Comemoração do Dia do Servidor destaca crescimento da Ufal nos últimos anos

Em Maceió, servidores também se emocionaram com a palestra sobre gentileza no trabalho realizada no auditório da Reitoria

03/11/2014 17h40 - Atualizado em 14/11/2014 às 19h42
Mesa de abertura da comemoração do Dia do Servidor, em Maceió, presidida pelo reitor Eurico Lôbo

Mesa de abertura da comemoração do Dia do Servidor, em Maceió, presidida pelo reitor Eurico Lôbo

Lenilda Luna – jornalista

No Campus A.C. Simões, em Maceió, a comemoração do Dia do Servidor Público, realizada na manhã da última quinta-feira (30), lotou o auditório da Reitoria. A coordenadora do evento, Melissa Menezes, agradeceu a parceria das pró-reitorias, da equipe do gabinete, da Edufal, do Restaurante Universitário e do grupo Boa Música e a todos que contribuíram com a programação. "A Universidade, somos todos nós: docentes, técnicos e comunidade. Quando trabalhamos motivados, a sociedade ganha com isso", ressaltou a servidora.

Em seu discurso parabenizando os servidores, o reitor Eurico Lôbo aproveitou para anunciar novos investimentos. "O professor Rodrigo Ramalho, coordenador de Programas Especiais, esteve em Porto Calvo, onde vamos criar um campus, com cursos da área de Ciências Exatas. Vamos oferecer vagas para as licenciaturas em Física e em Matemática, além das Engenharias Civil, Elétrica e Mecânica", informou o reitor.

Eurico Lôbo ressaltou que a instalação do Campus Porto Calvo, no litoral norte de Alagoas, onde se registram os piores índices de desenvolvimento humano do estado, pretende ser uma contribuição para alavancar o crescimento econômico e social nesta região. "Vamos colaborar com a educação e a formação de profissionais. Mas esperamos que a instalação do campus atraia outros investimentos, como acontece no sertão e como verificamos em Arapiraca", declarou o reitor.

Outro aspecto destacado pelo reitor, foi o crescimento quantitativo e qualitativo da instituição. "Somos uma universidade de porte médio, sem um grande orçamento, quando comparamos aos maiores centros, mas somos uma das poucas instituições com financiamento próprio para bolsas de capacitação, nos mesmos critérios da Capes, destinadas não apenas aos professores, mas também aos técnicos-administrativos. Estamos capacitando e renovando o quadro. Há dez anos, tínhamos 842 professores, hoje são 1550. Há algumas décadas, era fácil relacionar os doutores, porque não passavam de 80, hoje são 800", destacou o reitor.

Valorização de servidores

Sílvia Cardeal, pró-reitora de Gestão de Pessoas e do Trabalho, destacou o crescimento da presença feminina em todos os segmentos da instituição e refletiu sobre a comemoração realizada nos campi Arapiraca e Maceió. "Há oito anos, estávamos concentrados só na capital. Agora precisamos comemorar em vários pontos do Estado e isso é muito bom, porque o custo de chegar a isso é alto, exige muito esforço. Mas crescer é isso, trabalhar em todas essas etapas e depois comemorar", destacou.

A pró-reitora relatou ainda o crescimento específico da área de gestão de pessoas e os investimentos em capacitação de professores e técnicos. "Celebramos avanços significativos. Saímos de nenhum orçamento de capacitação, há uma década, para um investimento anual da ordem de um milhão e quinhentos mil reais para capacitar nossos servidores. Há uma década, precisávamos mendigar espaço para os cursos. Agora temos o Centro de Interesse Comunitário", completou Sílvia.

A vice-reitora Rachel Rocha também ressaltou a importância de celebrar a data. "Na Universidade é cada dia mais raro termos momentos assim, quando podemos dar uma parada no trabalho para celebrar. Mas aqueles que me conhecem, sabem como eu prezo esses ritos, quando tentamos recuperar o sentido do nosso trabalho, refletir sobre nosso cotidiano, comemorar. O maior valor dessa Universidade somos nós, que fazemos essa máquina funcionar", declarou.

Gentileza gera gentileza

Após a solenidade de abertura, o público se emocionou com a palestra de Luis Gabriel Tiago, conhecido como Sr. Gentileza. Ele é escritor, palestrante e consultor em treinamentos, que se inspirou em um personagem popular muito conhecido no Rio de Janeiro, o profeta Gentileza, como era chamado José Datrino, que desde a década de 60, até os anos 90, quando veio a falecer, pregou a gentiliza pelas ruas da cidade.

O palestrante contou que conheceu o profeta quando ainda era adolescente e trabalhava desde a madrugada numa praça, no centro da cidade do Rio de Janeiro, vendendo café, para conseguir o dinheiro de pagar o cursinho pré-vestibular. "O profeta Gentileza gritava pelas ruas do Rio ‘gentileza gera gentileza. O homem do futuro é gentil’ e era chamado de louco. Hoje sentimos essa urgência pela gentileza, ao ponto de nos emocionarmos diante de um gesto gentil", refletiu Luis Gabriel.

A missão do profeta Gentileza foi iniciada no dia 17 de dezembro de 1961, quando ele ouviu um chamado para deixar tudo e ir ao mundo ensinar gentileza. Nesse mesmo dia, a população do Rio de Janeiro ficou estarrecida diante de uma tragédia. Um incêndio criminoso em um circo matou cerca de 400 pessoas. "O profeta gentileza foi para o local, onde centenas de famílias choravam a morte de parentes, para prestar solidariedade. Depois disso, durante 40 anos, mesmo sendo preso ou internado como louco, ele nunca desistiu de pregar a gentileza", contou o palestrante.

Luis Gabriel destacou ainda o legado que Datrino deixou para o Rio de Janeiro. "Ele pintou 56 poemas em pilastras que sustentam um viaduto, formando um livro urbano, ou um manual de conduta humana. Depois da morte dele, em 29 de maio de 1996, a prefeitura pintou tudo de cinza, mas houve uma mobilização e conseguimos recuperar. Hoje os murais são tombados pelo Patrimônio Histórico e o dia da morte do profeta foi declarado dia nacional da Gentileza", narrou o palestrante.

Por fim, o Sr. Gentileza destacou que a gentileza é muito mais do que boa educação. "Hoje, os especialistas em Gentileza Corporativa comprovam a eficácia científica dos gestos de gentileza para um ambiente de trabalho mais produtivo e feliz. Eu acredito no poder transformador da gentileza. Eu acredito em pessoas gentis. Eu quero acreditar no ser humano. Eu encontro pessoas gentis em todas as partes, como encontrei aqui hoje", concluiu.