Direção do Instituto de Física destaca consolidação da pesquisa e formação de professores

Comemorando 40 anos de criação, o Instituto de Física apresenta a maior produtividade científica da Ufal

01/10/2014 11h44 - Atualizado em 01/10/2014 às 11h46
O diretor Carlos Jacinto da Silva comemora os 40 anos do Instituto de Física

O diretor Carlos Jacinto da Silva comemora os 40 anos do Instituto de Física

Lenilda Luna - jornalista

O Instituto de Física celebrou, recentemente, os 40 anos de criação. Segundo o diretor da Unidade, professor Carlos Jacinto da Silva, existem muitas razões para comemorar tanto em produção científica e ampliação da infraestrutura de pesquisa, como na área de formação de professores, com um dos melhores cursos na modalidade a distância do Brasil.

Atualmente, o curso conta com um quadro de 30 docentes, todos doutores. " Essa consolidação do quadro de professores foi uma conquista importante. Há oito anos, tínhamos muita dificuldade de chegar a 20 docentes. Hoje temos 30, todos com dedicação exclusiva, o que nos permite também aumentar o número de alunos na pós-graduação", destaca o diretor do IF.

A pós-graduação em Física foi iniciada em 1992, com o curso de Mestrado. "Esse ano, comemoramos também vinte anos da primeira defesa de dissertação. Já em 1999, há 15 anos, implantamos o curso de doutorado. Nos últimos anos, temos captado alunos de diversos locais, inclusive do exterior, devido, naturalmente, a abrangência das linhas de pesquisa e da atuação e credibilidade dos pesquisadores do curso", ressalta Carlos Jacinto.

Em termos de linhas de pesquisa, o instituto de Física tem duas mais tradicionais, porque foram as primeiras: a Física Estatística e a linha de Ótica e Fotônica. "Atualmente, ampliamos com linhas na Teoria de Campo, que é uma área bem explorada aqui, e uma vertente em Materiais, inclusive com fabricação aqui no Instituto", relata o professor.

Internacionalização

Nos últimos cinco anos, a Universidade Federal de Alagoas intensificou os investimentos em intercâmbio internacional, tanto na graduação como na cooperação em pesquisas. Em 2009, havia 27 convênios internacionais firmados pela Ufal. Em 2014, esse número mais que dobrou. O processo de internacionalização da Ufal é uma das metas da atual gestão. Nesse aspecto, o Instituto de Física tem uma posição de destaque. "Fomos pioneiros nessas interações com pesquisadores de outros países", afirma Carlos Jacinto.

O professor relata que são frequentes as visitas de pesquisadores de outros países, assim como o Instituto de Física tem enviado professores e alunos para cursos no exterior. "Ano passado, por exemplo, tivemos um aluno no exterior, fazendo doutorado sanduíche. No próximo ano estaremos enviando outro. Além disso, a Ufal conta, no momento, com a colaboração de Pesquisadores Visitantes Especiais, sendo dois espanhóis e um russo", relata o diretor.

Entre esses pesquisadores estrangeiros, um dos que vem com mais frequência à Ufal é o professor Daniel Jaque, da Universidade Autônoma de Madrid (Espanha). Ele esteve no IF em setembro e vai voltar para passar uma temporada no início de outubro, desenvolvendo pesquisas na área de nanobiofotônica, integrando uma equipe multidisciplinar com pesquisadores da Ufal.

Licenciatura e bacharelado

Além da pesquisa científica, a Ufal tem uma missão importante que é formar professores para a Educação Básica. Na área de exatas, a carência de professores é um problema na maioria das escolas públicas. "Essa é uma demanda difícil de sanar, mas estamos dando a nossa contribuição. Há oito anos, implantamos o curso de licenciatura em Física no horário noturno, porque percebemos que entre os professores em sala de aula, muitos não tinham formação e nem tempo para cursar a universidade durante o dia", explica Carlos Jacinto.

Mais recentemente, essa formação de professores foi ampliada com a criação do curso de licenciatura em Física na modalidade a distância. "Temos vários polos para atender aos professores que atuam no interior, oferecendo um curso de muita qualidade. Em 2012, o curso foi considerado o melhor do Brasil, nessa modalidade, e em 2013, ficou entre os dois melhores, junto com a UFRJ, no ranking do Enade", informa o professor.

Ainda para complementar esse investimento na melhoria do ensino básico, o diretor do Insituto de Física destaca que a Ufal integra o Programa Nacional de Mestrado Profissional em Ensino de Física, um programa nacional de pós-graduação de caráter profissional, dirigido aos professores de ensino médio e fundamental, oferecido pela Sociedade Brasileira de Física (SBF). "Para participar da seleção é preciso ser graduado em Física e estar atuando com professor em escolas da rede pública", informa Carlos Jacinto.

Já o bacharelado em Física é voltado para estudantes que querem se dedicar à pesquisa nas Universidades ou na área industrial. "O bacharelado forma pouca gente, nem todos os alunos chegam ao final do curso, mas essa é uma tradição no país e em todo o mundo, por causa do nível de conhecimento exigido para atuar em pesquisas nessa área. Os pesquisadores brasileiros em geral, se dedicam à academia, já que não temos no país muito espaço para pesquisadores na indústria", pondera o professor.

Conquistar os adolescentes

Para aumentar o número de pesquisadores e professores de Física, é preciso despertar o interesse pela Ciência desde cedo. O professor Carlos Jacinto lembra que ele se interessou pela Física ao acompanhar a palestra de um professor da Ufal, no antigo Cefet, onde cursou o ensino médio. "Depois, visitei o curso de Física da Ufal em 1995, e já em 1996 estava aqui como aluno. Fiz a graduação e o mestrado na Ufal, saí para fazer o doutorado e voltei como docente", conta o professor.

Mas Carlos Jacinto considera que ainda são poucos os estudantes que tem essa vida acadêmica ligada à Ufal. Por outro lado, a universidade está conseguindo atrair mais estudantes de outros estados. "Na pós-graduação, temos alunos do norte do país e também de outros estados do Nordeste. Da Bahia, por exemplo, temos três alunos atualmente. Eles são atraídos pela divulgação do trabalho dos nossos docentes", informa Carlos Jacinto.

Outro evento importante para atrair os jovens é a Expofísica, uma exposição de divulgação científica, realizada há 12 anos, coordenado pela professora Maria Tereza de Araújo. Este ano, o evento foi realizado em maio e atraiu cerca de 1.500 alunos de escolas públicas e privadas de Alagoas e uma da Bahia. "A ideia é cativar os adolescentes e despertar o interesse pela ciência. A exposição tem uma participação maior a cada ano", comemora o diretor do IF.

Infraestrutura

Por fim, o diretor do Instituto de Física anuncia os investimentos em infraestrutura que vão melhorar ainda mais o nível da pesquisa realizada na unidade. "Estamos construindo 1.400 m² de área, sendo que a maior parte é para os laboratórios. Além do espaço amplo e adequado à pesquisa, estamos recebendo equipamentos de ponta, com um investimento de cerca de 10 milhões de reais", informa Carlos Jacinto.

O novo prédio deve ficar pronto em 18 meses e vai contar também com salas para a administração e para os pesquisadores. "São acomodações melhores para que os estudantes pesquisadores e os visitantes possam ter mais tranquilidade para estudar e realizar reuniões de trabalho", conclui o diretor da unidade.