80 anos de Chico Potiguar: conto faz homenagem ao voluntário do IM

Professor é responsável pela formação de várias gerações no Instituto de Matemática da Ufal
Por Manuella Soares - jornalista
21/10/2020 12h37 - Atualizado em 21/10/2020 às 12h48
Professor Chico Potiguar na inauguração da Biblioteca com seu nome, em 2015

Professor Chico Potiguar na inauguração da Biblioteca com seu nome, em 2015

O Instituto de Matemática (IM) da Universidade Federal de Alagoas homenageou o professor Francisco Vieira Barros pelos 80 anos de vida, completados nesta quarta-feira (21). Chico Potiguar, como é conhecido no meio acadêmico, é professor aposentado e está há cerca de dez anos continua dando aula como voluntário da Ufal, contribuindo com a formação de várias gerações.

Amigo pessoal e colega de profissão, o professor Eduardo Perdigão, também aposentado pelo IM, expressou em palavras o presente que o mundo recebeu ao nascer Chico Potiguar, oito décadas atrás.

Num conto onde São Pedro é encarregado por Deus para criar um ser humano de paz, num ano marcado por guerra, o diálogo segue: “- Gostaria, Pedro, que tu me fizeste um favor: ides ao departamento de produção e peça para providenciar o melhor barro que houver, mesmo que seja na Galáxia mais distante, e mande preparar um ser humano da melhor qualidade que vou dar a terra de presente”.

A analogia da história tem um desfecho ressaltado pela coincidência de datas e de figuras ilustres que se tornaram personagens da vida real. “Aconteceu um detalhe que acho que o Senhor até vai gostar. Quando trouxeram o barro especial, a quantidade foi maior do que a necessária para um ser humano e o pessoal da produção resolveu fazer dois”, relata São Pedro para Deus, que feliz com a novidade, decide enviar os dois para o Brasil: “E assim se fez. Em 21 de outubro de 1940 chega Chico e, dois dias depois, Pelé...”.

O texto completo dessa homenagem cativante está disponível no anexo.

Apaixonado pela Matemática, com foco em Geometria Algébrica, Chico Potiguar defende com humor que todas as pessoas deveriam ser obrigadas a estudar Cálculo, disciplina temida na área das exatas. “Eu tenho muita pena das pessoas que passaram pela vida e não estudaram Cálculo. Dá pena uma pessoa não conhecer uma invenção tão interessante do homem. Como é que você vai morrer e não saber que cálculos existiram?”, brinca, arrancando risadas de uma turma.

O professor é considerado patrimônio da Ufal e já deu seu nome para a Biblioteca do Programa de Apoio às Escolas Públicas do Estado (Paespe), inaugurada em 2015 no Centro de Tecnologia (Ctec).