Dedicado à educação e às artes, Eraldo Ferraz completa 60 anos junto com a Ufal

Professor pernambucano abraçou o Estado e suas causas e defende o papel social da Universidade
Por Thamara Gonzaga - jornalista
22/01/2021 14h49 - Atualizado em 12/03/2021 às 17h42

Uma das personalidades mais conhecidas e marcantes da Universidade Federal de Alagoas, sem dúvida, é o professor do Centro de Educação (Cedu), Eraldo Ferraz. “Profissional dedicado ao trabalho”, “com excelente trânsito na comunidade universitária”, “de bem com a vida”, “amante da cultura”, “sinônimo de alegria”, “companheiro”, “conectado com as lutas da sociedade”, além de “elegante” e “estiloso” são alguns de seus atributos elencados pelos colegas de instituição.

Ele iniciou as atividades na Ufal em 4 de janeiro de 1993, ao deixar a carreira de técnico-administrativo na Federal de Pernambuco (UFPE) para assumir a docência como professor substituto. Sua efetivação no quadro de docentes ocorreu no mesmo ano. “Eu já trazia a experiência na docência da educação básica e de ensino superior por mais de 11 anos em Recife e Olinda, tanto nas faculdades privadas como no Colégio e Curso Bairro Novo”, recordou. Em terras alagoanas, já são 28 anos dedicados à formação de muitas gerações de professores, numa busca constante para melhorar os indicadores sociais e educacionais do Estado.

Agora em 2021, assim como a Federal de Alagoas, ele completa 60 anos e aproveita para falar sobre a importância da instituição e de seu orgulho de fazer parte dessa história. “Sinto-me honrado em ter sido convidado para prestar esse meu depoimento. Para mim, tem um significado muito pessoal completar 60 anos junto com a Ufal, tendo em vista que, no mês seguinte do aniversário da Universidade, acontecerá também o meu. Não podia ser diferente essa paixão que tenho pela Ufal, inclusive, tendo eu a mesma idade dessa importante instituição. Então, nessa comemoração, antecipo também o meu aniversário para expressar simbolicamente esse amor que tenho à minha Ufal”, afirmou.

Ao argumentar sobre o que representa a existência da Ufal ao longo dessas seis décadas, o pernambucano, que abraçou o Estado e suas causas, defende o papel social da Universidade para os alagoanos. “Essa instituição está sempre antenada às grandes questões sociais, colaborando permanentemente com os diversos órgãos governamentais de Alagoas, tais como secretarias de Educação, tanto do Estado quanto dos municípios, IMA [Instituto do Meio Ambiente], Ibama, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Petrobras e tantos outros, através das parcerias”, enumerou.

Ele ressalta que, de forma primordial, a Universidade contribui para o desenvolvimento de Alagoas formando profissionais de diversas áreas do conhecimento. “Inclusive, de forma pioneira, na formação de professores através do curso de Pedagogia na modalidade a distância, fundado em 1997 e em atividade até hoje, quando firmamos convênios com 62 municípios alagoanos. Eu tive a honra de ser professor deste curso e organizar a formatura para mais de 150 concluintes que aconteceu no Ginásio de Esporte da Ufal”, destacou.

O docente afirma que essa formação de pedagogos deu uma nova configuração aos quadros de gestores da educação nos municípios alagoanos, uma vez que muitos não possuíam curso superior por não terem como se deslocar para estudar em Maceió. “Por meio da EaD, foi possível a Ufal ir até a população do interior dando a formação com qualidade que lhe é peculiar”, afirmou.

Experiências profissionais

Movido a novas experiências, com apenas um ano de Ufal, professor Eraldo conta que assumiu a coordenação de direção de Assistência Estudantil na Proest, na gestão do reitor Fernando Gama. Atuou também como assessor da Pró-reitoria de Graduação (Prograd) e como coordenador da Proplan, hoje Pró-reitoria de Gestão Institucional (Proginst), ambos no reitorado de Rogério Pinheiro.

Um de seus maiores desafios foi assumir a direção da Editora Universitária (Edufal), pelo período de cinco anos, na segunda gestão de Pinheiro, e participar da realização da Bienal do Livro de Alagoas. Depois das funções assumidas na Reitoria, passou a coordenar do curso de Pedagogia por seis anos.

Atuante e dedicado ao trabalho desde muito jovem, Ferraz reconhece que suas atuações profissionais anteriores foram fundamentais para o êxito obtido durante sua passagem por cargos gerenciais. “O que contribuiu muito para, logo de início, ter assumido as funções citadas, foram as minhas experiências de bolsista de trabalho na Universidade Federal de Pernambuco, quando era aluno do curso de Pedagogia naquela universidade. Além disso, ao longo das minhas atividades como assistente administrativo na UFPE, assumi a função de secretário de vários departamentos. Então, ao chegar na Ufal, eu já trazia uma bagagem administrativa que contribuiu bastante para o meu bom desempenho nas funções que assumi”, destacou, ao acrescentar que as funções exercidas na Ufal contribuíram para incorporar mais experiências à vida profissional e acadêmica. “Sou grato a todos que fazem a Ufal pelo reconhecimento do meu trabalho”, agradeceu.

Recordações marcantes

Ao longo de quase 30 anos de Ufal, são muitas as recordações que marcam a memória do professor Eraldo. “Foram tantas marcantes!”, disse. Visionário, amante da cultura e das artes, ele escolheu rememorar os grandes eventos que realizou por meio da Universidade.

A Feira de Arte e Cultura da Ufal foi um deles. “Armei um grande circo na área ao lado da Biblioteca Central com várias atividades artísticas: música, dança, ballet, teatro, apresentação de bandas de fanfarra”, recordou com entusiasmo. E continuou: “Paralelo a essas atividades, acontecia a Feira de Artesanato que, no primeiro ano, contou com o pessoal de Recife. Naquela época, eu ainda era novo em Maceió e não conhecia bem a beleza do filé, renda típica de Alagoas”.

Outro evento organizado pelo docente, durante cinco anos, foi o Salão Alagoano do Livro e da Arte, quando estava à frente da direção da Edufal. “Essa denominação foi dada tendo em vista que o evento acontecia todos os anos e não de dois em dois anos como a Bienal”, explicou, ao destacar que a média de livros que era publicada nesses eventos era de 40 títulos.

Eraldo conta que o Salão era realizado em locais diferentes a cada ano. Praça multieventos da Pajuçara, galpão da Fundação Pierre Chalita, Associação Comercial, galpão do Armazém Uzina, em Jaraguá, e Pátio da Pecuária no Trapiche da Barra, durante a Expoagro, foram os locais que sediaram a iniciativa. “No período da minha gestão na editora, não existia um Centro de Convenções e o Salão do Livro aconteceu em vários espaços. Não importava o lugar da feira de livros, o importante era levar a cultura para os alagoanos”, ressaltou.

Por fim, a outra lembrança marcante citada foi a grande feira do livro com apresentações artísticas que ele realizou por ocasião das comemorações dos 500 anos do Brasil em 2000. “Durante esse evento, contamos com a presença dos índios de Pariconha-AL, que durante uma semana fizeram apresentações de atividades de sua cultura, inclusive com venda de seus produtos”, recordou.

Ele finaliza esse bate-papo dizendo: “Parabéns Ufal pelos seus 60 anos de glória e compromisso social”!