Professoras de Arquitetura e Urbanismo participam de ato público

Moradores dos bairros atingidos pela mineração da Braskem se reuniram em frente à empresa
Por Lenilda Luna - jornalista
07/12/2021 08h17 - Atualizado em 07/12/2021 às 11h02
Professoras Adriana Capretz e Adriana Duarte

Professoras Adriana Capretz e Adriana Duarte

As professoras Adriana Capretz e Adriana Guimarães Duarte, ambas arquitetas e professoras da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Ufal e líderes do Grupo Representações do lugar (Relu), participaram, na sexta-feira,3, de ato de protesto dos moradores de cinco bairros que estão sofrendo afundamento por conta da mineração no subsolo. 

O grupo Relu tem projeto de extensão que está fazendo o inventário participativo das referências culturais (patrimônio material e imaterial) dos bairros atingidos. "A empresa Braskem é responsável pela perda das memórias, das raízes e do sentimento de pertencimento que os cidadãos dos bairros tinham", declara Adriana Capretz. 

As professoras destacam que o prejuízo à cidade vai muito além do patrimônio físico. "Essas 60 mil pessoas que tiveram de se mudar em plena pandemia, perderam seus direitos de congregarem, suas tradições, lazer, festas. Estão morando distantes umas das outras. É preciso ser sensível a este aspecto também, além de ressarci-los de suas perdas materiais", ressalta Adriana Guimarães. 

Segundo as professoras, a empresa poderia ter tido um posicionamento melhor diante da crise provocada por décadas de mineração. "A representação da Braskem deveria estar presente, ao lado, respeitando, atendendo e ressarcindo aos moradores por todo tipo de dano que lhes causaram, pois tem condições para isso. Mas preferem o distanciamento e as indenizações aos poucos, em migalhas, aumentando ainda mais o sofrimento daqueles que, sem que tivessem culpa, tiveram que deixar suas casas e memórias", finaliza Capretz.