Ufal tem melhor desempenho dos últimos anos na Maratona da SBC

Grupo de extensão faz preparação intensa para maratonas e todos os anos leva representantes à final
Por Manuella Soares - jornalista
30/03/2023 14h04 - Atualizado em 31/03/2023 às 11h46

Evolução constante, muito aprendizado e rede de contatos formada são alguns dos resultados obtidos pelo Instituto de Computação da Ufal (IC) na última Maratona de Programação da Sociedade Brasileira de Computação (SBC). A equipe Geração EAD Coda y Coda, do Grupo de Extensão em Maratonas de programação (Gema) conseguiu o melhor desempenho da Ufal na competição dos últimos anos.

Os alunos João Victor Alcântara, Pedro Victor Santos e Robson Bruno Pinheiro conquistaram o 23º lugar dentre as 60 equipes que disputaram a final. Completa a equipe o coach Nelson Gomes, ex-aluno do IC e um dos membros fundadores do Gema.

Eles queriam ir mais longe, mas já se sentem vitoriosos pela marca e pelo caminho que estão trilhando. “O resultado foi bom! De todos os times que representaram a Universidade, desde os mais antigos até a gente agora, eu sinto que a gente está num bom caminho de evolução, melhorando cada vez mais, nossas posições foram subindo e hoje em dia a gente tem chegado mais perto de competir no mesmo nível de outras universidades que já estão há mais tempo na maratona e são mais referências”, destacou João Victor.

A Maratona de Programação da SBC é destinada a alunos de cursos de graduação e início de pós-graduação nas áreas de Ciência da Computação, Engenharia de Computação, Sistemas de Informação, Matemática, e correlatas. A competição promove a criatividade, a capacidade de trabalho em equipe, a busca de novas soluções de software e a habilidade de resolver problemas sob pressão.

Os estudantes da Ufal iniciaram a fase sub-regional ainda no ano passado, em outubro, onde se classificaram as 15 equipes mais bem colocadas. A Geração Coda y Coda garantiu uma vaga na nacional e chegou à final em Campo Grande (MS) junto com outros 60 times de todo o Brasil, de 16 a 18 de março. Esta foi a 4ª vez que a Ufal teve representantes na fase final da competição.

Além do melhor desempenho da Universidade, os alunos souberam aproveitar a oportunidade: “A experiência é sempre muito boa, é um evento que a gente tem contato várias pessoas, então acaba tendo esse network. E um outro ponto legal também é que, principalmente na final, as empresas estão muito interessadas em contratar o pessoal que está por lá, então, é uma oportunidade muito boa”, contou João.

Vale ressaltar que dois dos membros fundadores trabalham hoje no Google, e um deles, o Nelson, foi o coach dos meninos dessa competição.

Incentivo à participação em maratonas

Não é fácil estar entre os melhores. Todos sabem disso, mas tem um grupo da Ufal focado em derrubar as barreiras com muito estudo. O Gema nasceu da paixão por competir e da necessidade de ter um rumo pra chegar longe.

Um dos membros fundadores e atual vice-presidente do grupo, Jackson Barbosa conta que a primeira participação da Ufal na maratona foi em 2009. Depois de uma pequena experiência, em 2010 os alunos foram novamente, mas ainda sem entender muito bem como era a competição.

A falta de norte fez um hiato de tempo sem competir. Só em 2015 a Ufal voltou a enviar representantes e foi para a final pela primeira vez com o time Moriartys. Os anos de 2016, 2017 e 2018 foram marcados por tentativas e frustrações. Mas a última deu forças pra focar em onde eles querem levar o nome da Universidade Federal de Alagoas.

Voltando da viagem após a derrota, os estudantes resolveram criar o Gema com apoio do professor Rodrigo Paes e, desde então, todos os anos um time da Ufal chega à final da Maratona de Programação.

“Acho gratificante ver como tudo isso cresceu, a gente começou tudo no quarto do hotel depois de uma frustração gigante de ter passado o ano estudando e a tão sonhada vaga não ter vindo. E ali, a gente começou a ver o que não fizemos nesse tempo de preparação que outros lugares faziam pra sempre chegar nas finais. A gente viu que uma das principais coisas era manter uma comunidade que treina e estuda para as competições”, lembrou Jackson.

Era o início de uma preparação mais direcionada. O grupo de extensão desenvolve ações durante todo o ano e conta com a colaboração de voluntários que ministram aulas de reforço e facilitam atividades com foco nos assuntos abordados na disciplina de Programação 1. Assim eles conseguem montar diversas equipes para participar da fase classificatória em boas colocações. Na Maratona 2022/2023 o Gema classificou oito times na fase Supersede Nordeste e a equipe Geração Coda y Coda só deu orgulho chegando à final. A rota foi marcada!

“Hoje, só dois dos fundadores ainda não formaram e o grupo segue firme. Isso mostra que além de ter sido muito importante pra gente, segue sendo importante para o pessoal que gosta das competições no IC e facilita pra quem está começando, porque já tem ali um caminho das pedras por onde ir”, disse Jackson, acreditando na responsabilidade dos próximos times.