Competência e bom humor em mais de quatro décadas de trabalho ativo na Ufal

Maria do Carmo Azevedo, a “Carminha do Cerimonial” completa, em junho, 47 anos de instituição
Por Diana Monteiro - jornalista
26/02/2021 14h33 - Atualizado em 17/01/2022 às 11h37

O semblante está sempre com sorriso e na mansidão da voz, quem diria, ali está uma pessoa bastante espirituosa que leva a vida com bom humor e sabedoria. Contagiante, quem não conhece a “Carminha do Cerimonial”? Pois é, uma atividade, como cerimonialista, que ela conduz há 25 anos na Universidade Federal de Alagoas. Mas a Carminha, tem uma longa jornada de trabalho como Maria do Carmo Leite Azevedo em sua trajetória de ensinamento, aprendizado e colaboração como servidora em seus 47 anos de trabalho ativo. Como ela costuma dizer, que se confunde com sua história de vida, da sua formação pessoal e profissional.

Carminha ingressou como servidora da Ufal em 18 de junho de 1974, na gestão do reitor Nabuco Lopes, quando a Ufal ainda ocupava o Campus Tamandaré, lá no bairro do Pontal da Barra, onde também já funcionou o Detran. O primeiro setor de trabalho foi o Departamento de Educação que integrava o então Centro de Ciências Sociais e Aplicadas (CCSA), no cargo de amanuense auxiliar, que corresponde atualmente a agente administrativo. Hoje técnica em Assuntos Educacionais, lotada na Pró-reitoria Estudantil (Proest), ela preside o Cerimonial Universitário.

O acúmulo de experiências adquiridas na trajetória de crescimento da instituição, como ela mesma diz, proporcionou, também o seu crescimento pessoal. “A Ufal representa tudo na minha vida, neste meu caminhar de 71 anos de vida e, desses, 47 anos como servidora da instituição. Acima dela, para mim, Deus e a minha família. É um longo caminho percorrido, com erros e acertos, resultando em experiência de vida. Nela, cresci como ser humano; cresci intelectualmente; cresci como cidadã e tornei-me o que sou hoje: ‘Carminha da Ufal’, ‘Carminha do Cerimonial’ e, ainda, há os que me chamam ‘A Voz da Ufal’. Existe alguma coisa melhor para um servidor ou servidora ser visto dessa forma, pela sua comunidade e pela comunidade externa? Deus me presenteou quando permitiu que eu obtivesse êxito naquele concurso”, relembrou emocionada.

A intimidade e o amor de Carminha pela Ufal começaram ainda quando estudante do curso de Letras Português/Inglês, sua primeira graduação. Tempos depois, veio a segunda, dessa vez em Direito, iniciada numa faculdade particular, mas concluída na Ufal. Segundo ela, uma prazerosa volta aos ‘bancos escolares’ da querida instituição com tantos significados para a sua vida. Identificada com as artes, também fez teatro e participou do Corufal, à época regido pelo maestro Benedito Fonseca.

No percurso da vida institucional de Carminha estão a participação na Comissão da Constituição de 1988, no âmbito universitário, o trabalho como primeira secretária do Centro de Educação (Cedu), quando de sua criação, onde também foi representante de seu segmento no Conselho da unidade acadêmica. Com a mesma finalidade, também fez parte do Conselho do então CCSA, mas Carminha faz um destaque para a sua grande identificação com setores de atendimento ao aluno, atividade iniciada nas coordenações de Pedagogia, Serviço Social e Direito e, posteriormente, no então Departamento de Assuntos Acadêmicos (DAA), atual Departamento de Registro e Controle Acadêmico (DRCA). Sobre o trabalho com diversificação de tarefas para lidar com a dinâmica de todos os cursos, a experiente servidora diz:

“A atuação no DAA foi um grande desafio, uma vez que saí do universo do secretariado nas coordenações de apenas três cursos para atuar com todos os cursos de graduação da Universidade. Sendo necessário o desenvolvimento de habilidades para o uso da legislação, normativos, resoluções no âmbito institucional e do Ministério da Educação. Outro desafio, foi trabalhar com a monitoria e estágios, na Proest, pois, além do corpo discente, ainda tinha que tratar com as instituições parceiras dos campos de estágio”, enfatizou.

Com uma trajetória de trabalho ativo permeado de experiências, ao ser perguntada sobre o que considera mais marcante na evolução da Ufal, Carminha faz o destaque para o projeto de interiorização: “Sem dúvida, a expansão da Universidade Federal de Alagoas para o interior, tornando-se cada vez mais acessível, sobretudo para a população mais carente dos municípios interioranos”. Destaca etapas para falar da importância e oportunidade de ter acompanhado de perto o lançamento e a concretização do projeto:

“Foi gratificante participar do lançamento da pedra fundamental dos campi Arapiraca e do Sertão e, posteriormente, também da colação de grau das suas primeiras turmas, contemplando a felicidade e a gratidão daqueles alunos e de suas famílias, com aquela conquista. Talvez uma oportunidade que jamais tivessem, se não fosse a expansão da Ufal”. No decorrer de sua atividade, como mestre de cerimônia também destaca o lançamento das pedras fundamentais dos futuros campi Penedo e do Litoral, em Porto Calvo, que reforça e retrata a continuidade do processo de evolução da Ufal em consonância com o desenvolvimento de Alagoas.

Cerimonial: 25 anos

O convite para participar do cerimonial ocorreu na gestão do reitor Rogério Pinheiro, quando foi regulamentado o Cerimonial Universitário, quando por meio de uma Portaria foi instituída uma comissão para organização e execução de todos os eventos da Universidade: colações de grau, seminários, congressos, lançamentos e títulos honoríficos. Carminha foi convidada pela então chefe de gabinete, Rosineide Lins e já são 25 anos que pertence à Comissão de Cerimonial e Eventos.

Além de atuar como mestre de cerimônia, ela participa de todas as etapas inerentes à atividade institucional e o trabalho, realizado em equipe, conta com as dedicadas servidoras Fátima Leobino e Maria do Carmo Silva. Faz um destaque para o apoio importante que a Comissão recebeu, para as colações de grau, da servidora Maria do Carmo Cavalcante, quando diretora do DRCA. “Participar, ativamente, dos grandes momentos na vida da instituição é algo que me compraz imensamente. Saber-me integrante do cerimonial que conduz a história da Ufal é gratificante e honroso para mim. Um misto de dever cumprido. Nada mais prazeroso do que viver esses momentos com a comunidade externa, com a sociedade”.

Ao destacar que é maravilhoso estar onde a Ufal está, Carminha diz que o seu grande desafio foi trazido pela pandemia em curso, que levou a instituição a criar uma dinâmica universitária adaptada à nova realidade: “O distanciamento social envelheceu-me décadas, deixando grandes marcas de saudades daquela rotina que tanto me faz bem e que me rejuvenesce”, disse saudosa.

Ao tempo em que parabeniza a Ufal pelos seus 60 anos de existência, destacando o compromisso da instituição alagoana com o desenvolvimento de uma sociedade mais justa, mais igualitária e mais fraterna e progresso da ciência, Carminha aproveita para dizer: “Muito obrigada, Universidade Federal de Alagoas”, reafirmando, assim, a importância da instituição para a sua vida, com esperança de um retorno às suas rotinas presenciais: “cada dia mais agradecendo por fazer parte da mais antiga instituição superior de Alagoas”.