SOU UFAL: Sílvia Uchôa lembra seus primeiros dias na Universidade

Professora do Centro de Tecnologia (Ctec) faz um relato pessoal de sua entrada no mundo docente


15/01/2013 18h45 - Atualizado em 03/05/2024 às 14h21
Atualmente Sílvia Uchôa é coordenadora do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) e Projetos Especiais

Atualmente Sílvia Uchôa é coordenadora do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) e Projetos Especiais

Sílvia Beatriz Beger Uchôa – 27 de dezembro de 2012

Muitas coisas aconteceram no ano de 1989, e entre elas, posso citar a queda do muro de Berlim e a eleição do “caçador de marajás” Fernando Collor para a presidência do nosso país. Mas nos laços a serem criados com uma instituição como a Universidade Federal de Alagoas, os acontecimentos marcantes foram o meu casamento com um alagoano, uma gravidez complicada mas com fruto maravilhoso e, no dia 27 de dezembro de 1989, enfim, a assinatura de meu contrato de trabalho com a Ufal.

Consigo me recordar de todos os detalhes, desde o concurso em 1988, concorrendo com mais 8 engenheiros pela vaga de professor da disciplina Materiais de Construção para o curso de Engenharia Civil. E ali, no momento da prova didática, minha futura sogra e meu futuro marido, juntamente com a banca, composta pelos professores Vilma Beder, Rusilane e Edinaldo Melo.

Após a aprovação em primeiro lugar, aguardei ser chamada, fato que não ocorreu até próximo do final do ano de 1989. A publicação ocorreu no dia 10 de dezembro, e no dia 18 de dezembro, defendi meu Mestrado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP de São Carlos. Então precisava me deslocar de São Carlos, interior de São Paulo, para Maceió, pois corria um boato que com a mudança de presidente, seriam fechadas todas as contratações.

Deslocamento nada fácil, com os voos lotados e quatro meses de gravidez. Tentamos passagens de São Paulo a Maceió, e não havia jeito, tudo lotado! Meus pais, morando em Cuiabá, Mato Grosso, conseguiram uma passagem de lá para Maceió. Agora restava ir a Cuiabá, pois também não havia voo disponível. Fomos então de carro, dois dias de viagem, dormindo em algum local do interior de Goiás. Chegando a Cuiabá, passamos o dia 24 de dezembro com a minha família e no dia 25 embarquei para Maceió.

Ao chegar dia 25 em Maceió, fui muito bem recebida pela minha futura sogra e pelo meu futuro sogro e, no dia seguinte, fui realizar os exames médicos. No dia 27 de dezembro fomos levar meus documentos para assinatura do contrato, e aí havia uma funcionária que disse que iria demorar e que nós poderíamos voltar no dia seguinte. No entanto, minha sogra, com

grande conhecimento, já havia encontrado uma pessoa de suas relações pessoais e essa pessoa intercedeu para que a minha contratação também fosse feita naquele momento, pois que ela também estava tratando de um processo de contratação de uma professora para o seu departamento.

E é por tudo isso, pelos percalços e acertos, que nesse dia fiquei com vontade de narrar o que aconteceu até eu ingressar nessa instituição que me acolheu há 23 anos, e o restante, bem o restante ficará para outra oportunidade. Só me resta agradecer com carinho a minha família, especialmente ao meu marido, aos meus pais e aos meus sogros, todos muitíssimo queridos, e meus amigos, pois agora tenho uma família maravilhosa e muitas conquistas, que chegaram através da conjunção de família e trabalho na minha querida Ufal.