Professora é homenageada no Dia da Mulher Negra Latino-Americana

Iniciativa foi do Centro Acadêmico de Psicologia da Ufal pela atuação contra o racismo e pelos direitos da mulher
Por Simoneide Araújo - jornalista
27/07/2020 16h21 - Atualizado em 31/07/2020 às 15h32
Arte  feita a mão pela aluna Beatriz Rocha, baseada em uma foto da professora Cida e inspirada nos perfis do Instagram @daisesndrawings e @lapisepincel

Arte feita a mão pela aluna Beatriz Rocha, baseada em uma foto da professora Cida e inspirada nos perfis do Instagram @daisesndrawings e @lapisepincel

Maria Aparecida Batista de Oliveira ou Cida, como é carinhosamente chamada por seus alunos e amigos, foi homenageada no último sábado (25), Dia da Mulher Negra Latino-Americanas e Caribenha, data reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) desde 1992. A iniciativa foi do Centro Acadêmico de Psicologia (Capsi) da Universidade Federal de Alagoas, por tudo que a professora representa como símbolos de luta e resistência contra o racismo, o preconceito e o machismo

O Capsi presta homenagem a várias mulheres que foram e são fundamentais para a história do Brasil e do Estado de Alagoas. “Nesta primeira publicação, a nossa homenagem vai para uma mulher preta que atuou fortemente na construção do curso de Psicologia da Ufal [no Campus A.C. Simões], nossa querida professora Cida, atuante não só em nossa formação, mas na história da Universidade”, destacaram os integrantes do Centro Acadêmico.

E reforçam: “Nossos corações se alegram ao homenageá-la neste dia 25 de julho, dia este que representa as lutas e resistências de mulheres negras latino-americanas e caribenhas, é gratificante poder trazer aqui um pouco do nosso afeto por ti, evidenciando a potência deste, a tua potência dentro do nosso curso, das nossas vidas. É com a tua homenagem que abrimos nossas publicações deste dia”.

Cida é natural de União dos Palmares-AL, onde se formou no magistério. Sua carreira como educadora começou antes de ela completar os 18 anos de idade, lecionando na educação pública e no Cesmac, em Maceió. Sua trajetória na Ufal começou em 1974, ao entrar, como aluna, na graduação em Filosofia. Dois anos depois da conclusão do curso, em 1980, passou a integrar o quadro de servidores da Universidade, como professora auxiliar. 

Especialista em Metodologia e Historiografia e mestra em História pela Ufal, Cida atuou e ainda atua em várias frentes na defesa da mulher e contra o racismo, tanto na Universidade como fora da instituição. Cida é professora da disciplina de Filosofia no curso de Psicologia e, atualmente, coordena o Núcleo Temático Mulher e Cidadania. É pesquisadora nas áreas de relações de gênero e dominação, opressão contra as mulheres, submissão e machismo, mulher e violência e mulher e sofrimento, racismo e relações étnico raciais, diversidade religiosa e sexual; foi presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher (Cedim) de também presidiu a Associação dos Docentes da Ufal (Adufal). Felizmente, professora.

Reconhecimento

Como reconhecimento ao seu trabalho como pesquisadora, como professora e mulher, Cida coleciona diversos prêmios e títulos: Prêmio Enfermeira Noracy Pedrosa (2002) pela Secretaria da Saúde do Município de Maceió; Prêmio Deputada Selma Bandeira (2003) pela Prefeitura de Maceió; Comenda Nise da Silveira (2005) pelo Governo do Estado de Alagoas; Comenda Selma Bandeira (2006) pela Prefeitura de Maceió; Mérito Comunitário (2009) pelo Projeto Teteia; Mulheres Valorosas do Brasil (2009) pela Academia de Letras e Artes do Nordeste - Núcleo do Estado de Alagoas (Alane/AL); Medalha Honorífica dos 50 anos da Ufal (2011); Comenda do Mérito Educativo Alagoano (2014); Conselho Estadual de Educação; Tia Marcelina (2015) pela Secretaria da Mulher e dos Direitos Humanos (SEMUDH).