Em especial, servidoras falam sobre a maternidade

Representando as diversas mães da Universidade Federal de Alagoas, Lenilda Luna e Manoella Neves comentam sua rotina, dificuldades e prazeres da vida com seus filhos


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Deriky Pereira – estudante de Jornalismo

Segundo domingo de maio. Nesta data, mais que tradicional e especial, comemora-se o Dia das Mães no Brasil. O dia das mulheres mais importantes da vida de cada filho. E a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) não poderia deixar de homenageá-las. Por isso, convidamos duas servidoras para falar um pouco sobre suas rotinas, dificuldades e prazeres da vida com seus filhos: a jornalista da Assessoria de Comunicação (Ascom), Lenilda Luna e a professora Manoella Neves, do curso de Comunicação Social (COS).

Para começar, vamos conhecer juntos um pouco da história de Manoella, voltando para 2006 – ano duplamente especial. Há oito anos, ela entrava na Ufal como professora substituta e engravidou de sua primeira filha. A rotina era complicada e, segundo ela, esse foi seu primeiro grande desafio: conciliar o trabalho com o final da gestação. “Mas, do mesmo modo, foi gratificante, pois a maternidade é algo em que você se sente plena”, revelou.

Manoella tem, hoje, duas filhas: Mariah, de 8 anos e Maite, de apenas 3. E apesar de sua rotina bastante agitada, tenta conciliar uma boa relação com suas pequenas, sempre colocando-as em primeiro plano. “Eu acho que eu tenho de bom é a disciplina, então isso tem me ajudado bastante mas, por outro lado, sofro quando não consigo dar conta. Me faz sofrer por elas e pelo trabalho. Eu tento ter uma rotina, primeiramente com elas, ajudar nas tarefas de casa, brincar, levo-as para a escola e vou buscar… Sempre atendo as minhas filhas, mas como eu faço pra conciliar? Não sei (risos)”, comentou.

Além de ser professora em duas faculdades da capital, Manoella ainda cursa doutorado na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), no Rio Grande do Sul e apontou a distância como um momento crucial. “Quando eu passei no doutorado, a Mariah, minha filha mais velha, viu meu desespero. Eu chorei muito, fiquei feliz, claro, mas não tinha me planejado para levá-las e não ia ter como fazer isso. Só que, mesmo assim, ela chegou pra mim e disse: 'mãe, você quer muito fazer o doutorado, então vá. Eu vou ficar com saudades, mas... pode ir'. Já a Maitê, mais nova, não entende muito. Fica de birra, mas depois eu converso com ela e nos resolvemos. Então, além do tempo de fim de semestre, esse é um ponto bem crucial na relação”, salientou a docente.

A servidora reforça que apesar disso, tenta fazer com que a rotina, que parece pesada, seja transformada em algo prazeroso quando esteja em casa, acompanhada de seu marido – também docente da Ufal – e suas filhas. “Eu e ele temos a sorte de fazer aquilo que gostamos, mas a culpa e a cobrança estão presentes. De vez em quando, até me fazem sofrer, mas eu tento diminuí-la porque muitas vezes não posso fazer mais do que eu quero, somos humanos, também erramos e pedimos desculpas e aprendemos com esses erros. Tentamos fazer com que nossa casa seja um ambiente de harmonia e que os problemas da rua fiquem na rua e que os problemas de casa, se existirem, fiquem em casa quando estiver indo para o trabalho, para que isso seja favorável ao crescimento e amadurecimento de nossa relação”, salientou Manoella.

E por falar em uma vida bastante movimentada, assim também podemos definir a vida de Lenilda Luna. A jornalista da Ascom sempre teve um ritmo de vida muito intenso, com uma dupla jornada de trabalho e estudo. “Talvez, por isso, tenha adiado muito o sonho de ser mãe e acabei tendo Ernesto aos 39 anos. Mas foi uma gestação tranquila e um parto normal maravilhoso. Uma verdadeira benção na minha vida. Ernesto chegou dois anos depois de eu passar no concurso e ser empossada como jornalista da Ufal”, comentou.

Lenilda, que também é repórter da TV Pajuçara, revelou que a estabilidade do concurso lhe trouxe muita segurança para ser mãe. “Numa rotina de constates mudanças, como é a de uma jornalista, eu ficava um pouco temerosa de assumir essa responsabilidade tão grandiosa como é a maternidade. Mas, hoje, apesar dos desafios que ainda preciso enfrentar na vida, agradeço a Deus duas grandes conquistas: ser funcionária da Ufal e ter um filho lindo, saudável e carinhoso como é o Ernesto”, salientou.

Para ela, não é fácil trabalhar cerca de dez horas por dia e ainda cuidar de uma criança. Mas, apesar do cansaço, considera-se uma mulher privilegiada e feliz. “Por trabalhar no que gosto e ainda poder exercer a maternidade, posso me considerar bastante orgulhosa. Para mães que trabalham fora, sempre existe o conflito de querer passar mais tempo com o filho e eu, inclusive, estou repensando algumas questões para ter mais tempo com ele. De qualquer forma, esta é uma realidade dos nossos dias que temos de encarar dentro das possibilidades de cada uma e com muita disposição para fazer o melhor de nós no trabalho, mas saber que para uma mãe, a prioridade sempre será o filho”, concluiu Lenilda Luna.

E ao lado dessa prioridade existe o lado da positividade. “Ser mãe é você ter fé de que as coisas vão ser melhor mesmo que ele nunca venham a acontecer, mas você tenha essa utopia. E aí, você cria alguém que crê nesse mundo melhor, que vai poder viver ainda mais e aproveitar tudo que vem pela frente. Então, apesar dos problemas, eu tenho que ser positiva, porque no momento em que eu escolhi a ser mãe, escolhi um mundo positivo, um mundo melhor. Eu acho que esse é o sentido da maternidade”, concluiu Manoella Neves.

E, para todas aquelas, servidoras e mamães, da Universidade Federal de Alagoas, desejamos um Feliz dia das Mães!