Atividades no Hospital Universitário marcam Campanha do Outubro Rosa da Ufal

Servidoras que trabalham na instituição são o público-alvo da campanha deste ano

04/10/2016 15h54 - Atualizado em 10/10/2016 às 17h43
Reitora Valéria Correia destaca a importância do HU para a comunidade alagoana. Fotos: Daniel Araújo

Reitora Valéria Correia destaca a importância do HU para a comunidade alagoana. Fotos: Daniel Araújo

Diana Monteiro - jornalista

Deflagrada na manhã desta terça-feira, 4 de outubro, a Campanha Outubro Rosa da Universidade Federal de Alagoas, com solenidade de abertura no auditório do Hospital Universitário e atividades no Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon). Ao presidir a solenidade, a reitora Valéria Correia destacou ter este ano a campanha uma característica especial, por escolher como alvo para prevenção e estimular o diagnóstico precoce, todas as mulheres que trabalham na instituição, incluindo as que integram os serviços terceirizados.

Valéria aproveitou para discorrer sobre a incidência do câncer de mama em Alagoas, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca): “O câncer de mama já é considerado uma epidemia e este ano no Estado são estimados 30,55 novos casos para cada 100 mil mulheres com neoplasia maligna, o que representa, 520 casos novos, destes, 270 em Maceió. Nos últimos 5 anos na Ufal foram registradas junto ao Subsistema de Atenção à Saúde do Servidor (SIASS), 27 solicitações de afastamento de servidoras para tratamento da doença. Essa realidade justifica o foco da campanha do Outubro Rosa promovido pela instituição”, frisou.

 A reitora destacou a importância do HU como hospital público de média complexidade e de referência para as ações contínuas de saúde no Estado e o empenho da gestão para o fortalecimento da Coordenadoria de Qualidade de Vida (CQVT) e do Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor (SIASS) para as atividades na área. Na oportunidade citou os estudos que vêm sendo feitos por grupos de pesquisa, como o Onco Mama, do qual é participante, coordenado pela gineco-mastologista do HU Marta Maria Vasconcelos. E reforçou: “A campanha da defesa do SUS é uma bandeira da nossa gestão e do HU e omos solidários a causa”, disse.

Valéria anunciou durante a abertura que no próximo mês será deflagrada na Ufal a campanha Novembro Azul voltada à prevenção do câncer de próstata tendo como foco todos os servidores da instituição, incluindo também os trabalhadores dos serviços terceirizados. Integraram a mesa de abertura da Campanha Outubro Rosa: a superintendente do HU Fátima Siliansky; a coordenadora da Unidade de Atenção à Saúde da Mulher Marta Vasconcelos; a coordenadora do curso de Medicina Yasmim Duarte; e a gerente de Atenção à Saúde Katharina Moura.

Atividades também ocorreram em espaços do Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon), como apresentação do Coral da Adefal (Associação dos Deficientes de Alagoas), formado por mulheres mastectomizadas. Visitas também foram feitas a espaços de tratamento de câncer que vêm passando por reforma para dinamizar o atendimento aos pacientes. O HU é o único hospital público do Estado dotado de um mamógrafo digital de alta tecnologia. O aparelho, de fabricação canadense e adquirido este ano, é o de melhor precisão para detecção de lesões precoces.

Conforme a programação, durante a campanha haverá exames para a prevenção do câncer de mama no Ambulatório 1, Sala Saúde da Mulher. As inscrições para os exames devem ser feitas pelas servidoras, funcionárias e prestadoras de serviço no link.

Alerta para fatores de riscos e prevenção

A palestra Câncer de Mama: Realidade em Alagoas, fatores de risco e importância da detecção precoce - prevenção primária, proferida pela gineco-mastologista Marta Vasconcelos integrou também a programação deabertura da campanha Outubro Rosa da Ufal. Na oportunidade ela destacou que o câncer de mama é o mais incidente na população feminina brasileira e quando identificado em estágios iniciais apresenta prognóstico mais favorável, com chance de chegar a 100% de cura, daí ser fundamental a prevenção e detecção precisa da doença. E complementa:

“O sintoma mais fácil de ser percebido pela mulher é um caroço no seio, acompanhado ou não de dor. A pele da mama pode ficar parecida com uma casca de laranja. Também podem aparecer pequenos caroços embaixo do braço. Porém nem todo caroço é câncer, por isso é importante consultar um profissional de saúde As lesões subclínicas (que não são apalpadas ao exame) só são diagnosticadas pela mamografia”, diz Marta.

Ela faz um alerta para o autoexame das mamas para que não seja utilizado como método isolado de detecção precoce do câncer de mama. “Ele deve fazer parte das ações de educação para a saúde que contemplem o conhecimento do próprio corpo, pois não substitui a mamografia e o exame clínico realizado por profissional (médico ou enfermeiro) qualificado para essa atividade”, enfatiza”, orienta.

Marta Vasconcelos disse que o câncer de mama tem maior incidência em mulheres de cor branca e informou serem fatores de risco para o acometimento da doença: sobrepeso na menopausa; ter história de câncer de mama na família (mãe, irmã ou filha); ter câncer de mama bilateral ou de ovário em qualquer faixa etária; e mulheres com história de pessoas de alterações mamárias pré-malignas. O câncer de mama é resultado de um desenvolvimento anormal das células da mama que se multiplicam repetidamente até formarem um tumor.

De volta à rotina

O que existe de comum entre a docente Ruth Trindade, na Escola de Enfermagem e Farmácia (Esenfar) e a servidora do Hospital Universitário Liliane Castro é terem superado o difícil momento de quem é diagnosticado com câncer de mama e a positividade de retornarem à rotina de trabalho na Universidade Federal de Alagoas.

Participantes da abertura da Campanha Outubro Rosa da Ufal Ruth e Liliane enfatizaram a importância da iniciativa em prol da saúde da mulher e apontam a prevenção e o diagnóstico precoce como fundamentais para o sucesso de tratamento adequado e cura. Ruth afirma ser importante a mulher ficar atenta ao corpo e ao perceber alterações procurar ajuda médica:

“Não tenho carga genética, considero-me fora dos fatores de risco, mas fui acometida de câncer de mama passando pelo tratamento adequado, como cirurgia, quimioterapia e radioterapia”, frisou Ruth que continua em tratamento, mas já assumiu suas atividades docentes em sua unidade acadêmica. “O estímulo ao exame precoce é um fator muito positivo para a prevenção do câncer de mama, e a campanha Outubro Rosa reforça essa necessidade“, diz Liliane, que se sente vitoriosa ao comemorar a volta à sua rotina de trabalho no Hospital Universitário.