educação intelectual à juventude do meu estado porque a educação é um dom que não se perde, dote que não se gasta e dádiva que não se limita”, versa.

Sobre momentos marcantes de sua trajetória na Ufal, o professor elenca dois fatos: ter recebido o 1º lugar em poesia no Prêmio Ufal de Monografia, Conto e Poesia, ainda enquanto escriturário, em 1976, e ter conhecido pessoalmente, em 1979, Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda, o eminente jurista alagoano, que detém o título de doutor Honoris Causa concedido pela Universidade.

Mas seus reconhecimentos como ilustre cidadão alagoano ultrapassam os muros da Universidade. Moezio ocupa a décima cadeira da Academia Penedense de Letras, Artes, Cultura e Ciências. A cidade onde nasceu está presente também em seus estudos. “Ainda na década de 80, iniciei uma pesquisa sobre o Patrimônio Histórico e Artístico Nacional presente em Penedo”, explicou. Como fruto do trabalho, nasceu o livro “Penedo: patrimônio e história – 100 anos da caminhada de sua diocese”, uma publicação de 570 páginas, ilustrada com fotografias.

Mesmo já tendo adquirido o direito à aposentadoria, o professor continua com uma rotina intensa de atividades de trabalho. “Hoje, quarta-feira, é um dos dias mais dedicados à Universidade: de 8 às 10h, estou à disposição do Escritório Modelo de Assistência Judiciária. De 10h20 às 12h20 ministro aula de Filosofia do Direito 1 e de 15h20 às 17h10 ministro aulas de Legislação do Petróleo, no curso de Engenharia do Petróleo. Creio que estou cumprindo meu dever como docente, orientador e mestre”, afirma orgulhoso.