Comunidade universitária da Ufal realiza ato contra a violência

A ação foi motivada pelo assassinato da estudante de jornalismo Janaina da Silva Bezerra, na UFPI
Por Lenilda Luna - jornalista
02/02/2023 10h54 - Atualizado em 03/02/2023 às 09h12

O assassinato brutal da estudante de Jornalismo da Universidade Federal do Piauí (UFPI), ocorrido após uma festa de calourada, no dia 28 de janeiro, motivou manifestações de solidariedade com a família e amigos, e muita indignação com a insegurança vivenciada pelas mulheres, mesmo num campus universitário. Em todo o país, foram realizados atos pedindo Justiça. 

Na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), o ato Justiça por Janaína aconteceu nesta quarta-feira (1º), 18h, na praça da Paz. Além de refletir sobre a insegurança que atinge principalmente as estudantes mulheres, um grupo de amigos também homenageou a memória do estudante de Luiz Paulo Ramos dos Santos, conhecido como Lula, que cursava Zootecnia, e foi assassinado na porta de casa, em Rio Largo, no último domingo, quando comemorava o aniversário de 31 anos. 

Na manifestação, as estudantes falaram sobre o assédio e violência que, infelizmente, fazem parte do cotidiano das mulheres. “Nas ruas, no ônibus, no campus universitário e nem mesmo em casa, podemos ter paz, enquanto vivermos nessa sociedade machista, que desqualifica as mulheres. É cansativo, é um desgaste emocional. Mas precisamos estar juntas para encontrar forças e continuar”, declarou a estudante de Pedagogia e representante do Centro Acadêmico, Valéria Pontes. 

A performance feita por uma estudante, apresentando áudios de ligações desesperadas de mulheres para o número de emergência da Polícia Militar sensibilizou as pessoas presentes. “Agora foi com Janaína, mas poderia ser com qualquer uma de nós. Não podemos normalizar a violência, não podemos aceitar que isso faça parte do nosso cotidiano”, disse a servidora Sueli Nascimento, assistente social da Ufal. 

Providências 

Na segunda-feira, o reitor Josealdo Tonholo recebeu representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE). O acontecimento trágico da UFPI acendeu mais uma vez o alerta para os cuidados e medidas de segurança que devem ser tomados em todos os campi. “Somos uma Universidade aberta à comunidade do entorno e devemos continuar assim, mas estamos orientando para que sejam reforçadas as equipes de segurança, principalmente à noite”, destacou o reitor. 

A Gerência de Segurança Institucional (GSI), da Superintendência de Infraestrutura (Sinfra), informa que todos os eventos da Ufal seguem a resolução nº 63-a/2009-Consuni/Ufal, de 24 de agosto de 2009. Foi criado um formulário para preenchimento do uso de espaços físicos para eventos na Ufal. “O questionário servirá para decisões estratégicas de segurança que permitirá por exemplo um reforço no efetivo para acompanhar o evento”, explicou Robson Carlos Damião, gerente de Segurança. 

O gerente ressalta a importância de informar a realização das atividades abertas ao público. “Tendo em vista que na Ufal não existe controle de acesso, ou seja, qualquer pessoa pode participar do evento, recomendamos a criação de espaço fixo; a identificação com pulseiras ou semelhantes aos participantes. Também precisamos atualizar a resolução do Consuni e criar uma política para esses eventos”, ponderou o gerente de Segurança. 

Mas Robson ressalta que a GSI está atenta. “A Gerência de Segurança Institucional determina que os profissionais de segurança contratados pela Ufal acompanhem os eventos e procedam a vigilância nas proximidades, realizando rondas nas dependências e observando a entrada e saída de pessoas, para evitar atos de violência e outras infrações à ordem e à segurança”, finalizou.