Começa a 3ª Expedição Científica do Baixo São Francisco

A solenidade de abertura contou com lançamento de livro e peixamento
Por Ascom CBHSF (Texto e fotos)
01/12/2020 13h52

Uma segunda-feira ensolarada e um dia de muito trabalho para o início da 3ª Expedição Científica do Baixo São Francisco, um evento de iniciativa da Universidade Federal de Alagoas, que vai ocorrer até o dia 10 de dezembro. A jornada conta com duas grandes embarcações e passará pelos municípios de Piranhas, Pão de Açúcar, Traipu, Porto Real do Colégio, Propriá, Chinaré (Igreja Nova), Penedo, Piaçabuçu, Foz e Brejo Grande (SE).

Pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Universidade Federal da Paraíba (UFPB), de Rondônia (Unir), Rural de Pernambuco (UFRPE), Universidade Estadual do Ceará (Uece), Institutos Federais de Alagoas (Ifal) e do Ceará (IFCE) se reuniram na manhã de hoje (30), na Praça 12 de Abril, no centro de Penedo (AL), para ajustar os últimos pontos e assim iniciar a III Expedição Científica do Baixo São Francisco.

Além deles, marcaram presença o vice-presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Maciel Oliveira, o advogado e membro da Câmara Técnica Institucional e Legal (CTIL) do CBHSF, Marcelo Ribeiro, o prefeito eleito de Penedo (AL), Ronaldo Lopes, o reitor da UFAL, Josealdo Tonholo, a vice-reitora da Ufal, Eliane Cavalcanti, a prefeita de Piranhas (AL), Maristela Sena, como também representantes da Codevasf,  da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) do Estado de Alagoas, da Marinha do Brasil, Ibama, Fundepes, do Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas (Emater-AL), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro).  

Josealdo Tonholo, reitor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), disse que o primeiro ponto a ser destacado desta expedição é o seu caráter científico para regimentar dados a fim de que sejam feitas as correções de rumo em relação ao trato a ser dado ao rio São Francisco. “A expedição também tem um cunho político-social porque a UFAL tem que interagir, assim como todas as instituições parceiras, com a população ribeirinha. É fundamental que a gente entenda o modo de agir e de viver das comunidades, que consigamos captar este sentimento, ao mesmo tempo em que fazemos as análises técnico-científicas de qualidade da água, de biota. Existe um trabalho muito forte a ser feito em todo o rio São Francisco. O rio é nosso, essas cidades ribeirinhas só existem porque há o rio, e ele está morrendo. Mas há tempo de resgatar a saúde dele. A expedição tem como finalidade fundamental trazer muito conhecimento relacionado ao rio. Com o conhecimento conseguiremos dialogar adequadamente com as cidades ribeirinhas, além trabalhar a ciência e a tecnologia. A partir disso poderemos fazer os investimentos e as ações específicas com relação às políticas que deverão ser desenvolvidas para esta região”.

De acordo o vice-presidente do CBHSF, Maciel Oliveira, todos os membros do Comitê estão muito felizes e orgulhosos em serem parceiros e apoiadores desde a primeira edição da expedição. “Vamos continuar apoiando porque entendemos que o fortalecimento da ciência é de extrema importância e a produção de conhecimento acerca do rio São Francisco é essencial para que o próprio Comitê possa refazer os planejamentos de ações futuras a fim de melhorar sua gestão. Essa edição da expedição vem com muitos desafios por conta deste ano ser atípico devido à pandemia da Covid-19.Além dos protocolos de segurança, como o uso de máscaras de proteção por parte de todos os tripulantes que, inclusive passaram por exames, teremos também novidades, como o peixamento, por exemplo”, explicou.

Novidade

Maciel Oliveira trouxe novidades para os alunos de escolas próximas ao rio São Francisco. Nesta edição, as escolas concorrerão a prêmios. “Os alunos das escolas contempladas irão receber kits multimídia para que façam trabalhos e pesquisas socioambientais, ou seja, estamos fazendo além de um trabalho científico, algo de cunho social para as populações ribeirinhas”.

O vice-presidente relatou ainda que a intenção é estender no próximo ano a expedição para outras regiões, como é o caso do Submédio. “É prioridade do Comitê que esse grande evento científico seja ampliado às outras regiões”.

Lançamento do livro

Durante a solenidade de abertura da III Expedição do Baixo São Francisco, foi lançado o livro O Baixo São Francisco – Características Ambientais e Sociais, organizado pelos professores Emerson Soares, José Vieira e Rafael Navas. A obra tem mais de 50 autores da UFAL, UFS, UFPB e UFPE, 22 artigos científicos e foi editada pela Edufal.  Recebeu o patrocínio do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) e da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf).

“O livro é o resultado da 1ª e 2ª edições da Expedição Científica. Ele conta com 22 capítulos e muitos dados geográficos ambientais sobre a fauna e flora do rio São Francisco tanto em Alagoas como em Sergipe e isso é um marco para a UFAL. Em breve será lançado um e-book do livro onde todos terão acesso ao seu conteúdo”, contou Elder Maia, diretor da EDUFAL.

Em seguida ao lançamento do livro, um vídeo com dados da 1ª e 2ª edição da expedição foi passado para os expedicionários e demais convidados que estavam na Praça 12 de Abril.

Peixamento

Ainda antes da partida, foi realizado o peixamento de mais de 15 mil alevinos de várias espécies no rio São Francisco, em Penedo (AL). Na oportunidade, representantes de diversos órgãos deram sua colaboração para o peixamento e mais 65 mil peixes serão soltos no decorrer da expedição.

Segundo o coordenador da Expedição Científica, Emerson Soares, é uma grande satisfação estar realizando mais uma expedição depois de um ano como esse onde a pandemia da Covid-19 impediu diversas atividades e trouxe muitas incertezas. “Não sabíamos se iríamos conseguir fazer esse trabalho com o êxito que tivemos nos anos anteriores, mas graças à cooperação e várias parcerias entre as instituições como é o caso do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, universidades, Codevasf, Ministério da Ciência e Tecnologia, Semarh, Emater e outras instituições realizaremos a expedição. O lançamento do livro também foi uma luta junto com a Agência Peixe Vivo, CBHSF, Edufal e Codevasf. Só temos a agradecer e iremos trazer uma melhor expedição para o rio, com dados e informações, coletas bem aprimoradas, enriquecidas a fim de melhorar essa oferta de documentação e políticas públicas para nortear os trabalhos no São Francisco. Tudo isso só está sendo possível porque há uma cooperação e união muito grande a favor do rio. Queremos que o rio São Francisco chegue ao lugar que ele merece de destaque nacional e internacional. Ele é um rio belíssimo e precisa ser melhor cuidado”, finalizou.