Leonardo Bittencourt de sobrenome Geca


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Após aposentadoria, Leonardo Bittencourt continuará na Ufal como professor voluntário

Jhonathan Pino - jornalista

Entrevistar Leonardo Salazar Bittencourt é entender como sua vida está atrelada à pesquisa. Desde 1993 largou seu escritório de arquitetura para tornar-se líder do Grupo de Estudos em Conforto Ambiental (Geca). Agora, à beira da aposentadoria, diz que deixará essa posição no próximo semestre, mas que dificilmente largará suas aulas na pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Ufal.

Pernambucano, Bittencourt veio a Alagoas para ser professor de Arquitetura em 1979. “Vim ainda muito novo, com apenas dois anos de formado e na época me dividia entre o escritório e a Universidade, já que não tinha dedicação exclusiva”, relatou.

A situação começou a mudar em 1989, quando se afastou para fazer o doutorado em Environment and Energy Studies - Architectural Association Graduate School. “Quando voltei, havia um ano que o professor Ricardo Cabús havia fundado o Geca. Então eu entrei para o grupo e pude dedicar-me às pesquisas em conforto ambiental, sustentabilidade e eficiência energética”, lembrou o professor.

Em 1995, Bittencourt fundaria o PET Arquitetura e Urbanismo e pelos dez anos seguintes seria seu tutor. “Durante esse tempo fui chefe de departamento, vice e diretor do Ctec [Centro de Tecnologia], além de vice e diretor da FAU”, detalhou.

Mesmo na situação de dedicação exclusiva, após o seu doutorado, Bittencourt sempre pensou no mercado na hora de direcionar as pesquisas do grupo. Por isso, o Geca entrou para a Rede de Eficiência Energética em Edificações da Eletrobras, dando suporte ao mercado imobiliário, a partir de consultorias e cursos na área de eficiência energética em edifícios. Em 2005, o professor coordenou a Vertente Educação do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica em Edificações (Procel Edifica), trabalho que resultou na edição de sete livros de conteúdo didático para profissionais de Arquitetura.

A sua produção científica não se restringiu a essas publicações e Bittencourt participou da coautoria de outras dezenas de artigos e livros, um deles com a mestranda Christhina Maria Cândido, hoje docente da Universidade de Sidney. Para o professor ver a evolução de Christhina é mais uma recompensa do trabalho desenvolvido pelo grupo. “É muito estimulante conviver com os estudantes e vê-los se qualificando cada vez mais. A nossa vice-líder do grupo, Juliana Oliveira, também é ex-aluna do curso e voltou como docente para a universidade, após o doutorado. É ela quem deve dar continuidade como líder do Geca”.

Em janeiro de 2011 Bittencourt teve mais uma vez sua contribuição reconhecida, com a medalha de Honra ao Mérito, em comemoração aos 50 anos da Ufal. Ele foi indicado pelo colegiado da faculdade para recebê-la.